Último da geração, Räikkönen deixa Fórmula 1. E sempre soube o que estava fazendo

Tem quem ache que demorou, mas isso só cabe a ele decidir. KimI Räikkönen marcou época e, como ele mesmo diz, sempre soube o que estava fazendo. O finlandês é um ícone cult e marcou história na F1

Assista aos melhores momentos do GP da Bélgica deste domingo (Vìdeo: GRANDE PRÊMIO com Reuters)

Finalmente chegou a hora e Kimi Räikkönen optou pelo adeus. O finlandês anunciou que a temporada 2021 será a última de sua longeva carreira na Fórmula 1, campeonato no qual sai como campeão mundial de 2007 e recordista de largadas na história. Os últimos anos não foram tranquilos, mas eternizando uma de suas grandes frases: sempre soube o que estava fazendo.

Kimi foi um piloto tão longevo na Fórmula 1 porque sempre teve o desejo de provar que os outros estavam errados. Quando estreou pela Sauber, aos 20 anos de idade, viu quase uma campanha da FIA contra sua presença no grid. Era muito inexperiente segundo a opinião até do então presidente, Max Mosley. Porém, mostrou que era um dos especiais ao terminar sua primeira temporada logo no top-10 do campeonato.

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O talento de Kimi era tanto que tomou a McLaren de assalto em cima do veterano David Coulthard. Em 2003, não só veio a primeira vitória, como também uma campanha de absurda regularidade contra as poderosas Ferrari e Williams, carregadas por Michael Schumacher e Juan Pablo Montoya. 2 pontos separaram Räikkönen de Schumacher ao fim daquela temporada, que acabou levantando outra pergunta que marcaria sua carreira: e se?

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Kimi esteve próximo do título em 2003 e 2005 (Foto: Reprodução)

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E se o motor de Kimi não tivesse quebrado quando liderava em Nürburbring naquele ano? E se o pneu não estourasse na última volta, no mesmo circuito de Nürburgring, dois anos depois? E se não fossem tantas quebras e tantos azares? Será que Räikkönen já seria campeão mundial?

Por isso, quando Kimi vence o título de 2007 logo em seu primeiro ano com a Ferrari, “e se?” não era mais uma questão a ser feita. Não importavam os infortúnios que Lewis Hamilton e Fernando Alonso tiveram naquele ano, Kimi capitalizou toda oportunidade que surgiu para agarrar aquele título. Foi quem mais venceu, foi quem fez o impossível quando teve a sorte ao seu lado, para provar que a pecha de azarado estava errada.

Räikkönen também desmentiu quem achava que seu retorno, em 2012, era de nada. Mesmo dois anos fora da Fórmula 1 e com equipamento inferior, fez o suficiente para fechar o campeonato em terceiro, à frente de quem tinha McLaren, Ferrari e até Red Bull no conturbado campeonato.

Räikkönen voltou para a F1 com a Lotus em 2012 (Foto: Reprodução)

É possível que a motivação de Räikkönen não tenha sido a mesma no retorno para a Ferrari. Seu papel sempre foi de segundão, e de quem estava lá apenas por querer. Afinal, que mal faz se divertir? Que mal faz contribuir por tanto tempo e querer apenas fazer parte do lugar por entender que gosta de tudo aquilo? Ele sempre soube o que estava fazendo.

E foi livre, leve e solto que Kimi venceu na Fórmula 1 pela última vez, em Austin, em 2018. Curiosamente, Räikkönen derrotou Lewis Hamilton e Max Verstappen naquele dia. Um, é o maior piloto de todos os tempos e que o finlandês acompanhou o crescimento na Fórmula 1. O outro, é um garoto que tem condições suficientes de se tornar o próximo dominante do campeonato e a grande estrela consolidada da categoria. Räikkönen bateu ambos.

O jeitão quieto, de poucas palavras, de protocolos quebrados e de pouco se importar com o que dizem ao redor marcou Räikkönen. É, sim, um ícone cult da Fórmula 1. É um dos últimos de uma geração. Os que estão por vir não precisam ser como Kimi, porque é ele quem encerra este capítulo como lenda e de forma merecida.

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