Bagnaia alcança meia redenção na sprint em Austin. E Rins dá recado na pista

A terceira corrida sprint da temporada 2023 da MotoGP foi uma prova de recados. Do lado de Francesco Bagnaia, a vitória deste sábado (15) foi um aviso de que o erro na Argentina ficou atravessado, mas será compensado rapidamente. Do lado de Álex Rins, um sinal à Honda na linha do ‘estou aqui e mereço ser valorizado’.

Defendendo a coroa da MotoGP, Pecco começou o ano com uma atuação brilhante em Portugal, com vitória na sprint e também na corrida longa. Na Argentina, porém, uma queda quando rodava isolado na segunda colocação resultou na perda da liderança do Mundial de Pilotos para Marco Bezzecchi.

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A rivalidade com o parceiro de Academia de Pilotos VR46 não é um incomodo em particular, já que ainda resta um longo caminho no campeonato. A queda besta, porém, aborrece um tanto mais. Afinal, traz fantasmas de 2022, quando o italiano de Torino viu Fabio Quartararo abrir mais de 90 pontos de margem depois de uma série de erros.

E foi exatamente por isso que Bagnaia chegou ao Texas em busca de revanche. Pecco não queria esperar para reagir. Diferente de Portimão, quando teve um combate mais duro na sprint, desta vez o italiano foi dominante. Depois de um duelo inicial com Álex Rins, o titular da Ducati disparou na ponta e não deu mais brechas.

Com os 12 pontos da vitória, Pecco cortou a vantagem de Bezzecchi no campeonato, mas segue em segundo, já que o sexto lugar de Marco o manteve no topo da classificação, agora com só um ponto.

“Cometi mais erros, porque fazia muito calor e era muito difícil parar a moto. Mas estou muito contente, tanto pela pole quanto como na sprint”, disse Bagnaia ao serviço de streaming DAZN. “No final, quis abrir uma vantagem, pois nessas condições, era muito fácil sair da trajetória, então queria ter essa margem. Foi uma corrida das minhas favoritas”, frisou.

O #1, contudo, tratou de se livrar do favoritismo para a corrida de domingo.

“Acho que muitos pilotos estarão na frente neste domingo, porque não podemos ser tão agressivos como fomos hoje”, ponderou. “Teremos de manter a calma. [Jorge] Martín estará na frente, Rins também fará uma boa corrida, mas quem tem mais ritmo é Álex Márquez”, analisou.

Mas Pecco não foi o único a mandar avisos em Austin. Na capital mundial da música ao vivo, Rins subiu no palco e mandou um recado forte. No primeiro dia no Circuito das Américas, ex-Suzuki revelou a insatisfação com a Honda. Contratado direto pela HRC, o braço esportivo da montadora, o pai do pequeno Lucas sente que tem sido subutilizado.

Com a ausência de Marc Márquez no GP da Argentina, Rins ganhou a chance de testar o chassi do hexacampeão, mas queria ter provado também a peça de Joan Mir, acabou barrado.

“Noto que a Honda se apoia pouco em mim. Me sinto subaproveitado”, desabafou na quinta-feira. “Um pequeno exemplo é o que aconteceu na Argentina. Depois de provar o chassi de Marc, que é diferente do que Joan vinha usando, pedi que me deixassem provar também o de Mir. Achava que era o momento. E me disseram que não, apesar de terem unidades de sobra”, contou.

“Tentei falar com eles, mas eles são muito quadrados. Não gosto de gritar com os japoneses. Não é que eles me escutem pouco, mas sinto que não se aproveitam de mim”, avaliou.

Na hora de ir para a pista, Rins mostrou o porquê de a Honda ter de aproveitá-lo muito mais. Na sexta-feira, foi um infiltrado no meio das Ducati, algo que repetiu no sábado ao conquistar um lugar na primeira fila do grid. Na corrida curta, Álex até tentou dar combate a Bagnaia, mas ainda que tenha sido derrotado, fez uma corrida maiúscula, especialmente considerando o momento difícil da Honda na MotoGP.

Aleix Espargaró ainda tentou atrapalhar a festa de Rins, mas acabou errando e permitiu o troco.

“Foi espetacular. Uma corrida fantástica, apesar de eu ter cometido um erro ou outro atrás de Pecco, ao não poder parar a moto”, disse o #42. “Escapei da trajetória. Fazia muito calor e a roda dianteira estava bloqueando muito. Depois, atrás de Aleix, quase caí”, contou.

“Estou muito orgulhoso, pois pude manter o meu ritmo. É o primeiro pódio com a Honda. Vou forçar mais amanhã”, avisou.

A chance de rodar atrás de Bagnaia também deu a Rins a chance de analisar a Ducati e fazer comparações com a RC213V.

“Pude ver como as Ducati tracionam mais do que nós. Parece que o pacote aerodinâmico deles lhes permite manter a roda dianteira grudada no chão”, comentou.

Para domingo, Rins prevê um cenário mais difícil, especialmente se o forte calor desta tarde se repetir.

“Na corrida de domingo, se fizer tanto calor, o ritmo não será tão rápido”, alertou. “Fulminei o pneu traseiro, então teremos de controlar um pouco mais. Com o que nós perdemos em aceleração e com as retas longas que temos aqui, teremos de estar atrás deles”, encerrou.

A largada da MotoGP para o GP das Américas está marcada para às 16h (de Brasília) de domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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