Vettel repete feito de Fangio e Schumacher e se consolida como melhor piloto da sua geração

O piloto da Red Bull conquistou seu terceiro título consecutivo neste domingo (25), em Interlagos, e entrou para uma seleta galeria de pilotos, que conta com Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher. Ao que parece, não há limites para o jovem alemão

101 GPs, 26 vitórias, 36 poles-positions, 45 pódios, 15 voltas mais rápidas e mais de mil pontos. Poderia ser os números de qualquer piloto com mais de 30 anos e com enorme experiência, mas são os dados mais recentes de Sebastian Vettel, agora o tricampeão mais jovem da história da F1, com 25 anos, quatro meses e 21 dias. O jovem de Heppenheim supera o mitológico Ayrton Senna, então tri mais jovem da categoria ao levantar seu terceiro título, em 1991, com 31 anos, seis meses e 29 dias.

Aliás, Vettel é um pulverizador de recordes. Campeão mais jovem, maior número de poles em uma mesma temporada, o piloto mais novo a conquistar o bicampeonato. E agora o primeiro tricampeão consecutivo depois de Michael Schumacher, que alcançou o feito nos seus anos de glória na Ferrari, entre 2000 e 2002.

Sebastian Vettel é recebido nos boxes após o tricampeonato (Foto: Red Bull/Getty Images)

Ainda bastante jovem, rico, famoso e bem-sucedido, Vettel, nascido na cidade de Heppenheim, em 3 de julho de 1987, parece não ter limites. Após passar pelas categorias para jovens pilotos, como a F3 Europeia e a World Series, ele fez sua estreia na F1 em 2007, no GP dos Estados Unidos, pela então BMW-Sauber, acabou a etapa em oitavo e somou seu primeiro ponto na carreira. E isso o colocou como o mais novo a pontuar em uma prova da categoria.

Piloto do programa da Red Bull desde garoto, Vettel acabou sendo chamado para finalizar 2007 pela Toro Rosso, equipe satélite dos austríacos, e conseguiu outro resultado expressivo: a quarta colocação no GP da China, então penúltima etapa do calendário daquele ano.

O ano de 2008 consolidou Vettel como grande promessa da F1. Confirmado como piloto dos italianos de Faenza, ele conseguiu pontuar em nove das 18 etapas do calendário. Mas seu maior feito foi ter alcançado, em um dia de muita chuva, a pole-position do GP da Itália, na lendária pista de Monza. E ele foi mais além. Dominou a prova e conquistou a famosa vitória de ponta a ponta. Aos 21 anos, dois meses e 11 dias, o alemão derrubava mais uma marca e ali era o piloto mais jovem a subir no primeiro degrau do pódio.

Provido a piloto da matriz Red Bull, o que era esperado por todos desde sua entrada no programa de novatos, Vettel conquistou a primeira das 34 vitórias da equipe na F1 na China, em sua quarta corrida pela equipe. 2009 foi o ano de afirmação dele, que acabou aquele ano com mais três triunfos na conta e com o vice-campeonato, atrás apenas de Jenson Button, campeão com a surpreendente Brawn GP.

Sebastian Vettel é o nono piloto a conquistar pelo menos três taças na F1 (Foto: Red Bull/Getty Images)

Então chegou 2010 e o mundo viu a força da Red Bull. Não com Vettel, mas com Mark Webber, que chegou a encerrar a primeira metade do campeonato como líder e favorito ao título. O ano não foi fácil para o alemão, que cometeu muitos erros e chegou a trocar farpas públicas com seu companheiro de equipe. Mas os deuses da F1 entraram em ação na última prova daquele ano, em Abu Dhabi.

Precisando vencer e contar com outros resultados para ficar com o título, ele fez sua parte e viu Fernando Alonso errar na estratégia e ficar preso atrás de Vitaly Petrov, da então Renault, por várias voltas. Foi ali que Vettel liderou o campeonato pela primeira vez, mas que foi mais do que suficiente para garantir seu primeiro título e quebrar outro recorde: ser o mais jovem a conquistar o título mundial.

Se 2010 foi um ano difícil, mesmo com o título, 2011 foi de reafirmação para o piloto. Dominando o campeonato desde o início, ele conquistou o segundo título mundial com a terceira colocação no GP do Japão e bateu o recorde de Alonso, então o bicampeão mais novo da história da F1.

Aliás, os duelos com o espanhol têm marcado a carreira de Vettel. E se o piloto da Ferrari é apontado por muitos como o melhor da atual geração, o jovem alemão vem mostrando que também está no mesmo nível, ou até mais acima. Alonso pintou como grande promessa no início dos anos 2000 e conseguiu dois títulos com a Renault, mas fracassou na McLaren quando teve que dividir as atenções com Lewis Hamilton e nunca teve um carro suficientemente bom para bater a Red Bull. Mesmo assim, vem disputando com equilíbrio os últimos campeonatos, mas sem sucesso. Enquanto o espanhol sofre com problemas, Vettel vem crescendo e conquistando títulos.

E a carreira do alemão que está em sua quarta temporada pela Red Bull impressiona por si só e ele já está, pelo menos nos números, chegando nos melhores de todos os tempos.

O argentino Juan Manuel Fangio conquistou seu primeiro título mundial em 1951, foi vice no ano seguinte e emendou uma sequência de quatro títulos seguidos, já com mais de 40 anos. Isso o coloca com o primeiro a conquistar o tricampeonato da F1 de forma consecutiva, mas eram outros tempos e, talvez, seja mais fácil comparar Vettel com seu grande ídolo: Schumacher.

O atual piloto da Mercedes conquistou seu primeiro título em 1994 e repetiu a dose no ano seguinte. Mas demorou até que conquistasse seu terceiro título, o que só aconteceu em 2000, já como piloto da Ferrari, aos 31 anos. E as conquistas de Schumacher não foram apenas de troféus, mas de recordes. Ele bateu, praticamente, um a um e lidera quase todas as principais estatísticas. Aos poucos, Vettel vai se aproximando dos maiores de todos os tempos.

Ao superar Alonso no número de títulos e aproximar-se de duas lendas da F1 com menos de 30 anos, Vettel mostra que é talentoso. Mais do que isso. Sebastian, aos 25 anos, quatro meses e 15 dias, deixa claro que, mesmo em meio a grandes nomes como Alonso, Lewis Hamilton e Jenson Button, é, disparado, o melhor da sua geração. Para Vettel, o limite é não ter limite.

O aprendiz de feiticeiro

No auge da carreira, Michael Schumacher conquistou o mundo do automobilismo e se consagrou como um dos maiores pilotos de F1 de todos os tempos. Os feitos do germânico inspiraram e ainda inspiram muitas gerações de jovens pilotos e o primeiro deles já colhe os frutos de seus triunfos.

Detentor da incrível marca de 91 vitórias em 305 GPs disputados, Schumacher dará seu adeus definitivo à F1 no próximo domingo, em Interlagos, mas deixará nas pistas um sucessor mais do que capaz de atingir seus feitos.

Vettel ainda está longe de alcançar as marcas de seu mestre, mas caminha a passos largos para escrever, definitivamente, seu nome no rol dos maiores de todos os tempos.

Além do talento compatível com o de Schumacher, Vettel supera o ídolo alemão ao marcar sua carreira com uma incrível precocidade. O terceiro título seguido chega aos 25 anos e 138 dias, contra os 33 anos que Michael tinha em 2002, temporada em que conquistou seu quinto título e o terceiro de forma consecutiva.

A carreira de Vettel ainda é longa e ele terá tempo mais do que suficiente para buscar os quatro títulos que faltam para alcançar a marca dos sete mundiais de Schumacher e, mais ainda, para superá-la.

Com seus próprios méritos e somado à capacidade de Adrian Newey, projetista da Red Bull, de construir carros vencedores, Sebastian tem tudo que precisa para tomar para si todos os recordes da F1.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.