Fitzgerald pede que cuidado em GPs sob chuva na F1 seja aplicado “em todas as categorias”

Adam Fitzgerald garantiu que o amor pelo automobilismo não mudou após o acidente que acabou matando Dilano van 't Hoff na FRECA, porém deseja que a direção de prova tenha com a base o mesmo cuidado visto na Fórmula 1

Ainda se recuperando das inúmeras fraturas sofridas após o grave acidente na corrida 2 da rodada de Spa-Francorchamps da FRECA e que matou Dilano van ‘t Hoff, Adam Fitzgerald admitiu que espera apenas uma mudança a partir da tragédia: que o mesmo cuidado visto em corridas sob chuva intensa na Fórmula 1 também seja aplicado em todas as demais categorias. Na opinião do jovem irlandês, a prova deveria ter sido interrompida uma vez que a visibilidade era zero.

Fitzgerald falou à imprensa pela primeira vez após o acidente em 1º de julho. Ao site Feeder Series, deu detalhes sobre as condições de pista no momento da batida e relatou como tem sido o processo de recuperação agora em casa.

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Adam Fitzgerald falou pela primeira vez após o acidente que matou Dilano van ‘T Hoff (Foto: Dutch Photo Agency)

“As duas primeiras semanas foram muito difíceis, porque eu estava sozinho no hospital durante a maior parte do tempo, na Bélgica, longe da minha família, com poucos conhecidos ali além do meu pai. Isso foi muito difícil. Voltar à Irlanda foi melhor porque fiquei com família por perto”, disse o piloto da RPM, que enfim foi liberado para iniciar a fisioterapia.

Apesar de já poder “andar por aí”, conforme disse, foram quatro vértebras fraturadas na região lombar. “Quando sento, dá muita pressão nas costas, fica muito dolorido, portanto não consigo ficar sentado por mais de duas horas, preciso deitar na cama. Não posso andar por muito tempo, não posso ficar muito tempo sentado…”, explicou.

“Meus braços não doem tanto, mas não consigo esticar totalmente o cotovelo, não tenho muita mobilidade porque coloquei dois pinos”, continuou Fitzgerald sobre a outra lesão. “Isso dificulta coisas como se vestir, comer, coisas do tipo. Não sinto tanta dor desse lado, mas os médicos me disseram que levaria de quatro a seis meses para me recuperar”, completou.

O acidente aconteceu quando faltavam poucos minutos para o fim da prova. Após uma intervenção do safety-car, a direção de prova autorizou a relargada. Na subida da Eau Rouge com a Raidillon, Adam contou que não dava para enxergar as zebras, o que dificultava para o piloto saber exatamente onde estava. Seria, portanto, impossível desviar de um carro que rodasse, e foi exatamente o que aconteceu.

Antes da parada para as férias, a F1 esteve na Bélgica e também sob condições de chuva no sábado. No entanto, os pilotos só foram liberados para a sprint quando o asfalto já não estava tão encharcado. Um cuidado que Fitzgerald só deseja também ver na base.

“Só espero que as mesmas precauções tomadas no GP da Bélgica de F1, de não correr em caso de muita chuva, também sejam aplicadas em todas as categorias no futuro”, ressaltou o piloto, garantindo que a tragédia não interferiu no seu amor pelo automobilismo.

“Essa batida não mudou meu amor pelo esporte. Só me deixou com mais fome do que nunca, quero voltar ao carro. Quando o acidente aconteceu, senti tanta dor que não sabia se ia conseguir voltar a andar. Só torci para não estar paralisado. Alguns dias depois, porém, já queria voltar ao carro. Assisti a todas as corridas, FRECA, F3, F2, F1, tudo. Não mudou minha percepção sobre o automobilismo”, seguiu.

Sobre o futuro, porém, Fitzgerald descartou um retorno ainda em 2023, dizendo que o foco no momento tem sido em capitalizar dinheiro para correr no próximo ano.

“Se fosse apenas as costas, talvez voltasse nas duas últimas rodadas, mas meu cotovelo está bem ruim. Infelizmente, não acho que vamos conseguir recuperar o dinheiro já investido para a temporada. Isso nos coloca em uma situação complicada, estamos tentando obter orçamento para o próximo ano”, concluiu.

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