Verstappen larga sem rivais em Jedá. Mas briga pelo posto de ‘melhor do resto’ é parelha
Max Verstappen voou durante a classificação do GP da Arábia Saudita e não teve problemas para cravar a 34ª pole da carreira na F1. Assim como no Bahrein, o tricampeão parte favoritaço em Jedá. Enquanto isso, a luta pelo posto de 'melhor do resto' segue equilibrada, tendo como principais nomes Charles Leclerc, Sergio Pérez, Fernando Alonso e a dupla da McLaren. A Mercedes segue uma incógnita
Mesmo em cenário completamente oposto, Max Verstappen deixa claro que nada parece forte o suficiente para enfrentá-lo em 2024. Depois do Bahrein, a Fórmula 1 desembarcou na Arábia Saudita para a segunda etapa, em uma pista velocíssima e urbana, em condições muito distintas de temperatura e asfalto. Acontece que nada disso fez diferença para o tricampeão, que surgiu ainda mais letal nas ruas de Jedá. É muito favorito a uma vitória categórica neste sábado (9). Enquanto isso, o Mundial tem de se contentar com a briga pelo posto do ‘melhor do resto’. Ao menos, é uma luta real e muito parelha.
Desta vez, sem qualquer ameaça, Max voou através das três fases da decisão do grid para conquistar a 34ª pole da carreira na F1. É bem verdade que o piloto #1 da Red Bull descobriu muito rápido todos os segredos desse caprichoso RB20 e, portanto, é natural esperar sempre uma performance assombrosa. Só que a posição de honra também deixa claro: se havia alguma dúvida sobre um possível ponto fraco, as voltas lançadas, por exemplo, agora isso se esvai no vento do deserto. A criação de Adrian Newey é magnífica e parece não possuir defeitos.
“Tivemos um bom dia até agora. Melhorarmos o carro de ontem para hoje e tive mais confiança para atacar as curvas de alta”, declarou o líder do campeonato. “Fiquei feliz com a minha volta no Q3, mas acho que poderia ter sido melhor”, completou o Verstappen, que cravou 1min27s472, 0s3 melhor que o segundo colocado.
Quer dizer, há muita performance por vir ainda e, diante de um ritmo de corrida consistente, fica impossível esperar qualquer resultado que não a vitória. Até porque, assim como acontecera em Sakhir, Verstappen segue em liga própria.
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Mas se resta ao neerlandês uma corrida solitária lá na frente, graças a seu enorme talento, o que sobra é uma briga dentro da F1 ‘A’. E essa disputa está acirrada, porque também conta com o outro carro taurino, o de Sergio Pérez. O mexicano não foi capaz de apresentar a habilidade costumeira em pista de rua e sequer alcançou a primeira fila. Vai mesmo partir da terceira posição, mas terá pela frente a Ferrari de Charles Leclerc como oponente.
Pérez sustenta ainda um déficit de 0s5 para Verstappen em termos de ritmo de corrida e é aqui que mora a esperança dos rivais, pois o carro vermelho está a 0s1 em médio de Checo. Por isso, Leclerc entende que há briga aí. O monegasco obteve uma volta espetacular na parte final do Q3, para assegurar o segundo lugar. Os engenheiros mudaram de última hora a configuração, enquanto Charles fez uma preparação certeira para o giro decisivo. A escuderia também abriu mão da velocidade de reta, para trabalhar melhor o downforce, em uma linha de pensamento muito semelhante a dos taurinos.
“Foi mais difícil fazer uma volta boa com pneus novos porque é preciso aquecê-los. Foi mais fácil com os macios usados. Na última tentativa, Charles fez uma excelente volta de instalação e uma ótima volta rápida, mas não foi suficiente para bater Verstappen”, disse o chefe Frédéric Vasseur, salientando que confia no ritmo da Ferrari para a corrida, uma vez que o time demonstrou boa performance nas simulações feitas nos treinos livres.
Enquanto a luta direta com Verstappen parece fora de alcance neste momento, a disputa que se desenha logo atrás é real. Tanto que a Ferrari pensa em uma estratégia mais ousada. O piloto #16 tem um jogo de macios de uma volta, e isso pode colocá-lo em vantagem de início. “Vamos ver se começarmos [a corrida] com os macios. Na semana passada, tivemos dois carros nas primeiras posições, desta vez apenas um. Tivemos um bom ritmo na simulação de corrida. O importante é focar em nós mesmos e ter uma boa estratégia, pois muitas vezes Jedá traz bandeiras vermelhas, safety-cars, o que torna a corrida imprevisível. Teremos de ser oportunistas nos momentos certos”, completou.
É importante destacar aqui que a prova terá 50 voltas e, em condições normais, a tática mais veloz é a de uma parada, mas há uma ressalva, como diz Mario Isola, da Pirelli. “É difícil ver surpresas em termos de estratégia. Aqui, o pit-stop único é quase obrigatório. A única incógnita será qual composto usar ao lado do C2 (duros), que ao contrário do que vimos em Sakhir na semana passada, está funcionando muito bem tanto em termos de desempenho quanto de degradação”, explicou o italiano.
“No papel, a estratégia mais rápida é usar o C3 (médio) na largada antes de mudar para o C2 (duro) entre as voltas 18 e 25. Começar no composto duro antes de parar entre as voltas 25 e 32, para trocar pelos C4 (macio) também pode ser uma estratégia competitiva, possivelmente na esperança de um safety-car, o que é altamente provável numa pista como esta, ou talvez fazer o oposto e usar a aderência extra do C4 na largada e nas primeiras voltas antes de mudar para o C2.”
A Ferrari parece apostar nesta terceira via, na tentativa de ganhar terreno no início da corrida. E se distanciar de uma disputa que também deve ter Fernando Alonso e a dupla da McLaren. O espanhol, é preciso destacar, brilhou nos treinos e até mesmo na classificação com a quarta posição, mas a Aston Martin não inspira qualquer confiança no ritmo de corrida. Ainda assim, Alonso é Alonso e nunca é prudente excluí-lo na briga.
Mas quem deve mesmo incomodar é a equipe laranja. Depois de uma quinta-feira longe dos holofotes, o time inglês destravou parte de seu potencial e melhorou em curvas de alta, embora ainda perca performance em retas. Os dois pilotos andaram muito próximos e possuem desempenho em configuração de prova dos mais interessantes deste grupo. “Estamos em posição boa para marcarmos bons pontos. Oscar Piastri (5º) e Lando Norris (6º) evoluíram bem hoje, sessão após sessão e fizemos voltas competitivas em sequências em um pelotão muito apertado a classificação toda”, afirmou o chefão Andrea Stella.
Então, há a Mercedes. A equipe alemã é quem aparece na lanterna desse grupo. O W15 segue como uma incógnita, apesar da dupla de pilotos garantir que há potencial na nova máquina. George Russell até ensaiou um desempenho mais consistente na classificação, mas um erro no fim colocou tudo a perder. Ele parte em sétimo, logo à frente de Lewis Hamilton, que se queixou muito da instabilidade do carro. Não será uma corrida fácil para os alemães, que ainda não compreenderam o projeto que têm nas mãos.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Arábia Saudita, em Jedá, e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após segundo treino livre e classificação, além de antes e depois da corrida. No sábado, a largada está marcada para as 14h (de Brasília, GMT-3).
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