MotoGP vê novo asfalto e pneus bagunçarem ordem de forças em primeiro dia no Catar
As amplas reformas feitas no Catar e os compostos levados pela Michelin mexeram na dinâmica da MotoGP nesta sexta-feira. Enquanto os postulantes ao título Jorge Martín e Pecco Bagnaia não passaram de sétimo e oitavo, respectivamente, o azarão Raúl Fernández se aproveitou para liderar o dia
O primeiro dia de treinos da MotoGP para o GP do Catar viu uma grande mudança na balança de forças do grid. Enquanto os postulantes ao título Francesco Bagnaia e Jorge Martín tenham se garantido diretamente no Q2, passaram longe do brilho de outrora, e viram a Aprilia se colocar nas primeiras posições, principalmente com Raúl Fernández, o mais veloz das atividades iniciais.
Com 1min52s843, o talentoso espanhol da RNF já tinha andado bem no treino livre 1, mas foi o treino final do dia que o colocou ainda mais em destaque. Sempre entre os mais velozes, o #25 achou uma grande volta no fim e ainda contou com uma bandeira amarela no fim, fazendo com que muitos concorrentes precisassem diminuir o ritmo.
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Um dos motivos para essa mudança nas forças da MotoGP em Lusail pode ser explicado pela própria pista catari. O asfalto foi modificado meses atrás e já tinha recebido opiniões mistas dos pilotos da Fórmula 1. Por conta dessas alterações, os pneus ganharam novas especificações. Para este final de semana, a Michelin precisou até levar pneus extras depois do recapeamento feito.
A pista catari passou por uma ampla reforma, que, inclusive, motivou a transferência da corrida do início para o fim da temporada. E foi justamente por ainda não ter muita aderência que a Aprilia se aproveitou logo de cara para obter bom rendimento, mesmo que Fernández não esteja confiante para os próximos dias.
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“Estou muito feliz por estar na frente. O Maverick [Viñales] é obviamente mais rápido do que eu, mas não estou pensando em resultados porque tenho certeza de que a Ducati estará, amanhã, novamente no topo”, afirmou.
“A verdade é que ainda tentamos entender, mas sofremos em circuitos com muitas frenagens. Quando encontramos pistas como Silverstone e Lusail, onde você freia menos e anda maiores distâncias, a moto trabalha bem. Um bom balanço deve ser idenficiado para sermos fortes em todas as pistas. A sessão não foi das mais fáceis, mas espero que possamos conseguir bons resultados. Estou focado em trabalhar e entender como melhorar a moto, então quero estar calmo e me divertido, mas hoje aproveitei como uma criança”, completou o espanhol.
Se Raúl Fernández acredita em uma recuperação da Ducati neste sábado, talvez ele não esteja tão pessimista. Na primeira sessão do dia, Bagnaia ficou na quarta posição. E no treino da tarde, o italiano líder do certame e atual campeão, terminou em oitavo. Mesmo assim, parecia administrar o ritmo desde começo, por isso não quer mudanças na moto para a classificação no Catar.
“Estou muito contente de como foi o dia porque comecei a sessão da manhã e tudo estava perfeito na moto, isso ajuda muito. Trabalhamos bem e ontem vimos muitas coisas no ajuste que iniciamos, então estou muito feliz por isso. Pela manhã, por conta das condições, não conseguimos testar muitas coisas, fizemos apenas um ajuste na dianteira”, afirmou Bagnaia ao Dazn España.
“De tarde, melhoramos. Por isso, não vamos encostar em nada até amanhã. Não foi fácil entender as condições do pneu dianteiro durante a tarde porque depois de seis voltas eles acabavam e precisa ativar o modo de instinto, mas ajudou a entender com qual pneu vamos seguir no final de semana. Logo, foi melhor não usar o composto duro na dianteira, guardando para amanhã e dar mais voltas”, completou.
Por outro lado, Martín comandou o 1-2 da Pramac no treino livre e sofreu na sessão da tarde no Catar. Por mais que tenha sido sétimo, o espanhol não se mostrou confortável e saiu reclamando do rendimento dos pneus em Lusail depois de andar nas últimas posições em boa parte da atividade.
“Não é nada normal andar a quatro segundos do primeiro [colocado], mas sabia que eram os pneus. Obviamente fiquei frustrado neste momento porque não entendia nada e escorregava em todas as curvas. Complicado fazer voltas rápidas depois de andar três segundos atrás dos tempos normais, mas peguei referências e fui capaz de, em duas tentativas, me colocar [no top-10]”, disse Martín.
A dificuldade com os compostos ainda fez com que o piloto da Pramac visse a sexta-feira como um dia desperdiçado e espera que consiga melhorar o desempenho no último treino livre antes da classificação.
“Obviamente não foi a melhor volta, mas fui capaz de entrar, que era o objetivo de hoje e fico feliz por isso. E pelas condições que estávamos rodando, creio que andamos rápido porque acho que estávamos com pneus diferentes de todo mundo e não foi meu melhor dia. Começamos com um pneu de duas voltas, praticamente novo, mas não funcionou e quase caí em todas curvas. Mas acho que estava com problema, pois não era normal, mas solucionamos. No fim, um dia perdido porque não conseguimos trabalhar em nada, só trocar os compostos”, completou.
O treino classificatório da MotoGP para o GP do Catar, no circuito de Lusail, acontece no sábado, às 9h40 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.
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