Gil de Ferran, bicampeão da Indy, sofre parada cardíaca e morre aos 56 anos
Gil de Ferran faleceu nesta sexta-feira. O bicampeão da Indy e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis sofreu uma parada cardíaca enquanto guiava um carro em um clube na Flórida
O automobilismo brasileiro está de luto. Bicampeão da Indy e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 2003, o piloto Gil de Ferran faleceu nesta sexta-feira (29), aos 56 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca.
Gil sofreu a parada cardíaca entre 14h e 15h do horário local (entre 17h e 18h em Brasília, GMT-3) enquanto guiava um carro no Concours Club, uma pista privada localizada em Opa-locka, na Flórida, que fica a 25 minutos do centro de Miami. Acompanhado do filho Luke, Gil parou na entrada dos boxes e viu o apoio demorar a aparecer, já que não houve acidente. Amigo e piloto de GT, Ozz Negri também estava no local.
Nascido em Paris, Gil de Ferran se mudou para o Brasil com apenas quatro anos de idade, e iniciou a carreira no esporte a motor pelo kartismo, ainda na adolescência. Competindo na Europa, foi subindo a escada do automobilismo e chamou a atenção pelo título de 1992 da Fórmula 3 Inglesa
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A conquista chamou a atenção até da Fórmula 1, e em 1993, o piloto participou de um teste pela equipe Footwork, que acabou muito prejudicado após bater a cabeça enquanto caminhava perto do motorhome. Competindo pela Fórmula 3000 Internacional, foi terceiro colocado na temporada 1994.
Ainda em 1994, Gil foi convidado para um teste pela equipe Hall/VDS, da Indy, e sem opções na Fórmula 1, iniciou a carreira nos Estados Unidos. Logo na temporada de estreia, em 1995, conquistou uma vitória na corrida final do ano, em Laguna Seca, e recebeu o prêmio de novato da temporada.
Seguiu na Hall/VDS por mais uma temporada, onde se destacou o suficiente, inclusive com vitória, para garantir um emprego na Walker Racing em 1997. Por lá, mesmo vencendo apenas uma corrida em três temporadas, foi vice-campeão da Indy no ano de debute e se consolidou como um dos principais nomes da categoria, o que rendeu o chamado da Penske para a temporada 2000.
Na principal equipe do campeonato, desencantou de vez. Em parceria com o compatriota Helio Castroneves, fez um 2000 bastante consistente e saiu com o primeiro título da Indy. Naquele mesmo ano, também fez história na classificação da etapa de Fontana, na Califórnia, onde anotou a volta mais rápida com média de 241.428 mph (388.541 km/h). Até hoje, é a maior velocidade já registrada nas corridas.
Em 2001, repetiu a dose e levantou o bicampeonato da Indy pela Penske, no mesmo ano em que a equipe voltou a competir nas 500 Milhas de Indianápolis, onde chegou no segundo lugar. A glória no Brickyard viria anos depois. Mesmo após sofrer uma lesão nas costas depois de um acidente em Phoenix, se sagrou vencedor no Speedway, em temporada onde finalizou com o vice-campeonato e vitória em sua despedida, no Texas.
Mesmo com uma aposentadoria considerada precoce, aos 36 anos, seguiu no esporte a motor de forma executiva. Em 2005, assumiu a posição de diretor esportivo da BAR, na Fórmula 1, cargo que deixou em 2007. No ano seguinte, retornou ao cockpit pela equipe De Ferran Motorsports, que disputou duas temporadas do American Le Mans Series.
A ideia de chefe de equipe foi transportada também para a Indy. Agora fora do cockpit, Gil fez uma fusão com a Dragon Racing e criou a De Ferran Dragon, que alinhou o piloto brasileiro Raphael Matos durante a temporada de 2010. Porém, por problemas financeiros, o projeto foi encerrado em 2011.
Gil voltaria para a cena do automobilismo em 2018, anunciado pela McLaren como novo diretor esportivo após a saída de Eric Boullier. Ele permaneceu no cargo até 2021. Desde maio, estava de volta na equipe de Woking como consultor.
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