Verstappen ignora caos e toma favoritismo no GP do Canadá. E deixa Alonso para Ferrari

Nem a chuva ou as condições adversas que tomaram conta do circuito Gilles Villeneuve tiraram o favoritismo de Max Verstappen. O campeão do mundo larga neste domingo sem adversários e ainda tem a seu favor um Fernando Alonso veloz, que tende a se transformar numa dor de cabeça para a Ferrari

Nem a chuva que desabou em Montreal foi capaz de mudar a liderança da Fórmula 1 neste sábado (18). Isso porque Max Verstappen não se intimidou pelas condições adversas que tomaram o circuito Gilles Villeneuve e se colocou veloz. O campeão do mundo liderou todas as fases da classificação e não deu qualquer chance a ninguém. Verstappen é favorito à vitória e tende a ampliar a folga que já sustenta na ponta do Mundial de Pilotos.

A tese se confirma não só pela facilidade com que o holandês cravou a pole-position do GP do Canadá no molhado, mas principalmente pelo desempenho apresentando em pista seca na sexta-feira de treinos livres. Max usou a seu favor os trechos de alta velocidade do traçado canadense para estabelecer um ritmo forte, especialmente em cima dos pneus médios. Ao menos em Montreal, a Red Bull conseguiu reduzir as pequenas dificuldades que Verstappen ainda enfrenta com o RB18, e isso explica em partes o enorme domínio que o piloto exerce desde os treinos.

“Ontem, acho que tivemos um bom equilíbrio no carro”, revelou Max. “Também pode ser um pouco mais dependente da pista, em circuitos de rua em geral: você precisa de maior equilíbrio na frente – ou seria bom ter um carro assim, o que acho que não era o meu caso nas duas últimas etapas. Mas então, na corrida, as coisas mudavam. Porque então você está buscando um equilíbrio um pouco diferente. Então, sim, vamos ver amanhã. Estou ansioso por isso. Todo o fim de semana até agora foi bom. Temos que terminar amanhã”, completou o líder do campeonato.

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De toda a forma, Verstappen tem nas mãos a performance em Montreal em qualquer condição. E melhor: o rival mais próximo nem veste vermelho. A sensacional volta dada por Fernando Alonso no fim do Q3 acabou por tornar a vida do holandês um pouco menos complicada, apesar da ‘promessa’ do espanhol em atacar logo na primeira fila.

“Foi uma classificação muito impressionante do Max hoje: mesmo em condições adversas, ele esteve no topo das coisas nos três treinos livres. Quando a pista começa a ir secando durante a sessão, é sempre um desafio extra, você precisa garantir que vai estar na pista na hora certa, então, belo trabalho do time todo para garantir a pole”, disse o chefão dos taurinos, Christian Horner.

“Enquanto isso, foi uma classificação fantástica do Alonso, sei que estará motivado amanhã, mas Max precisa ter foco na largada, ter um início sem problemas e se manter na frente na primeira curva, para seguir acelerando forte. Esperamos uma boa corrida e com pista seca”, completou.

Curiosamente, Alonso tende a ter um papel dos mais interessantes em Montreal. Dividindo a primeira fila com Verstappen, o bicampeão vê a chance de pódio se materializar na velocidade de reta do carro da Alpine. Ainda que não tenha o mesmo desempenho do holandês neste quesito, a performance pode até embaralhar o início da corrida em uma possível reação mais cautelosa do pole, mas será certamente uma dor de cabeça para a Ferrari – é preciso dizer que Alonso (e a Haas, é bem verdade) garantiram o elemento de surpresa que toda a classificação com chuva precisa ter.

Max Verstappen conquistou a pole e terá Fernando Alonso na primeira fila (Foto: Dan Mullan/Getty Images/Red Bull Content Pool)

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O caso é que os italianos não têm a mesma eficiência em reta e estão desfalcados. Como se sabe, Charles Leclerc tem de fugir os contratempos e impor uma forte corrida de recuperação se ainda almeja algo em 2022. Portanto, a responsabilidade de salvar Maranello está sob os ombros de Carlos Sainz. O espanhol larga em terceiro e não pode aproveitar a melhora da pista porque cometeu um erro na tentativa final. O problema é que a configuração está agora mais voltada para o piso molhado do que seco – o que tende acontecer neste domingo.

“Acho que estamos em uma boa posição para amanhã”, observou o ferrarista. “Acho que vai ser uma boa luta com Max na frente, vamos ver o que faremos em relação ao Fernando [Alonso], porque ele tem sido muito rápido ao longo de todo o final de semana. Então, vamos ver o que acontece”, acrescentou.

O problema ferrarista: o ritmo está melhor com os pneus macios do que médios. E os amarelos são os compostos da corrida. “Há uma degradação ampla entre o macio e o médio, mas o médio oferece uma janela de pit-stop melhor e com maior dirigibilidade do que o macio, então há muitas opções nesta estratégia”, diz a Pirelli em comunicado.

“Iniciar com o macio e trocar para o pneu duro também é viável para uma parada, mas compromete a corrida pela necessidade de uma parada antecipada. A grande incógnita são os carros de segurança, mas não há como se preparar para eles além de considerar o maior número possível de opções.”

Alonso heroico

Foi em julho de 2012 que Fernando havia largado pela última vez na primeira fila. A Fórmula 1 mal tinha ¾ do atual grid correndo na categoria, ou seja, 15 dos atuais 20 pilotos. Eram outros tempos. Aquela temporada é, por muitos, vista como a melhor que tivemos no século porque permitiu a muitos vencer. Alonso era piloto da Ferrari e só perdeu o título naquele GP do Brasil formidável em que Sebastian Vettel rodou na primeira volta, quase abandonou, conseguiu se recuperar e tirou o terceiro título do espanhol. Fernando sabe que não tem chance de vencer ou disputar título. Até se falou que haveria disputa interna com o reserva Oscar Piastri para ver se sua vida na F1 seguiria em 2023. Como dispensar Alonso depois de seu desempenho em chuva? Como questionar sua qualidade e colocá-lo, assim, numa espécie de rifa em que seu histórico seria simplesmente deixado de lado?

Alonso tem muito a entregar para a Alpine desde que a Alpine entregue a Alonso um “megacarro”, como o próprio definiu. A resposta a Max Verstappen na coletiva de imprensa após a classificação foi em tom de brincadeira, claro, mas o “velho” pode, sim, contornar a primeira curva após a largada emparelhado com o holandês da Red Bull e a segunda, com preferência a ele, na frente. Que possa ser assim, ao menos, para Alonso se sentir um piloto de ponta. O “velho” ainda é novo de alma e entrega.

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