Verstappen arma bote em Mercedes que tenta de tudo na Estíria. Mas só chuva pode salvar

Max Verstappen e a Red Bull garantiram a posição de honra do grid e deram um passo importante para minar as chances da Mercedes no GP da Estíria. Os heptacampeões enfrentam problemas e parecem levemente perdidos. Neste cenário, só um pé d’água pode socorrer Lewis Hamilton e a equipe alemã

Diriam os críticos de reality shows que a Red Bull alugou um enorme e escandaloso apartamento na cabeça da Mercedes neste sábado (26). Pela primeira vez desde que domina a Fórmula 1, a heptacampeã não soube o que fazer e teve de aceitar a derrota para uma rival. Lewis Hamilton tentou de tudo na sessão que definiu o grid de largada do GP da Estíria, mas nada pode contra o bem acertado RB16B nas mãos de Max Verstappen, que sequer precisou de uma segunda volta rápida na parte final da classificação. “A primeira já foi suficiente”, disse após a segunda pole consecutiva no ano e a terceira na temporada. De fato, o carro taurino parece ter reunido todos os elementos para formar um modelo vencedor e implacável. E que encontrou um denominador comum no estilo do holandês. A Mercedes que lutem, diriam os mesmos críticos.

De toda a forma, Max e os energéticos largam favoritos neste domingo na pista de casa. Outros pontos ajudam a entender esse cenário. Tal qual Paul Ricard, a Red Bull opta por uma configuração de menor downforce no curto e rápido circuito austríaco. O desempenho nas retas é o que mais chama atenção, mas o carro se dá bem nas freadas fortes e apresenta um belo ritmo de corrida com os pneus duros – ninguém foi mais veloz que Verstappen com esses compostos durante a simulação de sexta-feira. Além disso, Max parte com os pneus médios e deve alongar a primeira parada.

Vale dizer que essa é uma corrida de um único pit-stop, sendo o composto duro o mais indicado para o segundo stint. Isso considerando a turma que entrou no Q3. Destes, apenas o líder do campeonato e os dois pilotos da Mercedes foram capazes de atravessar o Q2 com os médios amarelos. O restante foi mesmo de macios, incluindo Sergio Pérez – a Red Bull não quis arriscar e mandou o mexicano à fase derradeira com os vermelhos. Amanhã, será interessante perceber como a equipe vai trabalhar em estratégias diferentes. Ainda assim, a intenção parece ser a de confundir os inimigos, contando com a reconhecida eficiente em prova de Pérez, além do extremo cuidado com os pneus. Quer dizer, os taurinos tentam fechar as lacunas quanto à tática da concorrência.

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E falando nela, a Mercedes foi pega pela velocidade da Red Bull e nem Hamilton pode mudar isso. A troca de mensagem com o engenheiro Peter Bonnington deixou mais do que claro: “Eles estão levando na reta, Lewis”. O esforço do multicampeão precisa ser ressaltado aqui. O inglês exagerou na freada da curva 3 ainda no Q2 e precisou de mais um jogo de pneus para assegurar o lugar na parte de intermediário. Porém, o maior sinal de que havia algo errado veio mesmo na fase final, quando Hamilton decidiu usar os três jogos de compostos vermelhos. É quase chocante perceber que a Mercedes tem de ir ao extremo para tentar bater os rivais.

Os números comprovaram a melhor velocidade reta da Red Bull, com Verstappen sendo consideravelmente melhor nos dos primeiros trechos do circuito. A Mercedes recuperava performance na parte final. Só que nem tudo saiu como o recordista de poles queria. “Eles [Verstappen e Red Bull] foram muito rápidos neste fim de semana. Tenho dado absolutamente tudo, e não foi a melhor das sessões, mas, mesmo assim, seguimos na primeira fila depois da punição. Fiz o que pude. Tive de ultrapassar na pista suja e paguei na primeira curva. Já estava a um décimo. Na curva 3 foram dois décimos”, reconheceu o britânico.

O problema também é que Hamilton errou, isso só não saiu mais caro porque Valtteri Bottas tem uma punição a pagar. Aliás, o finlandês foi quem puxou o acerto geral da Mercedes na classificação de hoje. “Ao trabalharmos juntos, estamos descobrindo muito sobre o carro. E nessas situações, você tenta muitas soluções de configuração e é fácil se perder. Temos uma batalha muito dura pela frente nesta temporada, mas estamos compartilhando tudo para tentar melhorar a nossa condição”, explicou o nórdico, que parte do quinto posto.

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Lewis Hamilton larga em segundo no GP da Estíria (Foto: AFP)

De fato, a velocidade de reta da Red Bull pesou na briga, e a Mercedes pode até colocar isso na conta do novo motor, que, entende-se, ganhou força na recente atualização da Honda, mas também é verdade que os carros da McLaren tiveram performance maior do que os modelos pretos, liderando com Daniel Ricciardo e Lando Norris o speed trap. Então, há mais do que somente o desempenho em linha reta.

“Durante anos tivemos uma vantagem nas retas. Agora não podemos reclamar se for o contrário. Só temos de tentar ser mais rápidos nas curvas”, admitiu Toto Wolff, o chefe dos alemães.

Mas a primeira corrida na Estíria não deve ser pautada apenas no quesito velocidade de reta. O melhor gerenciamento de pneus também precisa ser levado em consideração, como uma lição da corrida passada. Por enquanto, o ritmo está ao lado dos taurinos, que chegam com estratégias diferentes. Mas a Mercedes tem ainda como se salvar. “A Red Bull tem um pacote mais rápido no momento. Temos de usar nossa inteligência para tirar o máximo proveito do carro, dos pneus e do acerto”, completou o dirigente austríaco.

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E ainda há outro fator, que aí, sim, pode mudar tudo de verdade. “Nas análises feitas ontem à noite, vimos que a Red Bull está dois décimos e meio à frente do ritmo de corrida, E hoje demos tudo que podíamos. Amanhã, não acho que teremos ritmo suficiente para ser capaz de dificultar a vida deles. Mas pode chover, quem sabe…”, falou Hamilton.

De acordo com os serviços de meteorologia, a chance de chuva para o momento da largada do GP da Estíria é de 85%…

O GP da Estíria, oitava etapa da temporada 2021 da Fórmula 1, tem largada prevista para 10h (de Brasília, GMT-3), com grande possibilidade de chuva. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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