Ainda que dentro das pistas a Fórmula 1 continue tão previsível quanto nos anos anteriores, os bastidores estão muito mais movimentados e podem apresentar surpresas para a próxima temporada

A surpreendente notícia de que Lewis Hamilton vai deixar a Mercedes e se mudar para a Ferrari em 2025 agitou o mercado de pilotos da Fórmula 1. Após renovar contrato com a equipe alemã no fim do ano passado, o movimento feito pelo heptacampeão era inesperado, e agora influencia o futuro de muitos outros dentro da categoria.

Preterido pelo time de Maranello para abrir caminho para o #44, Carlos Sainz vive melhor momento da carreira e teve nome ligado a equipes como Mercedes e Red Bull, além da Audi, que estreia no grid da F1 em 2026.

Outro fator que deve ser observado e que pode agitar a dança das cadeiras na classe rainha é a crise interna na Red Bull. Em meio à investigação envolvendo Christian Horner e a briga de poder entre o chefe da equipe e Helmut Marko — que conta com o apoio da família Verstappen —, o time da marca de energéticos corre o risco de ver o tricampeão arrumar as malas.

Quais são as principais mudanças que podem acontecer para o próximo ano e como elas influenciam as equipes? O GRANDE PREMIUM conta.

Carlos Sainz

Perto de completar 30 anos de idade, o espanhol vive o auge da carreira. Pela Ferrari, Carlos completou 69 corridas e conquistou as únicas três vitórias na F1 — GP da Inglaterra de 2022, GP de Singapura de 2023 e GP da Austrália de 2024 —, mas terá de abrir caminho para Hamilton em 2025. No entanto, perder espaço para um dos maiores nomes da história do automobilismo não pode ser considerado uma tragédia, embora seja bem verdade que Sainz esperasse renovar com a equipe de Frédéric Vasseur.

De qualquer maneira, cabe apenas ao madrilenho decidir qual projeto é o mais convincente em relação ao que ele espera para o futuro, já que teve seu nome ligado a pelo menos três times: Mercedes, Red Bull e Audi.

Enquanto a equipe de Toto Wolff nunca chegou a considerar seriamente o #55, a Red Bull, por meio de Marko, admitiu que conversou com Sainz, mas que a Audi apresentou uma “oferta mais lucrativa”. Empresário e primo do piloto, Carlos Onoro garantiu que nada será definido antes do GP de Miami, que acontecerá no próximo fim de semana.

Carlos Sainz segue com futuro indefinido na F1 (Foto: AFP)

Max Verstappen

Dado o amplo domínio dos taurinos nos últimos anos, apenas um caos completo dentro da Red Bull tornaria possível a saída do tricampeão para outra equipe em 2025.

Torcendo para que a crise dentro da rival se agrave, a Mercedes já se posicionou publicamente e abriu as portas para que o #1 se torne o companheiro de George Russell. Inclusive, na semana passada, o portal alemão F1-Insider trouxe a informação de que Verstappen irá se reunir com representantes da esquadra de Brackley — comitiva que conta com o próprio Toto Wolff, chefe da equipe; Ola Källenius, diretor-executivo da Daimler, companhia-mãe da Mercedes; e James Ratcliffe, presidente da INEOS — após o GP de Miami.

Caso a quebra de braço na Red Bull resulte na saída de Marko, a atual campeã do Mundial de Construtores terá um motivo a mais para se preocupar com a descontinuidade da parceria com o piloto, já que o mesmo declarou total fidelidade ao consultor. A possível saída de Adrian Newey também pode se tornar um fator determinante no futuro de Max.

Impossível… mas nem tanto. Max Verstappen vira principal personagem do mercado de pilotos (Foto: AFP)

Sergio Pérez

Em último ano de contrato, a Red Bull já afirmou que a permanência de Pérez para a próxima temporada só depende dele. A vaga do mexicano é a mais cobiçada entre os pilotos para 2025, embora Checo tenha maximizado bem os resultados até aqui e largado na frente na defesa pela posição.

Caso tenha de deixar Milton Keynes, o #11 pode encontrar refúgio na Mercedes — embora as Flechas de Prata não pareçam vê-lo como um candidato à vaga de Hamilton —, ou em alguma outra equipe da parte de trás do grid, que talvez não sejam tão atraentes para Sergio. Deixar a Red Bull pode muito bem significar o fim da passagem pela F1.

Perda de vaga na Red Bull pode representar fim de carreira na F1 (Foto: AFP)

Daniel Ricciardo

Após fracassar na McLaren, o australiano recebeu uma segunda oportunidade de ouro na família Red Bull. Embora tenha começado a temporada de olho na vaga que pode surgir ao lado de Verstappen para 2025, Daniel Ricciardo agora precisa se preocupar muito mais em permanecer na categoria até o fim do ano.

Após cinco etapas, o australiano continua zerado na classificação do Mundial de Pilotos, enquanto que Yuki Tsunoda já garantiu sete pontos importantes para a RB (Visa Cash App RB). Como consequência do mau desempenho, o natural de Perth recebeu um ultimato de Marko logo depois do GP da Austrália, que cobrou resultados convincentes.

Ao substituir Daniel durante cinco corridas em 2023, Liam Lawson mostrou que tem potencial, e, por isso, é o nome mais cotado para assumir a vaga do #3. Sem perspectivas de receber uma terceira oportunidade em outro lugar, deixar o time de Faenza pode significar o fim da carreira do piloto de 33 anos na principal categoria do esporte a motor.

Daniel Ricciardo pode não terminar a temporada (Foto: Red Bull Content Pool)

Logan Sargeant

Depois de sobreviver à temporada de estreia muito abaixo das expectativas da Williams, o jovem norte-americano se encontra novamente em uma situação bastante complicada.

O início ruim em 2024 pode forçar a equipe de James Vowles a romper seu contrato e procurar por um substituto bem antes do fim do ano. Caso isso aconteça, a porta se abre para um novato fazer sua estreia na categoria. Felipe Drugovich, Frederik Vesti e Théo Pourchaire são alguns dos nomes sempre citados, além de Mick Schumacher, que pode retornar após mais de um ano longe do paddock.

No entanto, na última semana, o veterano jornalista Joe Saward trouxe a informação de que Andrea Kimi Antonelli pode ser promovido para ocupar o lugar de Logan Sargeant. Vale lembrar que o italiano está em sua temporada de estreia na Fórmula 2, mas sempre foi visto como substituto natural de Hamilton na Mercedes e, por isso, Wolff quer colocar o jovem de 17 anos no cockpit da Williams para que o mesmo ganhe experiência — assim como aconteceu com Russell. Tal movimento pode ser executado já no GP da Emília-Romanha, que acontece entre os dias 17 e 19 de maio.

Questionado desde o ano passado, Logan Sargeant está na corda bamba (Foto: Marco Miltenburg)

Alexander Albon

Companheiro de Sargeant, Alex Albon tem contrato com a Williams até o fim de 2025. No entanto, a ótima performance mostrada no último certame deixa o tailandês correndo por fora na briga por uma vaga em uma equipe de ponta, ainda que as opções sejam bem limitadas.

Ferrari e McLaren já não estão mais disponíveis, ao mesmo tempo em que Albon também não aparece na lista de prioridades de Mercedes e Red Bull. O tailandês terá de torcer por mais reviravoltas inimagináveis se não quiser permanecer na Williams em 2025.

Alexander Albon parece ter poucas opções no mercado (Foto: Williams)

Sauber/Audi

Já de olho na temporada 2026, quando a Audi assume o controle total das operações, a Sauber se posiciona de maneira forte no mercado. Com o novo regulamento de motores que também entrará em vigor no mesmo ano, a marca alemã pode se tornar uma opção interessante.

Após confirmar a chegada de Nico Hülkenberg, o segundo alvo está bem definido: Carlos Sainz. O espanhol é desejo antigo e vem tendo seu nome ligado ao time desde o ano passado. No entanto, parece que o atual piloto da Ferrari se vê em uma posição privilegiada no mercado e usa o tempo para avaliar melhor os possíveis destinos.

Por outro lado, a chegada de Hülkenberg significa que Guanyu Zhou ou Valtteri Bottas terão de procurar um novo lar. Enquanto o chinês espera ajudar a equipe atraindo patrocinadores, o finlandês tem a experiência como trunfo. No entanto, parece que nenhum deles faz parte dos planos da Sauber para 2025.

Nico Hülkenberg escolhe a Audi como nova casa na F1 (Foto: AFP)

Haas

Com a saída de Hülkenberg, a Haas agora precisa encontrar um substituto para o alemão. Além disso, Kevin Magnussen está em último ano de contrato e não há qualquer indício de renovação por enquanto. Desta forma, Ayao Komatsu pode ter de correr atrás de uma dupla totalmente nova.

Piloto da Academia Ferrari, Oliver Bearman parece ser o nome mais provável para assumir um dos cockpits do time norte-americano em 2025. Apesar de ainda competir na F2, o jovem britânico teve a oportunidade de estrear na classe rainha ao substituir Sainz durante o fim de semana do GP da Arábia Saudita, no início de março, e mostrou ótimo desempenho.

Komatsu já deixou claro que espera definir a nova escalação da Haas até o fim de maio.

Komatsu precisa encontrar um substituto para Nico Hülkenberg (Foto: LAT/Haas)

Mercedes

Personagem principal no mercado de pilotos, a Mercedes tem pela frente a árdua missão de encontrar um substituto para Lewis Hamilton.

Parece claro que, neste momento, Wolff vá apostar todas as fichas na tentativa de tirar Verstappen da Red Bull. Caso consiga, não há sinal mais claro que mostre o tamanho da ambição para os próximos anos. No entanto, a comitiva das Flechas de Prata terá de convencer o clã Verstappen de que o time será capaz de desenvolver um carro mais forte do que o W15 e seus antecessores; caso contrário, não há dinheiro que possa tirar o neerlandês de sua zona de conforto.

Se não obtiver sucesso na empreitada, a Mercedes já definiu o plano B para 2025: Antonelli. A pressa em buscar uma vaga para o pupilo na Williams mostra que Toto está determinado a confiar no talento do italiano. Embora Sainz tenha sido especulado, o espanhol claramente é visto apenas como uma terceira via.

Toto Wolff vai apostar todas as fichas em Verstappen (Foto: Marco Miltenburg / Racepictures.com)

Red Bull

A saída de Verstappen pode decretar o início da queda de um império. Embora improvável, a mudança do tricampeão não pode ser mais vista como algo impossível.

Ainda que tenha começado o ano apenas preocupada em avaliar o desempenho de Pérez, a Red Bull vive uma situação muito mais complicada agora. Caso as investidas da Mercedes funcionem, o time taurino sofrerá uma perda irreparável para o futuro. Com contrato até o fim de 2028, a saída precoce de Verstappen pode deixar uma ferida profunda que dificilmente será tratada no curto ou médio prazo, principalmente com a mudança de regulamento em 2026, que deve impactar a ordem de forças do grid.

Red Bull vive momento decisivo que definirá futuro na categoria (Foto: Red Bull Content Pool)

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