Nova direção de prova da F1 falha em primeiro teste de 2022. Alguma coisa vai mudar?

Demora para resolver situação entre Sergio Pérez e Carlos Sainz e o uso esquisito do safety-car virtual em Jedá mostram que a substituição de Michael Masi do posto de diretor de prova da Fórmula 1 não era a única solução necessária para a categoria voltar aos eixos

FÓRMULA 1: HAMILTON SE APOSENTA SE MERCEDES NÃO TORNAR W13 CARRO VENCEDOR NA TEMPORADA 2022?

A temporada de 2021 da Fórmula 1 ficou marcada pela épica batalha entre o heptacampeão Lewis Hamilton e o jovem Max Verstappen, mas também pelo desfecho extremamente controverso. A decisão de Michael Masi de liberar apenas uma parte dos retardatários na relargada da última volta da última corrida, em Abu Dhabi, foi inédita, e acabou favorecendo diretamente o holandês, que conquistou a vitória e seu primeiro título mundial.

Hamilton, então, se ausentou das redes sociais e do ambiente da Fórmula 1 durante a intertemporada. A volta do britânico já indicava que uma mudança na direção de prova viria. A pressão sobre Masi após a decisão foi imensa, e sua queda da posição que ocupava na Federação Internacional de Automobilismo foi inevitável.

É preciso reconhecer que a tarefa do diretor de prova em 2021 não foi nada fácil. Basta relembrar a primeira corrida da temporada no Bahrein, em que Verstappen ultrapassou Hamilton alguns centímetros fora da pista e foi obrigado a devolver a posição. A quantidade de incidentes polêmicos só aumentou ao longo da temporada, com muitas situações fora do preto no branco de um regulamento.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Michael Masi perdeu o emprego como diretor de provas da F1 (Foto: Reprodução/F1)

Michael foi vítima da maior rivalidade nas pistas da década da Fórmula 1, mas isso não o torna um bode expiatório. Além de outras polêmicas durante todo o ano, a solução para os instantes finais da corrida de Abu Dhabi parecia óbvia: bastava uma bandeira vermelha após o acidente de Nicholas Latifi e a situação seria resolvida de uma forma mais igualitária e de acordo com as regras. Masi não o fez, talvez por medo de interferir muito na briga. Só que acabou interferindo ainda mais depois.

A troca por um novo sistema com dois diretores de prova, o alemão Niels Wittich e o português Eduardo Freitas, veio junto com um sistema de VAR, o Remote Operations Centre (ROC), que possui possui dados equivalentes a dez partidas simultâneas de futebol. Tudo isso para dar mais apoio, velocidade e segurança na hora da tomada de decisões. 

Em duas provas até aqui, é praticamente impossível comparar os desafios de 2022 com o que aconteceu no Bahrein e na Arábia Saudita. Mas, a expectativa de uma direção de prova mais ágil e certeira ainda não se concretizou, principalmente por conta de um dos incidentes em Jedá.

Carlos Sainz lamentou demora da FIA (Foto: Ferrari)

Após a batida de Latifi (ele, de novo), um estranho safety-car virtual foi acionado. Estranho porque já se sabia cristalinamente que não funcionaria, porque o canadense estava com sua Williams espatifada em local perigoso na pista.

Depois, então, o safety-car entrou na pista. Até aí, tudo normal, apesar da lentidão do processo. Vários pilotos aproveitaram a oportunidade para fazerem sua primeira parada, incluindo a Ferrari de Carlos Sainz. O espanhol cruzou a linha final dos boxes um pouco à frente de Sergio Pérez, que seguia na pista, já que tinha parado poucos minutos antes da colisão de Latifi. Mas o mexicano da Red Bull se manteve na frente por estar do lado de dentro do traçado.

A direção de prova pareceu muito ocupada com a remoção do carro da Williams, deixou o enrosco pelo terceiro lugar de lado e a troca de posições só ocorreu muito tempo depois, após a relargada. Sainz perdeu a oportunidade de, quem sabe, atacar Verstappen, que saía em segundo, e mudar o rumo do GP da Arábia Saudita. Obviamente, o espanhol e vice-líder do campeonato criticou a demora desnecessária da direção de prova

No único momento em que precisou mostrar eficiência e velocidade nas tomadas de decisão até aqui, a FIA vacilou. Não foi um erro grotesco, capaz de alterar os rumos do campeonato – pelo menos por enquanto -, mas já pode ser um sinal de alerta. Até aqui, não é possível sentir o efeito das mudanças e melhoras prometidas pela FIA após a saída de Michael Masi. O que realmente indica que o problema vai além de quem comanda, mas a forma como a entidade tem lidado com suas regras.

ALONSO X OCON: A RIVALIDADE COLOCA ALPINE EM APUROS NA TEMPORADA 2022 DA FÓRMULA 1?
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.