Dovizioso critica Dall’Igna e diz que ficou isolado na Ducati após chegada de Lorenzo

Italiano contou que o chefe da Ducati Corse definiu por dispensá-lo após uma discussão em uma reunião técnica em 2019. O piloto contou que sequer participava do desenvolvimento da Desmosedici

Agora livre de contrato, Andrea Dovizioso enfim quebrou o silêncio sobre o fim da relação com a Ducati e revelou que ficou isolado na equipe após a contratação de Jorge Lorenzo. Fora do grid da MotoGP neste ano, o italiano responsabilizou Gigi Dall’Igna, chefe da Ducati Corsi, pelo desfecho da união.

Contratado pela casa de Bolonha para substituir Valentino Rossi em 2013, Dovizioso deu três vice-campeonatos para a fábrica italiana, mas viu a relação piorar nos últimos anos ao ponto de sequer participar do desenvolvimento da Desmosedici.

Inicialmente, o que se sabia é que o piloto tinha iniciado as negociações para renovar o contrato, mas, em agosto passado, optou por encerrar a conversa. Dovizioso explica, porém, que isso sequer aconteceu, já que nunca recebeu uma proposta para seguir.

Andrea Dovizioso disse que ficou isolado na Ducati nos últimos anos (Foto: Ducati)

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Além disso, Andrea conta que a relação com Dall’Igna não era boa, especialmente após a contratação de Jorge Lorenzo, que correu pelo time em 2017 e 2018, antes de mudar para a Honda e se aposentar ao fim de 2019. Os dois pilotos nunca tiveram boa relação, algo que contribuiu para que Dovizioso ficasse isolado.

“Qual a relação com Gigi? Zero”, disse Dovizioso ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport. “Nos últimos anos, estava em 30%, aí desde que Jorge Lorenzo chegou, em 2017 ― discutindo e indo um contra o outro ―, eu e meu time ficamos um pouco isolados”, relatou.

“Não falávamos mais sobre o desenvolvimento da moto, não tínhamos mais reuniões para desenvolvê-la. Mas na Ducati existe o potencial para fazer isso, já que a competência e a habilidade é muito alta”, comentou. “Destes oito anos, essa é a única coisa que me deixa bravo, pois poderíamos ter feito mais. Gigi e eu não nos falamos com calma desde 2017”, contou.

O italiano revelou que a opção de não seguir com ele não foi unânime dentro da equipe. “Esta decisão veio só de Gigi”, contou.

“Falam da Ducati, mas é errado, pois todas as decisões são dele. Como a escolha por Lorenzo em 2017”, apontou. “No início de 2016, tinha uma possibilidade de pegar [Marc] Márquez, mas Gigi já tinha decidido que queria Lorenzo”, falou.

Andrea acredita que Dall’Igna decidiu não mantê-lo no time após um desentendimento em uma reunião técnica em 2019, entre os GPs da Alemanha e da Áustria.

“Gigi declarou que entendeu que estava acabado pela reunião de 2019, entre Sachsenring e Áustria. Aquela deveria ter sido uma reunião técnica. Nós tínhamos ideias diferentes, houve um atrito e nós queríamos falar com todos os engenheiros”, recordou. “Começou como uma reunião técnica, mas terminou como um confronto entre nós dois. Gigi se sentiu atacado, derrotado”, indicou.

“Naquele momento, acho que ele fechou as portas, mas fez isso em silêncio. E o que ele diz confirma isso”, declarou. “Disseram que eu queria isso e aquilo. Tudo mentira. Nunca houve uma oferta, não houve negociação. Eu só não sabia ainda que não me queriam mais. Mas o que eles disseram foi a confirmação de que, para Dall’Igna, estava acabado depois daquela reunião de 2019”, continuou.

Ainda, Andrea criticou a falta de transparência da Ducati, já que, diferente de Danilo Petrucci, ele não soube com antecedência que não teria espaço na equipe para 2021. “Eu teria considerado a possibilidade da KTM de uma maneira diferente”, completou.

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