Preparado para guerra, Ecclestone se queixa da FIA: “Todt está mais interessado em segurança no trânsito do que na F1”

Bernie Ecclestone voltou a defender a adoção dos motores independentes na F1 e afirmou que a FIA, no papel de Jean Todt, está preparada para uma guerra com as fabricantes na busca por mudanças nos regulamentos para a temporada 2017.

 

Na semana passada, o Conselho Mundial do Esporte a Motor votou em favor de Todt e Ecclestone, para que ambos possam "fazer recomendações e que tomem decisões em questões sobre o comando da F1, as unidades de potência e a redução dos custos".

 

Neste momento, as discussões sobre os planos de adoção de um motor mais barato e menos complexo foram prorrogadas para 31 de janeiro de 2016, quando ambos têm de apresentar novas propostas às equipes.

"O que estamos tentando fazer neste momento é aprovar um regulamento de um novo motor e que seja o mesmo para todos", afirmou o dirigente em entrevista ao canal inglês Sky Sports News.

 

"Nós não queremos motores diferentes para diferentes equipes, mas se tivermos de fazer isso, então vai acontecer", acrescentou.

 

O chefão da F1 ainda reconheceu que será difícil a conversa com as montadoras, mas espera que Mercedes, Ferrari, Renault e Honda concordem com as propostas. O britânico, entretanto, enfatizou que está preparado para brigar por suas ideias. 

 

"Se eles não concordarem, então talvez a FIA tenha mesmo de escrever ela própria o regulamento", disse o britânico. "E aí se você gostar, então ótimo, mas se não, desculpa. Eles têm a escolha de deixar a F1 ou seguir as regras."

 

Apesar de tudo, Ecclestone reconheceu ainda que o poder colocado em suas mãos pelo Conselho Mundial pode não ser o suficiente para conseguir aprovar as novas regras e sugeriu que ainda não há um forte comprometimento de Todt neste aspecto. 

 

"O problema com Todt é que, se houver um contratempo qualquer, ele vai querer optar por ser mais democrático. Ele quer que todos sejam felizes e concordem com tudo, diferente de quando Max Mosley estava no comando", comparou o dirigente, acrescentando que sente que o francês não está comprometido o bastante com a F1.

 

"Ele está fazendo também um monte de outras coisas, está mais interessado na segurança no trânsito do que na F1 e o esporte em geral. Por isso, talvez seja melhor que ele recue um pouco com relação à F1 e deixe alguém assumir parte dos compromissos da FIA sobre esse assunto", encerrou.
 

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