Vitória em Nova York é chave para Bird que tenta apagar fama de cavalo paraguaio

Sam Bird está acostumado a vencer uma corrida por ano na Fórmula E, sem nunca brigar seriamente pelo título. Eis que o britânico agora tem duas vitórias, e logo num ano em que ninguém parece querer ser campeão. Chegou a vez do veterano?

Austin Hill escapou da confusão e venceu em Knoxville na quarta prorrogação (Vídeo: Nascar)

Ninguém seria capaz de dizer que Sam Bird é um piloto ruim na Fórmula E. Dito isso, ninguém seria capaz também de dizer que trata-se de um piloto incrível. O britânico se viu num limbo em que, apesar de vencer corrida todos os anos, não mostra a consistência necessária para sonhar com título. Eis que isso finalmente começa a mudar: com a vitória no eP de Nova York 2, realizado neste domingo (11), o piloto da Jaguar renasce e mostra que tem talento para, sim, voar bem alto.

Bird aproveita uma temporada em que ninguém parece querer ser campeão. As vitórias são distribuídas de forma democrática, com todo mundo recebendo uma chance de brilhar. Raros são os que conseguem brilhar duas vezes. Sam o fez e, mesmo sem muita regularidade, soma os pontos necessários para ser líder com quatro corridas faltando. Não é o piloto a ser batido, não é o favorito. Longe disso. Mas é mais do que já foi em anos anteriores: um candidato.

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Sam Bird tem duas vitórias na temporada. Uma a mais do que costuma conseguir (Foto: Fórmula E)

Basta lembrar de anos anteriores. Nas três primeiras temporadas, Bird esteve sempre um degrau abaixo de Lucas Di Grassi e Sébastien Buemi, então dominantes. Na quarta, quanto teve mais chances de título, foi para a rodada final já 23 pontos atrás de Jean-Éric Vergne, que confirmou o título com facilidade. Na quinta, venceu uma corrida e nem foi mais ao pódio. Na sexta, quase o mesmo. É só na sétima temporada que a campanha rumo a uma conquista inédita parece se sustentar por meses.

Só que a chance real de título só vai se sustentar se Bird finalmente mostrar alguma regularidade. Do jeito que a temporada anda, dois pódios nas últimas quatro corridas podem ser suficientes. A Jaguar claramente tem um carro veloz e tais resultados não são apenas um sonho distante. Evitar incidentes já vai ser meio caminho andado para chegar lá.

Bird tem 81 pontos e é seguido de perto por dois caras com 76. António Félix da Costa é o vice-líder, com Robin Frijns em terceiro pelos critérios de desempate. O português é a maior ameaça: atual campeão e com equipamento de ponta na DS Techeetah, António tem tudo que precisa para fazer uma virada no apagar das luzes. Não que o piloto esteja fazendo uma temporada incrível, e certamente não está, mas é alguém que tem o teto mais alto. Num dia bom, Da Costa é capaz de dar um banho na concorrência, como muito bem fez no fim da temporada passada. Num dia ruim, ainda tem condições de salvar alguns poucos pontos. Sam, por sua vez, ainda sofre com uma campanha que é muito 8 ou 80.

Antonio Felix da Costa foi ao pódio e aparece 5 pontos atrás de Sam Bird (Foto: Fórmula E)

Frijns, por sua vez, é uma incógnita. O holandês parece ter se tornado mais consistente em 2021, mas comete uma falha grave ao ainda não ter uma única vitória. E logo num ano em que quase todo mundo com carro bom já venceu. Sabendo que o holandês ainda não tem muita experiência em briga por título, além de estar em uma equipe cliente – a Virgin usa trem de força da Audi –, a pergunta que fica é se não falta algo para seguir firme e forte nessas quatro corridas finais.

Claro, essa análise foca apenas em uma parcela pequena de possíveis candidatos ao título. O top-10 ainda é separado por 22 pontos, com outros pilotos de peso nesse grupo. Jean-Éric Vergne, sexto colocado, é talvez o melhor exemplo disso. Só que mesmo gente meio desacreditada, como Edoardo Mortara ou Nick Cassidy, têm motivos para sonhar. Afinal, estamos na segunda metade da temporada e Bird ainda está em alta. Tudo é possível.

A Fórmula E tira agora duas semanas de descanso antes de ir para Londres, que recebe rodada dupla. Depois, outra rodada dupla em Tempelhof, em Berlim. São apenas quatro corridas e a briga pelo título, apesar de afunilar um pouco, segue muito aberta. Para Bird, nada é garantido. Só que é inegável também: 2021 trouxe a chance de ouro de chegar a um novo patamar na carreira.

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