Simona diz que Danica abriu portas para mulheres no automobilismo, mas não vingou na F1 porque anda melhor em ovais

Pilota ex-Indy e atual reserva da Sauber, Simona de Silvestro diz que Danica é melhor em ovais e afirma que não crê em decisões por gênero no automobilismo de alto nível

Acompanhando um GP com a Sauber pela primeira vez, Simona de Silvestro, falou aos jornalistas presentes em Montmeló, no último fim de semana, sobre Danica Patrick, mulheres no automobilismo de alto nível e suas ligações com a equipe suíça. 
 
Numa análise comparativa entre as qualidades e aspirações das duas pilotas, a suíça de 25 anos afirmou acreditar que Danica abriu portas com seus resultados nos anos de Indy, onde foi a primeira mulher a vencer na categoria, em 2008.

A porta que Danica não conseguiu abrir foi a da F1. A partir do momento em que a baixinha norte-americana começou a impressionar nas pistas dos EUA, começou a se ventilar a possibilidade de ela cruzar o Atlântico para correr no Mundial, o que nunca veio a acontecer.

Simona acredita que isso se deu porque Danica sempre foi muito melhor nos ovais do que nos circuitos onde precisava virar para a direita."É difícil falar pelos outros, mas a Danica é muito rápida nos ovais. Na F1, são mistos, é algo diferente. É a cultura da América, na Indy e na Nascar. E como eu sempre quis estar na F1, é questão do caminho que você escolhe", respondeu a pergunta feita pelo GRANDE PRÊMIO.

Simona de Silvestro conversou com os jornalistas pela primeira vez em um GP de F1 (Foto: Sauber)
Sobre sua estadia na Catalunha, Simona falou que pretende seguir aparecendo nos fins de semana durante a temporada, bem como sobre o interesse da Sauber por ela – e não crê que teve algo a ver com o fato de a chefe de equipe, Monisha Kaltenborn, também ser uma mulher.
 
"Este é meu primeiro fim de semana em um GP e estou tentando aprender o máximo que posso. Certamente estarei por aqui nas próximas corridas", disse.
 
"Acho que o que ela viu em mim é que eu queria realmente estar aqui e fazer acontecer. Não acho que é o fato de eu ser mulher, para ser sincera. E é diferente ter uma chefe de equipe mulher, mas não que no fim do dia faça diferença. É legal acontecer isso", falou.
 
As dificuldades de guiar em grandes categorias, segundo Simona, não se manifestam especificamente pelo gênero. A pilota, de 25 anos e que esteve na Indy por quatro deles, afirmou que o fato de ser mulher não importa tanto no mundo do automobilismo como o fato de ser – ou não – rápida.
 
"Guiar em um nível mais alto é difícil sendo um garoto ou uma garota; a todo momento, você tem de provar algo. Qualquer piloto no mundo quer chegar à F1, e só tem 22 vagas, e para mim nunca teve diferença nisso, homem ou mulher, contanto que você seja rápido e capaz de vencer corridas", encerrou.
 
Nos dias 26 e 27 de abril, a pilota rodou 180 vezes pela pista de Fiorano com o modelo 2013 da Sauber. Foi seu primeiro contato com o cockpit de um F1. Sua próxima oportunidade será nos dias 25, 26 e 27 de junho, em Valência, na Espanha.

Nenhuma mulher é inscrita para um evento da F1 desde que Giovanna Amati tentou se classificar, sem sucesso, para 3 GPs em 1992. Em 2014, a escocesa Susie Wolff vai treinar em duas sessões de sexta-feira com a Williams, nos GPs da Inglaterra e da Alemanha.

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