Laguna Seca vê ótimo presente com Newgarden e futuro antecipado por Herta

Josef Newgarden é um dos grandes nomes da Indy e, em Laguna Seca, voltou a mostrar isso, sacramentando um merecido bicampeonato. Só que Colton Herta, que venceu, é o futuro e parece ter antecipado isso, mostrando talento e, agora, indo para a Andretti, um carro para brigar pela taça já em 2020

 
Apesar de ter jogado com o regulamento em alguns momentos, especialmente na reta final da temporada, não dá para dizer que Newgarden não teve brilho. Pelo contrário, soube ser completo. Se sempre vimos méritos no estilo Scott Dixon, precisamos valorizar a transformação do piloto da Penske, que também teve suas vitórias vindas de arrojo, mas se destacou por adicionar o lado cerebral ao seu jogo.
 
Com o melhor carro, a melhor estratégia e pouquíssimos erros, Newgarden virou uma fortaleza em 2019, um cara que apontávamos como principal favorito ao título desde a abertura de ano vitoriosa em São Petersburgo. E a tendência é que outros canecos venham aí, afinal, o piloto de Hendersonville, no Tennessee, ainda tem 28 anos.
Josef Newgarden é campeão (Foto: Indycar)

"Estou feliz porque acabou. Estive com medo nas últimas semanas, porque você não cai na real até chegar em Laguna, você percebe a situação dos pontos, e é estressante lidar com a pontuação dobrada. Odiei, odiei pensar sobre e sabia que não tinha criado uma vantagem para tornar mais fácil, e estava com medo, para ser sincero. Não sabia o que aconteceria, e queria ter certeza que asseguraria o campeonato porque o time merece. Eles trabalham duro no paddock, não importa o time ou o piloto que você é. Eles são duro. Tenho intimidade com a equipe e sei o quão duro eles trabalham, e só queria recompensá-los com o campeonato, e isso pesava para mim. Estou feliz que conseguimos passar por hoje, foi meio caótico, houve momentos em que pensei que as coisas estavam do nosso jeito, traçamos uma estratégia e nos agarramos, sem saber se estava dando certo. Mas quando chega no fim, você vê as coisas posicionadas e fica mais tranquilo, o que me deixou aliviado, mas eu penso que estávamos tentando nos proteger como time. A coisa mais importante para a Penske é um carro para vencer o campeonato, e assim que traçamos a estratégia e esperamos as coisas ao nosso favor. Estou orgulhoso de todos, grato pela oportunidade e feliz por ter acabado. Mal espero para a offseason. Acho que será um descanso legal antes do próximo ano", disse o bicampeão.

 
A gente costumava repetir que Dixon e Alexander Rossi seriam os grandes rivais de Newgarden pelos próximos anos, ainda que o neozelandês seja mais velho, se aposente antes. Só que o fim de semana mostrou que é hora de olhar com carinho para outro piloto e não só para vitórias esporádicas, mas também já por título.
 
Trata-se, é claro, de Colton Herta. Com apenas 19 anos, o piloto, num caminho natural, ganharia maturidade nos próximos anos para, depois, brigar por campeonatos. Só que tudo para ele acontece de forma rápida, o paralelo com Max Verstappen sempre fez muito sentido.
Colton Herta tem futuro brilhante (Foto: Indycar)
Herta subiu para a Indy Lights novo, foi para a Indy muito antes do normal, mas vai falar que foi errado? Foram duas vitórias e três poles como novato pela Harding, um braço antes não oficial da Andretti. Agora, para 2020, vira um quinto carro de fato de uma das poderosas do grid.
 
"É, foi a corrida perfeita. Para vencer na Indy, precisa ser a corrida perfeita, você não pode errar e achar que vai se dar bem, porque sempre tem outros caras que podem vencer. Com certeza foi uma corrida em que outros caras poderiam vencer, e os derrotamos, tínhamos o ritmo e fomos melhores. Merecemos vencer", avaliou o garoto.
 
Pelo que demonstrou não só hoje ao vencer em Laguna Seca, mas ao longo da temporada, o sétimo colocado de 2019 vem muito forte ano que vem por uma equipe muito mais estabelecida. Dissemos lá atrás que Colton seria o futuro da Indy, mas parece que o futuro será antecipado.
 
Só que é bem óbvio que não serão apenas Newgarden e Herta os candidatos. Alexander Rossi, por exemplo, tem potencial gigantesco, toda cara de que vai brigar por uma série de títulos nos próximos anos, mas precisa deixar para trás as memórias de mais uma taça que escapou.
Alexander Rossi ficou em terceiro no campeonato (Foto: Indycar)
"É assim que acontece. Quando começamos com pneus vermelhos, sabíamos que os concorrentes seriam Scott e Colton, porque sabíamos que precisávamos vencer. Tomamos a decisão contrária do grid, foi uma aposta, decidimos isso de manhã. Preferia chegar em terceiro o segundo, mas é o jeito que acontece. Acho que tivemos bons momentos no ano, mas não fomos bons o suficiente. Precisamos nos juntar e trabalhar duro", falou Rossi.
 
Dixon é outro que tem tudo para seguir em alta e alcançar o hexa, mais até do que isso. Não foi um ano perfeito, longe disso, cometeu seus erros, mas sabe que a parceria com a Ganassi é das mais vencedoras da história da Indy.
 
"O carro estava bem melhor com os pneus vermelhos. Acho que teve muito desgaste. Bom resultado para o time, bom para a Honda em vencer o campeonato das montadoras e ótimo para o Felix vencer o campeonato dos novatos. Foi uma batalha dura com o Simon no fim, e espero que tenha sido um grande show, já que não estivemos em Laguna Seca por um tempo", explicou Scott.
Simon Pagenaud foi vice (Foto: Indycar)
 
"No geral, acho que foi uma grande corrida, com um grande show para os fãs que vieram aqui, não tem nada para ficar despontado. Dei o máximo o fim de semana inteiro, vocês me viram pilotar com o coração. Eu ganhei Indianápolis, não tem motivo para ficar desapontado. Terminamos em segundo, é a segunda vez que isso acontece, e vencemos em 2016. Acho que os números falam por si só. Queria vencer o campeonato? É claro, mas estou feliz igualmente pelo Josef e o time, por vencer a Indy 500 e o campeonato, é incrível. Eu me diverti muito hoje, foi decepcionante não passar o Dixon porque eu realmente pensei que poderia vencer, mas é isso. Tentei de tudo e não deu certo", descreveu o francês.
 
Fora da briga pelo título, mas potencialmente no grid em 2020, os brasileiros da Foyt se despediram de um 2019 para lá de complicado com provas honestas, mas o resultado não veio. Tony Kanaan foi 16º e Matheus Leist ficou em 17º.
"Foi uma corrida ok para nós. Acho que fomos competitivos no começo. Tivemos problemas de ritmo o fim de semana inteiro, então, penso que deveríamos ser alguns centésimos mais rápidos para ser competitivos, mas fizemos o que poderíamos. Ansioso para o que está por vir. Temos uma longa offseason, muito tempo para trabalhar no que precisa ser melhorado. Vamos voltar, resetar e reiniciar", disse Tony.
 
"Foi uma corrida divertida, com muitas disputas no pelotão intermediário, mas sofremos mais do que prevíamos com o desgaste de pneus. Mexemos no carro depois dos problemas na classificação, mas acabamos não conseguindo ir na direção correta para conseguir mais ultrapassagens e lutar por mais um top-10. Foi uma temporada 2019 de bastante luta na Foyt e com ótimos momentos, como a prova em Portland e em especial o quarto lugar no circuito misto de Indianápolis. Agora é seguir trabalhando para seguir na Indy e conseguir resultados ainda melhores no próximo ano", comentou Matheus.
 

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