Red Bull se preocupa com imagem nas vendas e põe emprego de Horner em xeque de novo

A Red Bull tem uma reunião importante neste domingo (10) em Dubai, envolvendo dois dos três CEOs da empresa e o principal acionista da companhia. Preocupada com as vendas nos Estados Unidos, marca analisa se continuidade de Christian Horner pode afetar lado financeiro

Apesar das palavras de paz de Christian Horner após mais um 1-2 da Red Bull na Fórmula 1, no último sábado (9), no GP da Arábia Saudita, o caos interno da equipe continua e pode resultar em grandes desdobramentos após uma reunião realizada neste domingo entre Oliver Mintzlaff, CEO de projetos corporativos, Franz Watzlawick, CEO da divisão de energéticos, e Chalerm Yoovidhya, acionista majoritário da Tailândia. Segundo o portal Motorsport-Total, o emprego de Horner corre sérios riscos.

No último sábado, o consultor-esportivo Helmut Marko já havia confirmado a reunião entre Mintzlaff e Yoovidhya, logo depois de assegurar sua permanência na equipe, mas a presença de Watzlawick representa um ingrediente extra na situação. O dirigente, que não tem relação com a equipe de Fórmula 1 e nunca apareceu publicamente nas corridas até Jedá, decidiu se envolver diretamente no caso.

A preocupação de Watzlawick, que comanda a divisão de energéticos da marca, é que os desdobramentos do Caso Horner afetem diretamente a venda de bebidas da empresa, principalmente nos Estados Unidos — que tem adotado uma política de tolerância zero em casos de assédio.

Assim, a pauta principal da reunião entre os três — realizada em Dubai — é decidir os próximos passos sem que a Red Bull GmbH corra o risco de ter sua divisão de bebidas afetada pela polêmica. Yoovidhya, que apoiou Horner desde o início das investigações, pode mudar de lado caso entenda que a parte financeira pode ser afetada — e este é justamente o argumento de Watzlawick, que está preocupado com a perda de apoio de grandes mercados americanos, como o Walmart.

Horner criticou “invenções” sobre Red Bull, mas segue no olho do furacão (Foto: AFP)

Comentarista da Sky Sports alemã, Ralf Schumacher comentou sobre o caso no último fim de semana e disse que Horner “deveria se demitir”. Além disso, o ex-piloto abordou a demissão do ex-CEO do McDonalds, Steve Easterbrook, justamente para demonstrar como o assunto tem sido sensível nos Estados Unidos — uma preocupação latente da Red Bull.

“Sim, acho que Christian Horner deveria se demitir. E sim, acho que vai. Não acho que ele irá sobreviver”, disse Schumacher. “Sabemos que os EUA são extremamente críticos nesses problemas. Eles nem fazem perguntas, só demitem pessoas se puderem provar que alguém teve um comportamento inadequado ou relacionamentos com outras pessoas dentro da empresa. O chefe global do McDonalds é um bom exemplo disso”, pontuou.

Easterbrook foi demitido ainda em 2019, depois de admitir que enviou mensagens de cunho sexual a uma funcionária com a qual tinha um relacionamento. Depois de dizer que o incidente tratava-se de um caso isolado, o ex-CEO foi investigado e a empresa descobriu várias relações com outras pessoas dentro da companhia. No fim, o dirigente precisou devolver US$ 105 milhões [R$ 522 milhões] por mentir ao compliance.

O Caso Horner parece não ter fim na Red Bull (Foto: Bryn Lennon/Getty Images/Red Bull Content Pool)

O assunto, ainda que não seja exatamente igual ao Caso Horner, acendeu uma luz amarela na cúpula da Red Bull — que se preocupa diretamente com a perda de vendas em seu maior mercado no mundo. Assim, caso Watzlawick convença Yoovidhya de que isso é uma possibilidade, Horner passa a correr sérios riscos de ser demitido.

A Fórmula 1 volta entre os dias 22 e 24 de março com o GP da Austrália, terceira etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do fim de semana.

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