Opinião GP: Mercedes e Red Bull se equivalem e fazem F1 ter um campeonato real em 2021

O GP do Bahrein traduziu muito bem aquilo que todo fã da Fórmula 1 mais deseja: uma real disputa de título. Mercedes e Red Bull estão muito mais próximas. E essa é a melhor notícia desse começo de temporada

Hamilton vence na estratégia e pega Verstappen: assista como foi o GP do Bahrein (Vídeo: GRANDE PRÊMIO com Reuters)

A FÓRMULA 1 VIVEU uma grande abertura de temporada no Bahrein. Incrível como o circuito cravado no meio do deserto tem o dom de proporcionar corridas eletrizantes e históricas. A deste domingo (28) foi espetacular porque teve de tudo um pouco: disputa direta pela vitória, uma tensa batalha de estratégias, ultrapassagens e alguma confusão. Não dá para reclamar, realmente. Há também de se destacar que o novo regulamento, por mais simples que tenha sido sua alteração, ajudou a estreitar tanto o pelotão da ponta como o intermediário, o que anula, por enquanto, qualquer sensação de grande favoritismo. E esse sentimento é traduzido pelo intenso duelo vivido entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, Mercedes e Red Bull. Ambos se revezaram no papel de protagonista e deixam claro que esse será um campeonato acirrado e que vai se resumir apenas aos dois. E a corrida barenita ainda mostrou que, em uma disputa tão apertada, o que vai separar a vitória da derrota são os detalhes.

Por exemplo, a Red Bull confirmou em Sakhir que o carro que saiu de Milton Keynes é excelente. O RB16B é mais do que uma atualização do modelo do ano passado. Diferentemente de 2020, o projeto tem velocidade e ritmo de corrida. Os quase quatro décimos que Verstappen colocou em Hamilton no sábado não foram circunstanciais. A prova, porém, contou uma história diferente. Muito embora a performance estivesse lá, Max não foi capaz de sumir na frente das Mercedes após a largada. Ao contrário, o inglês acompanhou o jovem dono do carro #33 por todo o primeiro trecho da prova. Tanto é assim que a equipe alemã decidiu mudar a tática para tentar pegar a rival mais para frente. O risco calculado deu certo. Esse é um detalhe.

Max Verstappen seguido por Lewis Hamilton no GP do Bahrein (Foto: Beto Issa)

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Hamilton assumiu a ponta depois do primeiro pit-stop de Verstappen e, em temperaturas mais baixas, como tanto gosta o W12, foi possível estabelecer um desempenho consistente, praticamente o mesmo de Max, ainda que em cima de compostos diferentes. Mais um detalhe.

E foi pouco antes disso que a equipe taurina cometeu o equívoco que complicou a chance de vitória: ao invés de marcar Lewis na parada, o pit-wall dos energéticos preferiu deixar Max mais tempo na pista. A escolha não se pagou. Outro detalhe.

Verstappen precisou andar forte para seguir Hamilton na tentativa de recuperar a ponta. A verdade é que a Red Bull não acreditou na tática da rival, que driblou com maestria os planos da adversária, que, por sua vez, apostava bem em seu próprio ritmo, achou que ainda possuía uma margem segura. Max fez a parte dele, mas aquela a performance esperada não foi tão superior assim a ponto de anular qualquer vantagem da concorrente.

O detalhe final da história da prova barenita diz respeito ao próprio Verstappen. De fato, o piloto conseguiu alcançar Hamilton na parte final e chegou muito rápido. Lewis tentou a defesa e usou a questão dos limites de pista – algo que cercou o fim de semana – a seu favor. Max foi para cima com sede e acabou executando a ultrapassagem pela área proibida. Teve de devolver a posição. O caso é que o holandês escolheu fazer a troca imediatamente, pressionado pela equipe, que temia uma punição. Se tivesse esperado ou calculado melhor, poderia ter deixado Hamilton passar em um lugar menos crítico. Os pneus ainda sujos da escapada ajudaram o heptacampeão a escapar e vencer.

Lewis Hamilton comemora a vitória no Bahrein (Foto: Lars Baron/AFP)

A conclusão é que Hamilton foi essencial ao plano da Mercedes. A sensibilidade com os pneus e a serenidade no trato com Max acabaram premiando o britânico. Do outro lado, a Red Bull tem um aguerrido Verstappen, que é forte em qualquer condição e que raramente comente os mesmos erros. Daí os pequenos detalhes.

No fim das contas, o GP do Bahrein foi uma dura lição aos taurinos, mas uma diversão para os fãs. E é isso que a temporada 2021 promete. Neste momento, é nítido que a distância técnica entre Mercedes e Red Bull é muito pequena, com ganhos lá e cá. Os dois carros são distintos, têm pontos fracos e fortes diferentes, mas o conjunto com os pilotos acaba deixando a balança equilibrada. O resultado é um campeonato de disputa real e direta. Enfim.

A Fórmula 1 volta a se reunir dentro de três semanas com a disputa do GP da Emília-Romanha no circuito de Ímola, na Itália.

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