Mansell relembra fala de Senna após título de 1992: “Agora sabe por que sou um desgraçado”

Nigel Mansell é um dos personagens que marcaram as décadas de 1980 e 1990 na Fórmula 1, com seu estilo agressivo e meio desajeitado. O britânico venceu o seu único campeonato na categoria em 1992, quando defendia a Williams, e relembrou um momento peculiar envolvendo Ayrton Senna logo após a conquista do seu título.

Ao podcast Beyond The Grid, da F1, o inglês contou quando o brasileiro, ao seu lado no pódio do GP da Hungria, se virou e disse que, agora, ele entenderia por que Ayrton era “um desgraçado” na pista.

Senna é um dos grandes nomes da Fórmula 1, e há quem o coloque no topo do ranking entre os melhores pilotos que já passaram pela categoria. Tricampeão pela McLaren, travou disputas intensas com Alain Prost, Nelson Piquet e o próprio Mansell nos anos 80 e 90. Era famoso pelo estilo arrojado de pilotagem.

“Quando ganhei o título na Hungria, ele estava no degrau mais alto do pódio”, contou Mansell. Na referida prova, vencida por Ayrton, ele chegou em segundo. “Foi quando virou-se para mim e disse: ‘Entende o quão bom é esse sentimento agora, não é? Agora você sabe o quão desgraçado eu sou, porque essa é a melhor sensação do mundo’”, revelou o britânico.

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“Há pessoas que fariam qualquer coisa, especialmente se já ganharam uma vez, para ganhar de novo e de novo. Poderia mencionar pilotos que são verdadeiros esportistas e vencem da maneira certa, e outros que definitivamente não fazem isso, mas vencem, e isso é tudo que importa”, opinou.

“Ter Ayrton ali, no degrau mais alto do pódio, colocando o braço em volta de mim e admitindo uma série de coisas, apenas disse: ‘Bom, pelo menos você admite!’”, continuou Mansell.

Uma das disputas acirradas entre os antigos rivais foi o GP de Mônaco daquele mesmo ano, quando, depois de ser chamado aos boxes por conta de um problema no pneu, Mansell voltou atrás de Senna e, mesmo com um carro mais rápido e com pneus mais novos, não conseguiu ultrapassar o então piloto da McLaren.

Nigel afirmou que, fosse sob o regulamento atual, Ayrton não poderia ter defendido o posto da forma como o fez. “Parecia um ônibus, toda vez que eu ia tentar ultrapassar, ele simplesmente me bloqueava.”

“Sendo realmente honesto, eu deveria ter tocado na traseira dele com bastante força em algumas curvas e provocado um furo [de pneu], ou algo do tipo. Mesmo que isso resultasse em uma asa quebrada, poderia continuar a corrida e até vencer”, admitiu o campeão de 92, reconhecendo, contudo, que sente orgulho por não ter acontecido nenhum acidente entre os dois. “Mostramos em Mônaco o quão perto você pode chegar sem bater em ninguém.”

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