Retrospectiva 2020: Penske e Ganassi sobram, Andretti empaca e McLaren surpreende

A Indy 2020 viu uma briga polarizada entre Ganassi e Penske, enquanto a Andretti, terceira gigante, demorou bastante para conseguir pegar no tranco. A surpresa na ordem de forças foi a McLaren, que iniciou sua trajetória batendo a RLL e incomodando de verdade a Andretti

A RETROSPECTIVA 2020 da Indy continua com mais um capítulo, agora tratando da ordem de forças das equipes na temporada que se encerrou em São Petersburgo, no final de outubro. Ainda que o título tenha ficado entre os times esperados, Penske e Ganassi, houve, sim, margem para surpresas, positivas e negativas, em que se destacam, respectivamente, McLaren e Andretti.

Comecemos, então, pela Ganassi. O time de Chip Ganassi pecou com as performances dos coadjuvantes, é verdade, mas não ter tido os suecos Felix Rosenqvist e Marcus Ericsson sequer no top-10 geral do campeonato não é algo que abale o fato da equipe ter feito Scott Dixon ser, mais uma vez, campeão. Ainda que a Honda tenha sido crucial na equação, desequilibrando o duelo com a Chevrolet em provas vitais como a Indy 500, de pontuação dobrada, e o GP do Texas, a Ganassi foi muito bem e entregou a Dixon um carro extremamente competitivo o tempo inteiro. Só assim para se derrotar a Penske.

Falemos da Penske, pois. No primeiro ano em que Roger Penske esteve no comando da Indy e não da equipe, é justo dizer que o time bateu um pouco de cabeça. Os desempenhos tímidos de Will Power e Simon Pagenaud refletem melhor o que foi a performance da Penske do que o campeonato quase que impecável que fez Josef Newgarden. A realidade é que, se o americano não tivesse sido tão excelente, Dixon venceria de forma bem mais fácil. É aí que a Ganassi acaba levando um pouco de vantagem no confronto direto de 2020.

A Penske dependeu muito do brilho de Newgarden (Foto: IndyCar)

A terceira força do grid ainda é a Andretti, mas 2020 não foi legal para o time que mais carros costuma alinhar no pelotão. É que a equipe, de certa forma, andou para trás, esteve mais perto das demais do que de Penske e Ganassi, ao menos na maior parte do ano. Na avaliação individual, teve um Alexander Rossi rendendo bem menos do que deveria e um Colton Herta brilhando e assumindo protagonismo. Além de Herta, outro alento para a Andretti é o fato de que a esquadra fechou a temporada muito melhor do que abriu, o que deve servir de embalo para equilibrar as coisas com as duas rivais poderosas em 2021.

Aí já surge a McLaren. Em uma primeira temporada realmente impressionante, a equipe chegou pisando forte na Indy, aproveitando o que havia de bom da Schmidt Peterson e potencializando tudo, com um auxílio luxuoso de Pato O’Ward, um dos melhores pilotos do campeonato. O rendimento opaco na Indy 500, inclusive com Fernando Alonso, não tira em nada o brilho do time, que iniciou sua trajetória já coladinha na Andretti e pegou para si o posto de quarta força. Não parece simples que o perca no ano que vem.

A comemoração de Sato ao lado dos proprietários Bobby Rahal, David Letterman e Mikel Lanigan (Foto: Indycar)

A RLL é um dos times mais regulares da Indy nos últimos anos e isso merece ser valorizado. Em um 2020 que, por mais que não tenha ainda buscado a Andretti e que, sim, tenha perdido o duelo com a McLaren, a equipe tem motivos de sobras para festejar. A vitória de Takuma Sato na Indy 500 e o fato de colocar tanto o japonês quanto Graham Rahal no top-7 da temporada devem ser celebrados e, ao mesmo tempo, podem chacoalhar um time que ainda comete pequenos erros. É hora de acertar tudo para disputar um título efetivamente.

Assim como há um espaço considerável entre Ganassi/Penske e Andretti/McLaren/RLL, a distância do time dos Rahal para a segunda página da classificação da ordem de forças também é bem confortável. E aqui aparecem três equipes, sem muita vantagem para nenhuma delas: a Dale Coyne, a Carpenter e a Meyer Shank. A Dale Coyne apostou em uma dupla bastante jovem e fez um trabalho decente, mas que poderia ter sido melhor. Não foi aquele time de fim do grid de outros anos, mas também brecou um pouco uma evolução que era nítida. Preocupa um pouco para o futuro.

A Carpenter, que evidentemente andou para trás desde a saída de Josef Newgarden, também caiu sem Spencer Pigot, mas tem em Rinus VeeKay um nome que pode render bons frutos lá na frente. No carro #20, Ed Carpenter teve uma temporada bastante fraca, enquanto Conor Daly não impressionou também. Na Meyer Shank, o cenário é bem mais positivo. Ainda dando os primeiros passos na Indy, a equipe vai expandir em parte da temporada 2021 com ninguém menos que Helio Castroneves no segundo carro e, mantendo o nível dos últimos campeonatos, tem tudo para deixar Dale Coyne e Carpenter pelo caminho, como já fez com Carlin e Foyt.

A Meyer Shank não para de crescer (Foto: Indycar)

Aliás, falando em Carlin e Foyt, aqui temos mais um confronto sem um vencedor claro. É verdade que a Carlin teve uma pole fantástica com Daly em Iowa, mas passou outra temporada sem nenhum top-5 em corrida alguma. A Foyt, por mais que tenha sofrido bastante novamente, ainda deixa o ano com dois top-10 com Charlie Kimball, dois com Tony Kanaan nos ovais e um quarto lugar impressionante de Sébastien Bourdais na final em St. Pete. De todo modo, ambas ainda distantes das concorrentes mais fracas do grid.

Depois de um 2020 estranho sem testes e com um calendário todo remendado pela pandemia, Ganassi e Penske partem para 2021 na frente, enquanto a Andretti tenta não apenas retomar o contato com as duas, mas afastar a McLaren e a RLL de seus calcanhares.

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