Campeão na Europa, Costa vê certames de base dos EUA melhor estruturados: “Você é remunerado”

Apesar de ter sido o único brasileiro a conquistar um título internacional em 2012, o carioca Nicolas Costa não conseguiu encontrar patrocinadores para seguir no automobilismo europeu e voltou seus olhos para as categorias norte-americanas

Não é mais a F1 o principal objetivo de Nicolas Costa. Nos últimos meses, o carioca, campeão da extinta F-Futuro em 2010 e da F-Abarth em 2012, decidiu voltar seus olhos para o automobilismo norte-americano e a Indy. O motivo da mudança de planos é comum a muitos pilotos: a falta de patrocínio. Costa, no caso, passou a enxergar as categorias de base dos Estados Unidos como cenários bem mais viáveis economicamente em relação aos certames do velho continente.

Após passar o primeiro semestre de 2013 parado, algo que não esperava, tendo em vista o título comemorado no fim de 2012, Costa teve a chance de disputar a Pro Mazda no final do ano. "Esperava ter um pouco mais de apoio", confessou. Na América, obteve relativo destaque: foi ao pódio em quatro das oito baterias que correu com a equipe Pelfrey. Tal desempenho o fez recuperar a confiança em si próprio após os meses sem pilotar. 

Mais do que conhecer um novo país, Costa pôde constatar as muitas diferenças existentes entre o conceito norte-americano e o conceito europeu de trabalho. Tornar a correr na Europa não está fora de cogitação, mas o plano para 2014 é costurar um acordo para competir na Pro Mazda ou até mesmo na Indy Lights – último degrau na escada que leva à Indy. A preferência, porém, é pela categoria inferior.

Nicolas Costa celebra pódio na etapa de Houston (Foto: Ron Bijlsma)

“A decisão de ir para os Estados Unidos foi tomada a partir do fato de que todos os pilotos estão precisando de orçamentos estratosféricos que, na minha opinião, são até fora da realidade mundial”, declarou o piloto de 22 anos em entrevista ao GRANDE PRÊMIO.

“Acho bem difícil você entrar lá só com talento. Como o ano de 2012 não deu resultados na captação de patrocínio, resolvi conhecer melhor o mercado norte-americano e acabei me surpreendendo com o que encontrei. Com resultados, você consegue muito mais do que na Europa e até no Brasil. É um mercado muito mais aberto”, descreveu.

“Descartar a Europa, jamais. Se tiver a oportunidade de disputar uma categoria competitiva com a chance de brigar pelas primeiras posições, que nem eu estava tendo antes, com certeza vou agarrá-la. Mas, no momento, o mercado norte-americano parece mais promissor que o europeu”, acrescentou.

Quando fala disso, Costa se refere principalmente à premiação, mas não deixa de mencionar várias outras iniciativas das quais participou nos EUA com as quais não havia convivido na Europa.

“Na Europa, você não tem público, não tem muitas ações com os pilotos e, principalmente, a grande diferença dos Estados unidos é que você tem premiações em dinheiro para os vencedores. Isso faz uma grande diferença. Não é o que acontece na Europa. O piloto que se destaca precisa continuar desembolsando a mesma quantia dos outros pilotos, uma quantia bem considerável. Lá, quando você se destaca, você é remunerado, e muito bem remunerado”, comparou.

Além de prêmios entregues aos melhores pilotos de cada corrida, o campeão da Pro Mazda ganha o orçamento necessário para disputar o campeonato da Indy Lights no ano seguinte.

Falando especificamente da experiência que teve na Pro Mazda, Costa disse que a categoria é bem competitiva e tem um formato semelhante ao da GP3, no sentido de que existem poucos treinos e é preciso se adaptar rapidamente à pista e ao carro.

No que envolve cada etapa é que, na visão do brasileiro, tudo é diferente. “A gente faz várias ações na pista, coletiva de imprensa, sessão de autógrafos, coisa que, na Europa, não existe em quase nenhuma categoria de base. Então o evento em si me surpreendeu bastante, e o nível dos pilotos também”, revelou.

Caso não consiga fazer vingar a carreira nos Estados Unidos, Costa enxerga a Stock Car como alternativa. “É um campeonato profissional e você pode viver dele”, encerrou.

Outro brasileiro que seguiu o mesmo caminho foi Pipo Derani. Depois de correr na F3 Europeia, o paulista decidiu se mudar para os EUA e assinou com a Pelfrey para disputar a Pro Mazda em 2014. Mais um que pensa nessa alternativa é Luiz Razia, que participa de testes da Indy Lights em Sebring nesta semana.

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