Kanaan diz que Andretti não entrou na F1 “porque Michael ficou muito malvisto desde que saiu de lá”
De acordo com Tony Kanaan, durante uma conversa com o GRANDE PRÊMIO, o passado de Michael Andretti na Fórmula 1 condenou a entrada da equipe norte-americana no grid da categoria
O anúncio feito por Michael Andretti na última sexta-feira (27), informando de que deixou o cargo de CEO na Andretti Global e passou o controle da empresa para Daniel Towriss, CEO do Group 1001 e investidor na estrutura, pegou o mundo do automobilismo de surpresa. Durante uma participação especial no programa Paddock GP, Tony Kanaan falou ao GRANDE PRÊMIO o que pensa sobre o assunto e explicou por que acredita que, agora, a equipe norte-americana tem mais chances de ingressar na Fórmula 1.
Em outubro do ano passado, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) aprovou a entrada da Andretti no grid da principal categoria do esporte a motor já a partir de 2025. No entanto, em janeiro de 2024, a F1 emitiu um comunicado alegando que “não acreditamos que a candidata tenha mostrado que agregaria valor ao campeonato”, negando a entrada do time no curto prazo, mas deixando a porta aberta para 2028, caso a General Motors — por meio da Cadillac — concretize a promessa de fabricar um motor próprio e embarque no projeto.
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Para Kanaan, a saída de Michael do comando da Andretti Global — equipe que possui e atua em sete categorias distintas, como Indy, Fórmula E e IMSA SportsCar —, ao contrário do que muitos imaginam, pode ser favorável pensando em uma entrada na classe rainha. Como maneira de embasar sua afirmação, o brasileiro fez uma viagem no tempo e lembrou da época em que Andretti foi companheiro de equipe de Ayrton Senna na McLaren, em 1993.
“O Michael — ou a família, digamos assim —, ficaram muito malvistos desde que o Michael saiu da Fórmula 1. Acho que, na verdade, ninguém avisou ao Michael naquela época que o companheiro de equipe dele chamava-se Ayrton Senna. E ele achou que era melhor que o Senna, então passou a falar que o mundo estava contra ele, que o Ron Dennis não queria não sei o quê”, começou.
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“Tudo é a percepção das coisas. O que aconteceu? Michael morou nos Estados Unidos enquanto corria de Fórmula 1 — ele ficava indo e voltando”, lembrou. “Ele não colocou, acho, o esforço suficiente para poder ganhar a equipe, principalmente com o companheiro de equipe que — não estamos dizendo [do lado] de torcedor — era o melhor do mundo na época. E aí, ele criticou muito a F1 e o Ron. E isso ficou durante anos”, continuou Tony.
O novo braço direito de Zak Brown na estrutura do time papaia ainda mencionou como funciona os relacionamentos dentro da categoria no momento, com muitas discussões envolvendo Christian Horner, chefe da Red Bull, Toto Wolff, líder da Mercedes, e até mesmo o CEO da McLaren. Desta forma, alguém com a personalidade e histórico de Michael não seria bem-vindo no paddock.
Por fim, Kanaan ainda questionou a saída repentina do ex-piloto do cargo de comando na Andretti Global. “Não sei se foi uma saída estratégica, tenho as minhas dúvidas. Acho que tem muita história que eles têm de contar para ficar tudo bem”, finalizou.
A Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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