Magnussen ousa ao ir para SportsCar, mas vaga na Ganassi pode virar trampolim para Indy

Kevin Magnussen está oficialmente fora do grid da Fórmula 1 em 2021. Após fazer seis temporadas na maior das categorias, o dinamarquês de 28 anos se viu sem espaço após ser comunicado que não ficaria na Haas e, assim, precisou procurar novos horizontes. A opção? Uma vaga no SportsCar pela Ganassi. Mas há muito mais do que apenas o novo vínculo como contexto.

Em uma análise inicial, a decisão de Magnussen pode parecer um tremendo retrocesso e, de fato, é uma aposta bastante ousada, sim. Só que estamos falando de alguém que tecnicamente é bastante capacitado e que, fatalmente, teria uma vaga em uma categoria ainda maior como uma Indy ou uma Fórmula E. E é justamente aí que precisamos começar a interpretar os rumos que Kevin está tomando.

Desde que soube que seguir na F1 era algo fora da realidade, o dinamarquês fez diversos acenos para a Indy. Em um primeiro momento, elogiou a categoria e a fase que vive o campeonato, depois, admitiu que estava conversando já com alguns times. No fim, reconheceu que o cenário não era dos mais favoráveis para arranjar um assento já em 2021, afinal, o grid do ano que vem da Indy foi tomando corpo bem cedo.

“Estive conversando com alguns times e vendo o que é possível. Estamos atrasados neste ano, então várias equipes já pegaram seus pilotos para o futuro, não acho que é provável [ter uma vaga] para o próximo ano. Mas a Indy é algo no topo da minha lista, sempre fui fã. Adoraria tentar, é um desafio que eu me empolgo muito. Acho os circuitos ovais espetaculares, diferentes do que fiz na minha carreira, algo que não temos muito na Europa. As pistas de ruas também são fantásticas, bem clássicas, e os carros parecidos também são bons”, comentou em coletiva semanas atrás.

Assim, era improvável que Magnussen realmente já pintasse na Indy em 2021, mas a escolha pelo SportsCar mostra que o desejo não ficou para trás. É que Kevin poderia muito bem ter optado por outro campeonato predominantemente europeu, mas resolveu apostar na América. E aí, por mais que o SportsCar esteja em franca evolução e seja, sim, uma categoria interessante, pode também ser um trampolim para a Indy em um futuro bem próximo.

Em uma rápida olhada no grid do SportsCar nos últimos anos, lá estão pilotos da Indy como Ryan Hunter-Reay, Graham Rahal, Simon Pagenaud, Spencer Pigot, bem como Helio Castroneves, que foi campeão em 2020 e volta para a Indy em 2021 pela Meyer Shank. Outro bom exemplo é Pato O’Ward, campeão em 2017 e, hoje, um dos principais destaques na categoria dos monopostos, ou seja: há um movimento constante de transição entre as categorias.

No fim das contas, Kevin vai para uma categoria que tem mais gente com os mesmos interesses que ele, como Felipe Nasr, por exemplo. A grande vantagem, no entanto, é ter uma bagagem ainda maior de F1 e, principalmente, estar com a Ganassi no início do projeto do time, o que pode já render uma conexão imediata com a Indy.

Magnussen aposta alto na mudança e, ao menos em 2021, vai estar um patamar abaixo de onde deveria, mas a expectativa é toda no futuro, todas as fichas estão em 2022 e além. Com promessa de um equipamento bem competitivo, com o talento que tem e ainda sendo, sim, alguém jovem, o dinamarquês tem tudo para seguir os passos de Jan, seu pai, mas não apenas no SportsCar, como também tendo uma carreira na Indy em pouco tempo.

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