Verstappen parte de onde parou em 2021 e só falha da Red Bull tira chance de defender título

Max Verstappen venceu todas as corridas que terminou em 2022 e segue na perseguição ao líder Charles Leclerc. O campeão do mundo segue muito forte e somente problemas do carro podem interferir na luta pelo bicampeonato na F1

O GP da Emília-Romanha foi perfeito para Max Verstappen. Dominante, o holandês foi capaz atrair para si tudo que o fim de semana em Ímola ofereceu: saiu na frente na classificação, na corrida sprint e na prova de domingo, vencendo ambas. Ainda fez a melhor volta e viu o líder do campeonato cruzar a linha de chegada apenas em sexto, depois de um erro bobo na parte final da disputa. O resultado o fez reduzir a vantagem que agora é de 27 pontos. Mais do que um sucesso providencial, a performance de Verstappen reafirmou algo que já se sentia desde o Bahrein: o campeão do mundo iniciou 2022 do ponto onde parou na última temporada, quando viveu a histórica briga com Lewis Hamilton.

Verstappen conquistou a vitória em todas as corridas que terminou em 2022. Na Arábia Saudita, soube combinar inteligência e paciência para pegar Charles Leclerc naquele final eletrizante. Já em Ímola, as atualizações levadas pela Red Bull e o melhor acerto do RB18 foram fundamentais para bater a Ferrari em casa. Max, portanto, aproveitou todas as chances que apareceram. Foi arrojado quando teve de ser e cauteloso quando a situação pediu – como por exemplo na disputa no Bahrein e na Austrália.

A verdade é que Verstappen sabe agora como ganhar um campeonato, especialmente diante do cenário que se desenha em 2022. De novo, a Fórmula 1 deve acompanhar um duelo pela taça do mundo. E nesse embate, o holandês leva vantagem porque continua em forma, agressivo e rápido. A experiência acumulada até 2021 e, principalmente, aquela obtida no confronto direto com Hamilton colocam o insolente holandês na frente, ainda que os números na tabela de classificação mostrem algo diferente.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Max Verstappen fez o trabalho completo em Ímola, com pole, vitória e volta mais rápida (Foto: Guglielmo Mangiapane/AFP)

O problema aí é a Red Bull. Uma vez que o talento e a habilidade de Verstappen são incontestes, é igualmente correto dizer que a estrondosa disputa do título do ano passado também só foi possível diante de um carro versátil e confiável. Max deixou de completar apenas três corridas em 2021: em Baku, por um defeito no pneu, em Silverstone, por um toque com Hamilton e, em Monza, por um segundo incidente com o heptacampeão. Quer dizer, em nenhum momento, o carro taurino em si o deixou na mão. O equipamento e suas atualizações certeiras ao longo do ano serviram para fundamentar o caminho do título. Agora é diferente.

Em que pese o papel do novo regulamento, Verstappen já se viu a pé duas vezes: no Bahrein, por uma falha do sistema de combustível e, em Melbourne, por um problema também envolvendo um vazamento, mas algo mais complexo, como definiu o consultor Helmut Marko. Portanto, se há um temor neste ano é esse. Sem isso, o holandês poderia ter facilmente assegurado dois segundos lugares, o que o colocaria na liderança do Mundial neste momento.

“Existem duas ou três questões diferentes para nós. A primeira é sobre os problemas de confiabilidade, que não tivemos muito no ano passado”, admitiu o conselheiro da equipe austríaca.

Momento em que Max Verstappen abandona GP da Austrália (Vídeo: F1)

Então, a única forma de Max perder a chance de defender o título está na confiabilidade falha dos taurinos. E essa foi uma queixa contundente de Verstappen após os abandonos. “Temos sido competitivos em todas as pistas, apenas temos de continuar desenvolvendo o carro e, claro, precisamos terminar as corridas”, disse o piloto do carro #1.

Por isso, Ímola foi uma resposta positiva. “Tivemos um fim de semana muito consistente, mesmo que com essas condições climáticas você nunca tem certeza sobre sua competitividade. Fizemos tudo bem e acho que essa dobradinha foi merecida”, afirmou o filho de Jos Verstappen após a etapa da Emília-Romanha, que testemunhou o primeiro 1-2 da Red Bull desde 2016.

É uma longa temporada e, certamente, Ferrari e Red Bull ainda vão viver etapas em que terão chance de capitalizar em cima do infortúnio alheio, mas o tempo para falhas parece esgotado para os energéticos. Verstappen ainda tem uma diferença de mais de uma vitória para um Leclerc que está à vontade na Ferrari – ainda que tenha lá seus demônios para controlar.

“Os abandonos custaram muito caro, particularmente para Max [Verstappen]”, reconheceu Christian Horner, o chefe da Red Bull. “Mas é uma temporada muito longa e acho que vamos sair com muita confiança de Ímola. No campeonato, foi importante para tirarmos alguns pontos em relação à Ferrari nos dois campeonatos. Então vamos tirar isso desse final de semana e tentar melhorar em Miami”, ressaltou.

 A boa notícia – e vale para ambos os lados – é que a F1 segue para uma pista inédita em Miami, e aí tudo é tudo pode acontecer. Mas, para a Red Bull, a etapa significa mais. É a corrida que deve comprovar as soluções e enterrar de vez o fantasma da falta de confiabilidade.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.