Sette Câmara cita “risco para pilotos” e vê Attack Charge como “erro” na Fórmula E

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Sérgio Sette Câmara defendeu mais tempo de testes com o Attack Charge e o desejo de que o artifício comece a ser utilizado apenas na próxima temporada da Fórmula E

Programado para estrear no eP de Misano, no dia 13 de abril, o Attack Charge da Fórmula E está sendo submetido a diversos testes antes de ser permanentemente implementado na categoria. Assim como aconteceu no eP da Cidade do México, no início de janeiro, o artifício voltou a ser avaliado durante o TL1 da última sexta-feira (15) do eP de São Paulo, no Anhembi. No entanto, nem todos os pilotos são a favor da implementação da ferramenta durante a metade da temporada. O brasileiro Sérgio Sette Câmara é um deles.

O Attack Charge vai funcionar da seguinte forma: os pilotos terão de fazer uma parada obrigatória por um intervalo de tempo estipulado antes de cada corrida no pit-lane e receberão uma carga extra de potência que vai levar o carro de 300 kW para 350 kW — sua capacidade total. Lembra um pouco o que já existe hoje com o modo ataque, mas sem a necessidade de passar por um traçado externo da pista.

Quando questionado pelo GRANDE PRÊMIO sobre a implementação do dispositivo no meio da temporada, Sette Câmara foi enfático. “Acho um erro. Acho que tinha de esperar a pré-temporada, ter certeza que a tecnologia é estável suficiente para implementar. Não tem de ter pressa, o campeonato já acabou”, disse o piloto da ERT.

“Em um campeonato mundial sério como nós somos, fica meio estranho. Você não vê isso em nenhuma outra modalidade: ‘ah, vamos introduzir uma nova regra na metade do campeonato’. Acho que não fica legal, acho que tem de ter um padrão”, acrescentou Sérgio.

Sette Câmara é contra introdução do Attack Charge no meio da temporada (Foto: Fórmula E)

Após São Paulo, a previsão é que o Attack Charge também seja testado em Tóquio, a próxima etapa da temporada, como forma de decidir se é seguro seguir a programação da FE e implementar o artifício no eP de Misano, que acontece apenas duas semanas depois da corrida no Japão. Sette Câmara defendeu a ideia de prolongar os testes durante toda a temporada e implementar a novidade — caso seja aprovada — apenas no próximo certame.

“Termina o ciclo. O campeonato acabou? Então, no ano que vem, entra com o Attack Charge, se estiver pronto. Não vejo o motivo de correr, fazer às pressas, sendo que a gente ainda tem problema de confiabilidade com a bateria, e você ainda vai trazer algo a mais que pode criar um risco para os pilotos e as equipes. Acho besteira. Acho que tem de começar a partir do ano que vem”, explicou.

No entanto, ele não é contra os testes que estão sendo realizados. “Mas não vejo mal nenhum de fazer alguns testes ao longo desse ano nos treinos livres e também na pré-temporada. Não vejo mal nenhum”, finalizou Sette Câmara.

O GRANDE PRÊMIO cobre o eP de São Paulo ‘in loco‘ e com grande equipe ao longo do fim de semana. Nesta sexta-feira, 15 de março, o primeiro treino livre está marcado para as 16h15 (de Brasília, GMT-3). No sábado, o segundo treino livre começa às 7h15, seguido pela classificação a partir das 9h. A transmissão da corrida começa às 13h. O GP é emissora oficial da Fórmula E no Brasil e transmite todas as atividades de pista AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube e no Kwai.

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