Red Bull evolui mais e divide com Ferrari posto de segunda força do grid

A Red Bull é a equipe que mais evoluiu nesta primeira metade de temporada. Depois de enfrentar problemas com os pneus novos da Pirelli, a equipe austríaca investiu bem na aerodinâmica e foi capaz de dar um passo importante com uma revisada asa dianteira a partir da Áustria. Desde então, são duas vitórias até aqui, todas com o excelente Max Verstappen

Foi durante uma coletiva de imprensa no Japão que Helmut Marko, o poderoso consultor da Red Bull, disse que o plano, em conjunto com a Honda, era o de vencer cinco corridas na temporada 2019, prevendo um ano de domínio de Mercedes e Ferrari. Só que o campeonato já está às vésperas da pausa do verão europeu, e a esquadra austríaca soma duas vitórias contundentes. Pode até parecer pouco, mas dado o cenário atual da F1, essa análise vai mais longe e afirma: a Red Bull já é a segunda força da F1.
 
A equipe das bebidas energéticas começou a temporada longe das duas rivais, é verdade, apesar do pódio na Austrália. Enquanto Pierre Gasly, o francês que ganhou a chance na esquadra-mãe depois da saída de Daniel Ricciardo, se batia para entender o time e o carro, Max Verstappen tentava aproveitar qualquer vacilo das adversárias, mas ainda faltava ritmo. Logo no início do campeonato ficou claro também que a equipe teria um trabalho maior com os pneus novos da Pirelli do que propriamente com o desenvolvimento dos motores Honda, que agora empurram os carros desenhados por Adrian Newey.
Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Além disso, o regulamento técnico mudou o tamanho das asas, e isso alterou demasiadamente o equilíbrio dos carros e trouxe um desafio novo às equipes, uma vez que a parte dianteira do carro se tornou fundamental para um bom acerto e comportamento dos pneus. A princípio, a solução apresentada pelos taurinos havia deixado a impressão de que estavam no caminho certo, mas assim que a disputa começou para valer mesmo, a Red Bull passou a enfrentar problemas, tal qual a Ferrari.

 
Diante da dificuldade de entender e fazer funcionar corretamente a borracha, os energéticos começaram a trabalhar fortemente na busca pelo equilíbrio aerodinâmico, enquanto a Honda acompanhava a evolução. A marca japonesa tem muita influência na performance atual dos carros de Verstappen e Gasly, aliás. O ano de parceira com a cobaia Toro Rosso foi importantíssimo para que os nipônicos compreendessem as necessidades da Red Bull, e isso incluiu o sistema de refrigeração. 
 
Mas o passo a frente dos taurinos se revelou mesmo na Áustria. Na pista de propriedade de Dietrich Mateschitz, a Red Bull foi bem mais eficiente que suas rivais, usando as condições adversas a seu favor. A altitude do circuito, cerca de 700 m acima do nível do mar, não foi um problema, como aconteceu com a Mercedes, por exemplo. A Honda foi capaz de minimizar os efeitos da elevação e não sofreu, mantendo a boa performance, mesmo em um traçado de média para alta velocidade. A questão do ar mais rarefeito, portanto, não representou um revés. Ao contrário, e tudo se deve a concepção única dos carros taurinos, com entradas de ar mais delicadas e eficientes. Além disso, a equipe austríaca lidou muitíssimo bem com o calor excessivo na região de Spielberg – sistema de resfriamento, lembra? Pode-se colocar na conta da Honda também.
Toyoharu Tanabe se emocionou com a vitória da Honda na Áustria (Foto: Honda Racing F1)
E por que deu certo? Bom, os carros energéticos se dão bem em altas altitudes – Verstappen venceu no Hermanos Rodríguez nos dois últimos anos, não é mesmo? Mas o que parece ter sido decisivo, além do desempenho da Honda, foi o aperfeiçoamento da asa dianteira, o que ajudou também a melhorar o comportamento dos pneus, que agora sofrem muito menos com o superaquecimento. O desenho mais curvado melhorou as passagens de ar, o que deixou o time imune às temperaturas quentes na Áustria. A vitória de Max por lá teve muito a ver com isso. Como de costume, ele tirou o máximo proveito da chance
 
Então, a partir do momento em que a Red Bull conseguiu colocar maior downforce na parte da frente do carro, os pneus passaram a trabalhar melhor, dentro da janela correta de performance. Dessa forma, explica-se o ótimo desempenho da equipe no GP da Inglaterra, e isso com os dois carros. Verstappen só não apareceu no pódio por conta da batida bizarra de Sebastian Vettel. Em condições normais, portanto, o time apresentou um desempenho mais consistente do que o da Ferrari. A equipe italiana, diga-se, ainda não resolveu os problemas com suas asas dianteiras e traseiras – é uma queixa recorrente de Vettel -, e ainda enfrenta questões sobre o desempenho dos pneus. 
 
"Obviamente, as atualizações que temos feito no carro nas últimas corridas começaram a surtir o efeito esperado. Nós estamos trabalhando corrida a corrida. Conseguimos vencer com a Honda e agora temos de seguir evoluindo. O primeiro objetivo foi atingido", disse Horner após o triunfo no Red Bull Ring. 
Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Silverstone, então, serviu para confirmar o salto de qualidade da Red Bull. E aí, na Alemanha, veio a consagração. Ainda que o fim de semana tenha tido um início quente, o sábado e domingo testemunharam temperaturas amenas. E enquanto a equipe italiana sofria com seus perrengues, Verstappen colocou o carro #33 na primeira fila. É claro que a chuva ajuda a mascarar o desempenho com o ar de loteria, mas Max andou muito bem, e a equipe austríaca soube também ler a corrida com precisão, assumindo riscos calculados. Resultado: nova vitória.

 
Neste momento, portanto, é possível dizer que a Red Bull alcançou a Ferrari – que ainda nem venceu na temporada. Não só pelo belo passo à frente que deu em termos técnicos, mas também em termos de gerenciamento e pilotagem. Max é o cara que destoa e é quem vem mantendo uma regularidade espantosa, que nem Lewis Hamilton teve nesse último mês. Não tivesse demorado tanto para se colocar forte, a esquadra dos energéticos teria dado mais trabalho à Mercedes.

A Fórmula 1 retorna neste fim de semana, em Hungaroring, para o GP da Hungria, o 12º da temporada e último da primeira parte do campeonato. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO E EM TEMPO REAL
 


 
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