Crutchlow diz que Yamaha tem de melhorar “pra cacete” e pede foco em motor e eletrônica

Piloto de testes da Yamaha, Cal Crutchlow reclamou de um foco excessivo na aerodinâmica, mas avaliou que a casa de Iwata está no caminho certo com o motor. Britânico considerou que YZR-M1 precisa de um motor rápido, mas suave

Cal Crutchlow não é um homem de meias palavras. Piloto de testes, o britânico reconheceu que a Yamaha precisa melhorar “pra cacete”, mas defendeu que a aerodinâmica seja deixada de lado em prol do melhor desenvolvimento de motor e eletrônica.

Funcionário da Yamaha desde que se aposentou, Cal volta às pistas neste fim de semana, como wild-card do GP do Japão.

Cal Crutchlow vai disputar o GP do Japão como wild-card (Foto: Yamaha)

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“Depois de sete meses sem correr, é difícil”, disse Cal. “Estava feliz testando, mas quando eles disseram ‘quer fazer um wild-card?’, nós precisávamos, pois não testamos o suficiente”, seguiu.

“Precisamos de tempo extra na pista, e essa é uma oportunidade de fazer isso. E, obviamente, Motegi faz sentido para a Yamaha ter as motos aqui”, ponderou. “Acho que faz sentido testar um pouco mais: se temos algo novo a testar é sempre uma grande história. Vamos ver o que podemos fazer”, acrescentou.

Mesmo já tendo testado em Motegi, Crutchlow avalia que é difícil ter referências para o GP do Japão, já que foi uma atividade solitária.

“É difícil quando você está sozinho. Eu estava sozinho na pista, como na maioria dos testes deste ano”, apontou. “Então ter alguma referência é sempre difícil. Mas foi ok, fiquei feliz com a maneira como estava indo. Mas, obviamente, não estou muito satisfeito com o processo de desenvolvimento no momento”, assumiu.

Cal considerou que o motor está na direção certa, mas assumiu que Fabio Quartararo tem razão quando diz que “esperava muito mais”.

Questionado se sente que a Yamaha precisa melhorar, Crutchlow respondeu: “Pra cacete, pois, no momento, não desenvolvemos da maneira que deveríamos”.

“Mas acho, e espero, que isso mude. Como sabem, tenho testado um novo motor. Acredito que a direção do motor seja a correta, mas não é o passo que estamos procurando”, reconheceu. “Mas acredito que essa direção é a melhor maneira para podermos trabalho. O problema, para mim, é que a ênfase está demais na aerodinâmica”, pontuou.

“Fiz três testes esse ano que foram focados em aerodinâmica. E precisamos melhorar em outras áreas antes de melhorarmos a aerodinâmica, pois acredito que podemos rodar nessa pista com a carenagem normal, sem aerodinâmica, mais rápido do que com a aero”, avaliou. “A equipe de testes está trabalhando muito bem, trabalhamos de uma maneira boa, eles escutam. Mas o problema é a ação. Precisamos agir, eles têm de entender o que trazer”, defendeu.

Em um momento em que muitas fábricas se voltam para a aerodinâmica, Cal vai no sentido oposto e diz que a marca dos três diapasões precisa, primeiro, pensar em motor e eletrônica.

“Acredito que eles entendem, mas fazer, no momento, é outra história. Acredito que irão, pois há de chegar um ponto em que temos de avançar de uma maneira melhor. São três pontos chave em que precisamos trabalhar: motor e eletrônica são as duas principais, e a aerodinâmica é a última coisa”, indicou. “Essa moto funciona quando as asas são pequenas, sem tentar seguir a direção dos outros construtores. Essa moto é diferente da dos outros construtores e nós precisamos dar um passo atrás nessa área”, defendeu.

“Precisamos construir um motor mais rápido, mas, com certeza, precisamos construir um motor suave, pois, até mesmo o motor deste ano, disse que acreditava que não deveríamos usar. Fabio e Franco [Morbidelli] escolheram esse motor e agora temos problemas, pois é muito agressivo e não cria aderência”, completou.

MotoGP 2023 retoma as atividades no fim de semana do dia 1º de outubro, com o GP do Japão, a ser disputado em Motegi. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.

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