GUIA 2024: Indy foge de momento conturbado com promessa de grande campeonato

Período sem corridas teve adiamento de introdução de novos motores e questionamentos sobre futuro da Honda na Indy. Missão das corridas é tirar foco das perguntas sobre o futuro

Foram 182 dias, mas finalmente a Indy está de volta. Após um longo e conturbado período sem corridas, os motores serão ligados de novo no circuito de rua de São Petersburgo, localizado na região metropolitana de Tampa, na Flórida, para a abertura da temporada 2024, que visa, mais uma vez, promover uma competição equilibrada e se afastar das controvérsias que marcaram os últimos meses.

As polêmicas vieram por conta dos movimentos da categoria para o futuro, com muitos questionamentos em cima da gestão de Roger Penske, que adquiriu a IndyCar Series e o Indianápolis Motor Speedway no fim de 2019. Um dos pontos que chamou atenção foi mais um adiamento da introdução do novo motor. O atraso no desenvolvimento das novas tecnologias e dos testes em pista forçou uma reviravolta.

A novela sobre os novos motores da Indy começou em 2019. Na época, a série americana anunciou que, a partir de 2021, o campeonato teria uma especificação V6 2.4 Litros e de sistema híbrido, com a esperança também de atrair uma terceira montadora. Por efeito da pandemia da covid-19, a introdução foi adiada para o início de 2023.

Posteriormente, em 2022, foi anunciado que a estreia dos motores seria em 2024, com testes acontecendo com e sem o sistema híbrido. Porém, em dezembro do mesmo ano, a Indy anunciou o congelamento do plano, mantendo os atuais motores V6 2.2 litros, mas com a chegada do sistema híbrido. Agora, porém, a estreia da tecnologia foi postergada para o segundo semestre de 2024.

A largada do GP de Portland da Indy (Foto: Indycar)

Ao mesmo tempo em que o atraso acontece, uma nova ameaça também surgiu: a de possível saída da Honda. A montadora japonesa, que está na categoria de forma ininterrupta desde 1994, ligou o sinal amarelo para a renovação do contrato, que vence em 2026. A marca já tem retorno acertado para fornecer potência na Fórmula 1, e chegou até a sugerir que a Ilmor, responsável por construir a especificação da Chevrolet, assuma o programa completo do motor de combustão interna.

Em meio aos congelamentos de desenvolvimento e seguidos adiamentos do novo motor, a chegada de uma terceira montadora, ventilada há anos, também não deu passos significativos, colocando o risco da Indy virar uma categoria monomarca, apenas com a Chevrolet, a partir de 2027 se nenhum avanço com a Honda ou uma nova parceira se concretizar.

A formação do calendário também foi alvo de críticas. Apesar de expectativa por mudanças e aparições de novas praças, a grande novidade acabou sendo a entrada da Corrida All-Star, um evento festivo e sem pontos para o campeonato, que acontecerá no privado circuito do The Thermal Club, na Califórnia, no dia 24 de março.

Uma das corridas mais tradicionais do cronograma, o oval do Texas ficou surpreendentemente de fora. Apesar de ter contrato assinado, não houve consenso em uma data boa para as duas partes, já que o espaço de março ficou com a Corrida All-Star e a pista receberá a Nascar em abril.

Álex Palou conquistou o bicampeonato da Indy (Foto: IndyCar)

Dentro das pistas, a grande estrela é Álex Palou. Mesmo com as polêmicas disputas contratuais, o espanhol seguirá na Ganassi e com a missão de manter o ritmo depois de uma das temporadas mais dominantes que a Indy já viu. O piloto de 26 anos se colocou na prateleira dos bicampeões com um 2023 impecável, garantindo a Astor Cup antes mesmo da etapa final do campeonato, em Laguna Seca.

Porém, a concorrência parece implacável. Na Ganassi, Scott Dixon conquistou um vice-campeonato brilhante, surgindo com força na reta final de 2023 e exemplificando que, mesmo aos 43 anos de idade, tem plenas condições de buscar o feito de A.J. Foyt e se tornar heptacampeão. Enquanto tem dois dos melhores pilotos do campeonato, a Ganassi também aposta na jovialidade de Linus Lundqvist e Kyffin Simpson.

A Penske busca retomar o controle e segue apostando firme no trio de pilotos, talvez o mais equilibrado da Indy no momento. Após uma sequência de vice-campeonatos, Josef Newgarden teve um 2023 bastante irregular, mas que saiu em saldo positivo com a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. Scott McLaughlin parece mais maduro e mais completo, precisando apenas de um salto para buscar a chance de brigar pelo título, enquanto Will Power tenta superar o ano ruim, marcado por problemas pessoais, para voltar a vencer.

Josef Newgarden (Foto: IndyCar)

Sem títulos desde 2012 e com a frustração da rejeição de entrada na Fórmula 1, a Andretti foi ousada no mercado e assegurou a chegada de Marcus Ericsson, vencedor da Indy 500 de 2022. Ele se junta a Colton Herta e Kyle Kirkwood, jovens pilotos que já estavam na equipe. É importante apontar que a operação foi reduzida em comparação com os anos anteriores, com o abolimento do quarto carro.

Após um ano sem vencer, a McLaren precisou recalcular a rota após Palou voltar atrás na decisão de vir para o time. Para acompanhar Pato O’Ward e Alexander Rossi, desembarca David Malukas, que se destacou em duas temporadas pela Dale Coyne e finalmente recebe a oportunidade de correr em uma equipe de ponta.

Nas ruas de St. Pete, os primeiros prognósticos para o ano serão colocados à prova, em uma curiosa temporada onde o equilíbrio deve vir desde o começo, mas com um raro nome a ser batido na figura de Álex Palou.

O GRANDE PRÊMIO publica nesta semana um guia completo da temporada 2024 da Indy.

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