Lenda, Kanaan merece respeito e despedida mais digna da Indy

Com 370 corridas na Indy, Tony Kanaan merecia mais respeito e uma despedida mais digna da categoria. Piloto marcou época em mais de 20 anos de competição. Cenário para brasileiros fica praticamente inóspito

A história de Tony Kanaan na Indy chegará ao fim em 2020. Não será exatamente do jeito que o piloto gostaria e do jeito que merece ser reconhecido. Ele correrá apenas os cinco ovais do calendário, já que a Foyt não vive seus melhores dias e precisou dividir o programa do carro #14 com Sébastien Bourdais e Dalton Kellett.
 
Foram 370 corridas disputadas desde 1998 e uma série de momentos épicos colecionados, como a dramática primeira vitória no Michigan, em 1999, o incrível título de 2004, completando todas as voltas do campeonato e vencendo por antecipação, o suado e demorado triunfo na Indy 500, que veio apenas em 2013, e mais recentemente o pódio heróico em Gateway, 2019, com o pior carro do grid.
 
Kanaan tem uma vasta história no automobilismo americano. Sua turnê de despedida deveria ser mais digna. O brasileiro é um dos pilotos mais populares, reconhecidos e respeitados da categoria.

O fim da passagem do baiano pela Indy liga um alerta mais do que vermelho em relação aos brasileiros na categoria. O enfraquecimento da cobertura televisiva nos anos mais recentes, coincidindo com a falta de novos pilotos tupiniquins, transformou a Indycar em um mercado pouco atrativo na hora de manter e buscar novos fãs.
 
Matheus Leist é um dos grandes perdedores desta história inteira. Com apenas 21 anos, teve pouquíssimas chances de demonstrar o potencial na Indy. Agora, foi praticamente queimado da categoria e precisará de bastante esforço para buscar retorno.
 
Com pouca mídia, a Indy vem se tornando uma alternativa menos recorrente aos brasileiros. Sérgio Sette Câmara é um exemplo. Com ciclo praticamente fechado na Fórmula 2, ficou para trás na concorrência por uma vaga na Carlin e na Dale Coyne, times que constantemente procuram pilotos pagantes.
Tony Kanaan (Foto: Indycar)
A postura do novo dono Roger Penske não indica um cenário de mudança. Ele afirmou em entrevistas recentes que procura fortalecer a Indy dentro dos Estados Unidos, preterindo uma expansão internacional. Os recentes cancelamentos de etapas no Brasil tiveram influência em tal decisão.
 
É importante curtir, aproveitar e saborear os últimos momentos de Kanaan na Indy, e não só por fator brasileiro [que vai ficar cada vez mais raro com o tempo], mas por ser um dos grandes de todos os tempos.
 
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