5 coisas que aprendemos no eP de São Paulo, 4ª etapa da Fórmula E 2024

Na melhor corrida da temporada da Fórmula E até aqui, Sam Bird encerrou longo jejum de quase três anos para conquistar a primeira vitória da história da McLaren na categoria. São Paulo também trouxe mais uma afirmação de força da Nissan e decepção de brasileiro com a própria equipe

A quarta etapa da Fórmula E 2023/24, disputada no eP de São Paulo do último fim de semana, trouxe a primeira grande prova do campeonato. Depois da rodada dupla de Diriyah, que ficou marcada por uma disputa de aceleração do início ao fim, o retorno do Brasil mostrou que a necessidade de gerenciar a energia dos carros produz embates maravilhosos.

Foi, sem dúvidas, a melhor corrida da temporada até aqui. Sam Bird pilotou de maneira fenomenal, como nos velhos tempos, para se colocar entre os ponteiros desde o início e vencer pela primeira vez em 37 corridas. Além disso, ainda garantiu o primeiro triunfo da McLaren na história da Fórmula E.

Mitch Evans também fez grande corrida, mas não conseguiu segurar Bird e perdeu a vitória na penúltima curva. O segundo lugar, ao menos, marca o primeiro pódio do neozelandês no campeonato. Oliver Rowland, por sua vez, teve atuação espetacular e saiu de 11º para tomar o terceiro posto em cima da linha de chegada.

A Porsche, que aparece com seu trem de força nas três posições seguintes, até saiu com um bom resultado do Brasil para o Mundial de Equipes — mas ficou a sensação de que poderia fazer mais. Pascal Wehrlein saiu da pole para ser o quarto, com Jake Dennis — da cliente Andretti — em quinto e António Félix da Costa em sexto. O portugês, pelo menos, assegurou os primeiros pontos da temporada.

A Fórmula E trouxe mais uma corrida movimentada e emocionante ao Brasil (Foto: Fórmula E)

A DS Penske, que fez uma excelente classificação, não conseguiu manter o ritmo na corrida. Jean-Éric Vergne perdeu muitas posições e saiu de terceiro para sétimo, enquanto Stoffel Vandoorne acumulou mais uma prova sem brilho e caiu de segundo para oitavo.

Por fim, dois grandes nomes da corrida completaram o top-10: Maximilian Günther, que largou em último e ainda pagou um stop-and-go de 10s, foi o nono, seguido por Sébastien Buemi — que largou em 18º e, além de ser o décimo, ainda ficou com o ponto da volta mais rápida.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na quarta corrida da temporada da Fórmula E em 2024, em São Paulo:

Corrida de pelotão trouxe emoção de volta à Fórmula E (Foto: Fórmula E)

Corridas de pelotão são necessárias para o futuro da Fórmula E

As reclamações nas três primeiras corridas do campeonato — uma na Cidade do México e duas em Diriyah — foram justas: a Fórmula E se afastou dos momentos emocionantes de 2023 e apresentou provas bem menos movimentadas no início de 2024. Porém, tudo mudou no Brasil. A primeira ‘pack race’ da temporada trouxe uma disputa incrível e, mais uma vez, não se sabia quem venceria até a última volta.

Obrigar os pilotos a cuidarem da energia dos carros é vital para a emoção, já que embaralha as coisas e subverte a ordem de forças ao menor erro estratégico. Não basta velocidade para vencer, mas também estratégia, inteligência, arrojo e entendimento do cenário da corrida. Que venham mais corridas de pelotão em 2024.

Ninguém cresce tanto como a Nissan neste momento

Pole e pódio com Rowland em Diriyah, vitória com a cliente McLaren de Bird e mais um pódio do britânico em São Paulo. A Nissan, assim como fez a DS no ano passado, apresenta franco crescimento em meio à temporada da Fórmula E. De protagonista de treinos livres, o trem de força japonês já começou a chamar atenção nas classificações e agora brilha em algumas corridas. A distância para Jaguar e Porsche ainda existe, mas a primeira vitória do motor já veio em São Paulo. Olho nos japoneses.

Fornecedora da McLaren, a Nissan foi a maior pontuadora entre as fabricantes (Foto: Fórmula E)

Maximilian Günther vive fase inédita na carreira

Rápido, mas inconstante. Bom, mas irregular. Estes são os tipos de adjetivos que costumavam caracterizar Maximilian Günther, mas isso parece ter acabado no ano passado. Depois de uma segunda metade de temporada fortíssima, ofuscando completamente Edoardo Mortara, o alemão parece ser o único capaz de fazer a Maserati andar adiante em 2024. Jehan Daruvala, até agora, não apareceu na Fórmula E.

Em São Paulo, o piloto foi punido por trocar a caixa de câmbio e, além de largar em último, precisou pagar um stop-and-go de 10s. No entanto, aproveitando as duas intervenções do safety-car, Günther se aproximou do pelotão e foi subindo cada vez mais, sem nunca gastar mais energia do que deveria. Uma corrida absolutamente excelente e que mostra como pode ser confiável este ano. E vai precisar, porque a mesma punição já está confirmada para o eP de Tóquio pela troca do inversor de energia.

ERT é uma pedra no sapato de Sérgio Sette Câmara

Convenhamos, o que a ERT fez com Sette Câmara no Brasil foi inacreditável. Avisado para não se preocupar com o consumo de energia, mas apenas com a temperatura do motor, o brasileiro seguiu a orientação da equipe e passou a tentar resfriar o carro. Na última volta, porém, a bateria chegou ao fim e o piloto cruzou a linha de chegada a cerca de 10 km/h. Depois, ainda foi desclassificado por usar mais do que o permitido. Inaceitável.

Sérgio Sette Câmara passou por situação muito complicada em SP (Foto: Rodrigo Berton/GRANDE PRÊMIO)

A Electric Racing Technologies tem o menor orçamento da Fórmula E, todos sabemos. Porém, isso não anula o fato de que a equipe atua em uma das principais categorias do mundo, a única inteiramente feita por carros elétricos. Como disse o brasileiro, não é possível que dos 20 engenheiros na garagem, nenhum tenha percebido que a energia ia acabar antes do fim. O fato é que estar na ERT impede que Sérgio consiga mostrar todo seu potencial, o que é uma pena.

São Paulo nunca pode deixar o calendário

Mais uma corrida espetacular, com um barulho ensurdecedor do público nas arquibancadas e uma pista que extrai o máximo que os carros Gen3 podem oferecer. São Paulo é um grande acerto da Fórmula E, que escolheu um dos melhores traçados de rua — se não o melhor — do calendário no Anhembi. É uma parada obrigatória e que nunca pode deixar a programação da categoria. E a próxima pode ser ainda este ano, já que o objetivo da modalidade é arrastar a prova para dezembro. O público agradece.

A próxima etapa da Fórmula E acontece entre os dias 29 e 30 de março, com a tão aguardada estreia da categoria em Tóquio. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista da temporada AO VIVO COM IMAGENS no YouTube.

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Assista à corrida completa do eP de São Paulo

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