“Tiro no coração”: Mario revela que F1 jurou fazer “tudo para impedir” entrada da Andretti

No que depender do Liberty Media, grupo detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, Mario Andretti nunca verá a equipe que carrega seu nome correr na principal categoria do automobilismo mundial. E a promessa foi feita pelo próprio CEO da empresa, Greg Maffei, ao campeão da F1 em 1978.

A revelação de Mario veio em entrevista ao site da emissora americana NBC. Andretti contou que se reuniu com Maffei e também com o CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, durante a passagem da classe por Miami, há três semanas. Na ocasião, o patriarca da equipe norte-americana explicava ao dirigente italiano a recente visita que fez a Washington, capital dos Estados Unidos.

Mario havia sido convidado por legisladores para discursar em frente ao Capitólio, sede do Congresso, sobre a tentativa da Andretti de ingressar à F1 e a resistência da categoria.

“Eles me pediram para ir até lá [em Washington]. E momento em que eu estava tentando explicar isso para Stefano, Greg Maffei, o senhor Maffei, interrompeu a conversa e disse: ‘Mario, quero lhe dizer que farei tudo que estiver ao meu alcance para garantir que Michael [Andretti] nunca entre na Fórmula 1″, contou.

“Não consegui acreditar nisso. Aquilo realmente me surpreendeu… Estamos falando de negócios. Não sabia que era algo tão pessoal. Pensei ‘Oh, meu Deus!’ Não pude acreditar. Foi como um tiro no meu coração”, definiu Mario.

Procurados, os representantes da F1 não quiseram se pronunciar. Uma fonte próxima ao Liberty Media, contudo, afirmou à NBC que a reunião não aconteceu conforme descrito por Andretti.

“Andretti abordou Greg no café da manhã para uma conversa”, declarou a fonte, acrescentando que Maffei indicou a Mario que o pedido de adesão à classe em 2025 ou 2026 havia sido rejeitado por boas razões comerciais.

As tensões entre os Andretti e a F1 aumentaram nas últimas semanas, após o presidente do Comitê Judicial da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Jim Jordan, abrir uma investigação e escrever uma carta cobrando explicações aos donos da categoria sobre a decisão que bloqueou a entrada do time americano no grid do Mundial a partir de 2026, anunciada no último dia 31 de janeiro.

Em carta endereçada a Domenicali, CEO da Fórmula 1, e a Maffei, CEO do Liberty Media, Jordan afirmou que quer respostas para garantir que nenhum comportamento anticompetitivo ilegal tenha ocorrido. Ele também pediu documentos e informações relacionadas à decisão.

Andretti enfatizou que não abordou os legisladores e que o convite para discursar no Capitólio veio depois de um recente show da Red Bull próximo ao local. “Eu não iniciei isso”, assegurou Mario, reiterando que a Andretti Global atendeu todos os requisitos estabelecidos pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para ingressar no grid — tanto que o órgão regulador deu luz verde para o time estadunidense.

“Estamos trazendo algo de valor. É um grande investimento para o esporte que amamos e que é nosso trabalho e nossa paixão. É um compromisso de longo prazo. Fizemos tudo o que precisava ser feito para ter uma vaga na Fórmula 1. O que mais querem que façamos?”, indagou.

A Fórmula 1 volta de 24 a 26 de maio com o tradicional GP de Mônaco, oitava etapa da temporada 2024, nas ruas de Monte Carlo.

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