Retrospectiva 2018: Na pista, Alonso poderia mais. Mas deixa F1 com aula midiática e nome entre maiores

Fernando Alonso deixa a F1 em 2019. Será mesmo? É impossível acreditar que o nome do espanhol não vai ser lembrado sempre que houver uma possível demissão de piloto, um momento especial na pista, uma briga pelo título se desenhando. Ele pode não estar viajando no circo da principal categoria do mundo, mas soube como gravar seu nome de maneira tão forte que seguirá assunto. Um mestre midiático e um dos melhores da história

Fernando Alonso é um dos maiores pilotos de todos os tempos? A resposta, provavelmente, é "sim".

Fernando Alonso poderia ter conquistado muito mais nas pistas da F1 do que, de fato, obteve de títulos? A resposta, com certeza, é "sim".

São essas variáveis que tornam gostoso discutir sobre a carreira do espanhol bicampeão do mundo, algo mais saboroso ainda agora que ele se despediu da F1. Quer dizer, se aposentou da categoria? Ninguém sabe. Será só um ano longe? Também, quem pode cravar? Alonso é mestre em criar debates. E, por isso, deixa seu nome na história.

Fernando Alonso (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Alonso anunciou que deixaria a categoria ao final do ano em agosto, após 12 corridas da temporada 2018 já disputadas. Tirando a quinta colocação na Austrália, ele não havia conseguido passar do 7° lugar em nenhuma etapa. Tal 'tabu' se manteve até o final do ano, nas nove corridas seguintes.

É claro que é um fator que mexeu com a cabeça de um cara acostumado a vencer – ou, melhor, acostumado a poder vencer, a lutar pelo triunfo. Para que seguir numa categoria que não lhe dá a chance de estar no topo, de brigr na pista com os melhores? Não à toa, sempre tentou 'tirar uma casquinha' quando Lewia Hamilton ou Sebastian Vettel estavam por perto na pista – lamentavelmente apenas brigando para não tomar uma volta, mas sempre aproveitando tais segundos para mostrar seu talento, mesmo com uma McLaren patética em mãos.

Só que se isso mexeu com a mente dele, seu poder de mídia falou mais alto: anunciou a saída, mas nunca fechou a porta para uma volta. Falou mal das corridas, mas declarou amor pela F1. Não encontrou espaço em nenhuma equipe, mas afirmou que ao menos uma das grandes (Red Bull) fez proposta.

Fernando Alonso (Foto: FIA/WEC)

Alonso é duramente criticado por quem não é fã pelas escolhas erradas que fez em termos de equipe, de chances de título. Mas se a discussão dos maiores da história é feita por, principalmente, conquistas levantadas, como ele consegue se manter nela mesmo com apenas dois títulos, e ambos há mais de 10 anos? Porque ele é um personagem. E ser personagem é algo que poucos conseguiram.

Alonso não crava informações. Solta aos poucos. Passou o ano dando a impressão de que sairia. Demorou oito meses para isso. Depois, indicou que o destino seria a Indy. Será, mas só para a Indy 500. Soltou que seu calendário para 2019 será cheio – mas onde estará? Ninguém sabe.

E, por isso, esse texto já tem oito parágrafos e pouco fala de seu ano na F1, apesar de ser uma retrospectiva. Porque Alonso conseguiu convencer o mundo de que é um dos maiores dando aula de mídia. E, quando aprendeu isso, passou a não ser mais necessário mostrar o talento em um F1.

Fernando Alonso (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Sabe o que mais ele aprendeu? Que se vencer longe dela será ainda mais respeitado. Por isso, em 2018 venceu Le Mans, é líder do WEC, teve uma primeira experiência em Daytona. 

E fará 2019 para fechar a Tríplice Coroa, tentando ganhar a Indy 500. E vai revelar aos poucos cada aventura. É provável que vejamos Alonso pouco na pista no próximo ano. Mas muito, muito mesmo, em notícias, em redes sociais. E, a cada aparição, ele vai consolidando seu nome como um dos maiores da história, seu objetivo declarado.

Ter sido 11° na despedida da F1, com apenas 50 pontos? Disso ninguém lembrará. O que a memória guarda são os títulos de 2005 e 2006. Os vices de 2010, 2012 e 2013. As polêmicas, as brigas, as reclamações. E seu talento. Isso ninguém apaga, mesmo que tente.

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