Companheiros de Ganassi admitem estranheza com ausência de Franchitti no grid, mas elogiam: "É bom vê-lo trabalhar"

No fim do ano passado, Dario Franchitti decidiu se retirar das pistas. Na verdade, o tetracampeão foi aconselhado pelos médicos a deixar o esporte a motor em decorrência das lesões adquiridas depois do forte acidente que sofreu na segunda corrida em Houston na temporada 2013.

Na última volta da segunda bateria disputada no Reliant Park, o carro de Franchitti alçou voo em direção ao alambrado após um toque com o japonês Takuma Sato. O violento impacto resultou em fraturas em duas vértebras e no tornozelo direito, além de uma concussão cerebral. Mas o dono de quatro títulos, 31 vitórias — sendo três nas 500 Milhas de Indianápolis —, 35 poles e 91 pódios na Indy não poderia apenas ficar em casa, acompanhando as corridas do sofá.

Dario Franchitti acompanha as atividades de longe pela primeira vez. A cara de quem tá gostando… (Foto: IndyCar)

A experiência e o profundo conhecimento da categoria norte-americana pesaram, e Chip Ganassi, que não é bobo nem nada, tratou de colocar Franchitti no cargo de conselheiro do time. Durante a pré-temporada, o tetracampeão trabalhou tanto quanto os pilotos e, atualmente, auxiliar Tony Kanaan na adaptação ao time vermelho.

Amigos de uma vida e sem nunca terem enfrentado qualquer problema os durante 13 anos em que competiram nas pistas, Franchitti e Scott Dixon continuam trabalhando juntos, mas em lados diferentes. Questionado pelo GRANDE PRÊMIO sobre função de conselheiro do ex-colega de equipe, o atual campeão elogiou a decisão de Dario em permanecer ligado à equipe. “Somos muito bons amigos”, afirmou.

“Apesar de tudo, fiquei muito feliz de ver Dario ainda na equipe. Tem sido muito bom tê-lo aqui. A relação continua a mesma. Mas é claro que ele não passa alguns de seus segredos nesta pista… Estou brincando”, brincou o neozelandês.

“Na verdade, ele é um grande esportista. Uma ótima pessoa. E ele tem ajudado muito o Tony dentro da equipe, com toda essa transição. É muito bom, na verdade, vê-lo trabalhar assim, passar a experiência dele”, completou.

Charlie Kimball, que dividiu a Ganassi com Franchitti nas últimas três temporadas, também enalteceu o ganho de experiência da equipe norte-americana com a contribuição do escocês. Mas o piloto de 29 anos não deixou de achar estranha a ausência do veterano no grid. “De fato, é muito estranho não vê-lo de capacete na pista”, revelou ao GRANDE PRÊMIO.

“Mas, por um lado, é até bom, porque ele é um cara extremamente competitivo e um dos pilotos mais fortes que tivemos aqui. Quer dizer, a vida está um pouco mais fácil agora sem ele…”, admitiu.

“Na verdade, Dario é um alguém muito valioso para a equipe”, ressaltou Kimball. “A ajuda que ele tem dado neste ano é incrível. Não há como descrever a importância de seu trabalho, principalmente por causa da grande experiência e do conhecimento que ele possui disso tudo aqui”, acrescentou.

Mesmo morando na Escócia, Franchitti foi uma presença constante nos testes de pré-temporada neste ano, além de algumas provas. Neste mês de maio, Dario acompanhou de perto a preparação da Ganassi para a Indy 500 e tem auxiliado o amigo Tony Kanaan na adaptação à equipe de Chip.

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