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A evolução da Fórmula E é diferente a de qualquer categoria do mundo do esporte a motor. É um fato que já está posto, evidente a olhos vistos e nem sequer contestado. É natural dado o propósito de uma categoria que deseja ser a virada dos anos 1960, a Era Woodstock, em rebeldia e novidades. A FE responde a outros senhores quando comparada às demais grandes categorias internacionais. Mesmo assim, transformar cada corrida num jogo de videogame no quinto ano de existência ainda é demais.
A ideia de transformar cada corrida em jogos de videogame tem um objetivo sólido: criar algo que possa alterar a dinâmica das provas após a largada. A troca de carro, que tem esse papel desde a primeira temporada, sai de cena ao fim desta jornada 2017/18. A partir do campeonato 2018/19, com novas baterias de maior duração, não serão necessárias. A FE conta com pneus que duram um fim de semana completo, bem como uma quantidade de energia que durará até o fim. Os pit-stops deixam de existir.
Embora possam ser vistas como algo pitoresco, as trocas de carro representam para a categoria algo fundamental em grandes campeonatos de corrida: mudam o ritmo e apresentam a chances de estratégia, surpresa e ação. Equipes e pilotos podem pensar em dividir das provas em antes e depois, como abordar cada parte, onde ser conservador e onde ser agressivo. As trocas são um marco, pois. E estão sumindo.
Mário Kart (Foto: Reprodução/Twitter)
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A Fórmula E precisa acabar com as trocas de carro, por mais lamentável que você possa achar que é esportivamente – e eu concordo. Como as fábricas estão indo para lá pela tecnologia EV – que bomba na indústria automotiva e é a tendência não apenas para os próximos anos, mas para as próximas décadas -, a categoria tornou-se o espelho da eletrificação. Como tal, tem o dever de refletir tudo que a tecnologia elétrica é capaz de fazer nos carros. Baterias que duram uma corrida completa, por exemplo. Não há como lutar contra as necessidades executivas que a categoria apresenta.
Acontece que o fim das trocas de carro, embora necessário para o mercado e o interesse das fábricas, causa um pequeno caos esportivo. O que será a variação de dinâmica nas corridas? Como trabalhar com isso para que cada prova não se torne uma procissão marcada por alguns momentos de agressividade de pista mas, no geral, uma grande linearidade de ações e posições. Um status-quo automobilístico, por assim dizer.
Então a FE, juntamente com a FIA, procura saídas. Uma decisão neste aspecto já foi tomada: um
sistema bimodal de potência passa a valer na próxima temporada. A cada prova, pilotos poderão definir quando andam com o modo de potência mais regular e quando acionam o 'modo turbo', que tende a ser de 20 a 25 kw mais veloz. Parece vago e é exatamente isso. Por enquanto, é tudo o que se sabe, porque os detalhes ainda não foram sequer definidos. Tudo estará pronto no fim de junho, quando uma reunião do Conselho Mundial de Automobilismo está marcado para Manilla, nas Filipinas, e irá chancelar o novo formato. Seja este formato qual for.
Alejandro Agag
confirmou na semana passada que pensa, sim, no tal 'Formato Mário Kart', que foi desfraldado pelo site norte-americano 'Motorsport.com'. De acordo com as poucas informações dadas por Agag, se tratará de um trecho da pista em que os carros passam para ficarem mais lentos – quando isso acontecer, o mundo inteiro saberá que eles estão a segundos de assumir uma velocidade muito maior que o resto. "Como pegar a estrelinha do Mário Kart".
Ulrich Spiesshofer e Alejandro Agag com a nova pintura padrão da FE (Foto: ABB FE)
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Divertido, mas levanta muito mais dúvidas que respostas. A primeira está na questão do bimodal: se há uma velocidade regular, uma bem mais baixa e uma potencialmente mais rápida, bem, então são três modos de potência, não dois. É apenas uma das muitas questões. Onde seria esse trecho de cada pista em que os carros ficam mais lentos? Se for no meio da corrida, péssima ideia. Perigosa, até. Talvez seja o pit-lane, para ao menos dar a sensação de um pit-stop. O quanto vai durar a velocidade mais alta? Em pistas tão estreitas como as da FE, é realmente uma boa ideia ter um carro com velocidade muito maior que os outros na pista? Se não durar muito, vai ser efetivo?
Todas essas são perguntas que não podem ser respondidas agora – seria leviano tentar respondê-las com quase nenhuma informação. O que pode ser questionada é a possível decisão. A FE sabe que está em busca de uma base de fãs diferente daquela clássica, a da F1, por exemplo. Jovens, gente que gosta de competições e que não necessariamente se importa com o som dos carros e o cheiro de combustível.
Uma nova geração e um novo imaginário coletivo para o esporte estão sendo cultivados pela FE, o que é reflexo dos acertos e da ambição da categoria nestes primeiros anos. Mas segue sendo importante, assim como em qualquer negócio, esportivo ou não, na história do mundo, que os responsáveis saibam onde se encontram. A nova base de fãs está em construção, mas a base de fãs da Fórmula E hoje ainda depende daqueles que têm na F1, na Indy, no WEC e adjacentes as suas preferências.
Gente até que tem resistência ao que a FE representa para o futuro do esporte, mas que tolera como uma espécie de prazer proibido por conta das ótimas e constantes disputas de roda com roda, corridas cheias de momentos de imprevisibilidade divididos por um grid forte. Se a FE acreditar que após apenas cinco anos domina um mundo inteiro novo, está errada e rumando por uma estrada perigosa. Criar algo tão artificial como um formato de videogame é demais para os tradicionalistas de quem a categoria ainda depende.
Novo carro da segunda geração da Fórmula E (Foto: Formula E)
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Mas a premissa é verdadeira. A FE precisa mesmo de algo que modifique a corrida. Pensar numa necessidade de troca de pneus é interessante, mas o espaço do pit-lane da Fórmula E é pequeno. Falta tamanho hábil para realizar trocas tradicionais. Um esquema de reabastacimento de energia nos carros? Não é uma má ideia, mas não faz o menor sentido contraposto ao fato de que FE e as fábricas querem mostrar para o mundo que as baterias aguentam uma corrida inteira sem precisar de ajuda.
Pela mera necessidade de mostrar a tecnologia, a Fórmula E vai precisar de uma solução um tanto quanto artificial para os próximos anos, não vai ter jeito. O ideal é que faça algo sutil, ainda que pelo caminho do bimodal, para não ferir os olhos dos fãs mais arredios. Por isso é importante que a decisão final seja da FIA, com pés no chão e sem ilusões megalômanas.
A ideia de um formato de videogame não é ruim, mas precisa ser arredondada e pensada para o futuro, quando a categoria viver no admirável mundo novo que cansa de querer projetar.
QUEM É MAIS CULPADO?
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