Sainz campeão ‘do resto’, Bottas top-3 e Hamilton ainda melhor: a F1 com pontuação de MotoGP e Indy

Com a proposta do Liberty Media em alterar a pontuação da F1 a partir de 2020, o GRANDE PRÊMIO fez as contas: o que mudaria na categoria caso fosse aplicada a pontuação ao top-15 (similar à MotoGP), ou distribuído pontos até o último do grid (como na Indy)? As respostas no texto abaixo - com algumas mudanças bem interessantes

O Liberty Media já havia tentado para 2019, agora quer para 2020: alterar o sistema de pontuação da F1. Ainda que as equipes geralmente demonstrem certa resistência a mudanças extremas – a votação pode ocorrer até 30 de abril -, são duas propostas: na primeira, os 15 primeiros em cada corrida pontuariam; na segunda, todo o grid. Atualmente, os 10 primeiros garantem entre um e 25 pontos, em sistema válido desde 2010.

Ambas as ideias têm validade em outras categorias gigantes do esporte a motor no momento: na MotoGP, os 15 primeiros a cruzar a linha de chegada garantem seus pontos; na Indy, todos do grid somam números à sua classificação.

Por isso, o GRANDE PRÊMIO teve a ideia: o quão diferente, de fato, torna a F1 qualquer um dos sistemas propostos? Calculamos quem se daria bem (e mal) em 2018 nas duas situações. E algumas curiosidades surgiram…

Comecemos com o sistema de pontuação ao top-15:

Observação: nos GPs da Espanha, Azerbaijão e EUA só 14 pilotos completaram – ou seja, não foi computado o ponto que seria do 15°.

O grande vencedor: Carlos Sainz. O então piloto da Renault pularia de 10° para sétimo colocado no Mundial de 2018 – ou seja, 'roubaria' o título de campeão da 'F1 B' do companheiro Nico Hülkenberg. De 13 corridas, ele passaria a ter pontuado em 18, virando o jogo sobre Hülk, Sergio Pérez e Kevin Magnussen. O mexicano se manteria em oitavo, o alemão cairia para nono e o dinamarquês sairia do top-10, posto que seria ocupado por Esteban Ocon

Quem comemoria muito: Kimi Räikkönen. "Ué, ele cairia de terceiro para quinto!", você, leitor, pode comentar. E estaria certo. E ele comemoraria exatamente por isso, já que perderia a obrigação de estar presente na festa de premiação da FIA, algo que ele deixou claro que não gostaria. Quem perderia seríamos nós, que não teríamos o show do finlandês alcoolizado no evento

Quem justificaria ter um emprego na F1: Valtteri Bottas subiria de quinto para terceiro e Toto Wolff não precisaria dar voltas e mais voltas para explicar por que renovou com o finlandês por mais uma temporada, deixando Ocon afastado da categoria.

Quem não gostaria da mudança: Lewis Hamilton, caso fosse implementada a pontuação da MotoGP, teria batido Sebastian Vettel da mesma maneira, mas a briga teria sido mais apertada: de 88 pontos, cairia para 76 a diferença. Um drama, realmente.

"Alonso reclamaria ainda mais da F1?": Sim. De 11°, cairia para 12°, já que as piores provas da McLaren seriam ainda mais expostas, já que quando o carro laranja ia mal, era praticamente certo um abandono ou fundo do grid, e não batalha no meio, quando salvaria um ou outro pontinho.

O grande derrotado: Nico Hülkenberg não tem vitórias na F1, mas ao menos pode dizer que é o atual 'campeão' da 'F1 B'. A mudança na pontuação tiraria até essa glória do alemão…

Agora, com a pontuação para todos os pilotos:

Observação: A Indy distribui pontos para pole, volta mais rápida e, se bobear, para outras coisas que ninguém percebe. Aqui, vamos focar só na pontuação de corrida.

O grande vencedor: Carlos Sainz já protocola na FIA o pedido de mudança e se reúne com o Liberty Media pensando em táticas para convencer o restante do grid. O espanhol, tal como na pontuação de MotoGP, pularia para a sétima colocação e garantiria a taça (que não existe) da 'F1 B'.

Quem assinou com a Sauber porque o sistema de pontuação da F1 lhe favorece: Kimi Räikkönen foi questionado, quando confirmada a mudança para a Sauber, se ainda estava motivado em seguir na F1. Bom, tanto na pontuação da Indy como na da MotoGP, ele cairia de terceiro para quinto. Ou seja: ficar na F1, do jeito que ela é hoje, favorece seu estilo. Para que sair? 

"Fernando Alonso permaneceria na F1 se ela fosse como a Indy?": Não, porque 1) as 500 Milhas de Indianápolis não seriam incluídas no calendário; 2) ele novamente cairia de 11° para 12°.

O grande derrotado: pessoas que não são fãs de matemática, já que o campeão (Hamilton) teria 883 pontos e o lanterna, Sirotkin, teria 304. Sim, o último garantiria 304 pontos. Pontuação que colocaria o russo em terceiro no Mundial 2018 com a pontuação normal.

"Que equipe pretende imprimir essa tabela e levar para o Liberty Media?": a Mercedes, já que Bottas subiria para terceiro e Hamilton aumentaria sua vantagem para Vettel de 88 para 118 pontos.

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