Collet mira disputa da Fórmula 2 em 2023: “Não tem sentido fazer mais um ano de F3”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, concedida em Interlagos, piloto brasileiro se disse "preparado para subir de categoria". Collet também fez sua avaliação da temporada de 2022

Caio Collet traçou boa carreira no kart nacional, com quatro títulos nacionais, seis títulos paulistas e dois títulos do Top Kart Brasil para a conta. Depois, rumou para a Fórmula 4: primeiro nos Emirados Árabes, depois na França. O bom desempenho, mais uma vez, permitiu que o brasileiro alçasse voos maiores: Fórmula Renault Eurocup (hoje FRECA, após fusão com a Fórmula Regional Europeia) em 2019 e 2020 e, por fim, a Fórmula 3.

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Após um ano de estreia na F3, com 93 pontos, 2 pódios para conta e a 9ª colocação geral, Collet somou menos tentos em 2022 — mas o saldo, ainda sim, é positivo. 88 pontos, 8ª posição na tabela, com duas vitórias, cinco pódios, uma pole-position e 2 voltas mais rápidas no currículo. Justamente por esse salto individual, o brasileiro revelou, em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, que pretende subir mais um degrau em 2023.

“O objetivo é, realmente, a Fórmula 2. Não tem muito sentido em fazer mais um ano de F3, na minha opinião. São dois anos, ganhamos corridas, fiz poles e subi bastante ao pódio, o que faltou foi disputar o campeonato, o que é uma pena. Mas estou preparado para subir de categoria”, revelou o brasileiro, presente na estrutura da Alpine no paddock da F1, antes do GP de São Paulo — vencido por George Russell. “Não tem nada fechado com a Alpine ainda, mas, dependendo do rumo que tomar para o ano que vem, quero seguir junto à Academia com todo o suporte deles”, completou.

O pódio de Collet em Monza (Foto: Sebastiaan Rozendaal / Dutch Photo Agency

Mesmo com os olhos voltados para cima, Collet admite que há um certo gosto amargo na boca pelo desenrolar de 2022. Nem mesmo o fato de ter sido o melhor piloto da MP Motorsport na temporada da F3 — a equipe também contou com Alexander Smolyar e Kush Maini — acalenta plenamente o coração. Smolyar terminou o campeonato em 10º e, Maini, em 14º.

“Foi um ano difícil, o resultado final não foi o que esperava. Achei que poderia estar mais à frente e meu início de ano dificultou bastante, nas três primeiras etapas quase fizemos zero pontos. Depois, nos recuperamos nas seis seguintes, e a segunda metade da temporada foi boa, com vitórias, pódios, pole, conseguimos fazer um bom trabalho. Mas, realmente, em um campeonato competitivo como a Fórmula 3, recuperar-se deste começo ruim foi praticamente impossível”, analisou Collet.

“Acho que o nível de comparação sempre é, em um primeiro momento, seus companheiros de equipe e, esse ano, eu fiz o meu trabalho em ficar à frente deles. Acredito que tínhamos potencial para ir melhor, sobretudo na classificação do campeonato, mas é uma coisa que pode me ajudar para o ano que vem. Não tem nada definido ainda”, reiterou o brasileiro.

Caio Collet fez sua avaliação da temporada (Foto: F3)

Se há um certo ar de decepção com a temporada na F3, existe também espaço para celebração. O talento do brasileiro em pilotar na chuva ficou evidenciado ao longo do ano — a primeira vitória na categoria veio com brilhantismo em pista molhada na Hungria. A primeira pole-position, na Bélgica, também aconteceu com presença da chuva (no início da sessão).

“Sempre gostei, desde pequeno, de andar na chuva, meu pai me levava para a pista. É uma condição em que me sinto bastante confortável e vejo que consigo fazer a diferença. Mas a questão é que não chove todos os dias, então, no seco faltou um pouquinho de encaixe, tanto da minha parte como da equipe. No geral, foi uma temporada OK”, finalizou Collet.

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