Ducati celebra título que “significa muito para nós” e compara com 2007: “Mais difícil”

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti disse à revista italiana Motosprint que foi uma semana de muita pressão e exaltou Francesco Bagnaia pelo trabalho feito na temporada 2022

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti avaliou que o título conquistado por Francesco Bagnaia neste domingo (6) foi “ainda mais difícil” do que aquele conquistado por Casey Stoner em 2007. O dirigente frisou a importância do resultado depois de tanto tempo de jejum para a marca de Borgo Panigale.

Até agora, Stoner era o único campeão pela Ducati, mas Pecco encerrou um jejum de 15 anos ao bater Fabio Quartararo na final deste domingo por 17 pontos de pontos de diferença. Além do fim do jejum da casa de Bolonha, o desfecho do GP da Comunidade Valenciana representa também a primeira conquista de um piloto italiano com uma moto italiana desde que Giacomo Agostini venceu as 500cc com a MV Agusta em 1972.

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Francesco Bagnaia encerrou jejum de 15 anos da Ducati (Foto: Ducati)

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Bagnaia vence MotoGP com 17 pontos de vantagem

“Agostini foi o último piloto capaz de vencer em uma moto italiana, em 1972. 50 anos depois, um intervalo de tempo impressionante, um italiano voltou a vencer com uma moto italiana”, comemorou Ciabatti. “É um resultado muito importante para todos nós e para a equipe. Para a Itália”, frisou.

Ainda empolgado com o resultado, Ciabatti admitiu que foi uma semana difícil, já que apesar dos 23 pontos de vantagem que Bagnaia tinha para Quartararo após o GP da Malásia, ainda era preciso fechar a conta.

“Menos mal que terminou assim, pois foi uma semana de tensão crescente. Obviamente, sabíamos que Quartararo tinha uma tarefa, mas ele é um piloto forte, então tínhamos de ser cuidadosos até que fossemos matematicamente vitoriosos”, apontou. “Finalmente, conseguimos vencer o título de pilotos, um título que nos faltava desde 2007. Hoje é outra MotoGP, com muitos pilotos fortes e muitas marcas na pista. Não quero tirar nada de 2007, mas talvez o campeonato deste ano tenha sido ainda mais difícil”, avaliou.

Ainda, Paolo exaltou a importância de Pecco e destacou que ele foi quem mais liderou voltas ao longo de 2022.

“Significa muito para nós, para o trabalho que fizemos que departamento de corridas. Ele é um grande piloto. Não há nada mais a dizer. Ele é o piloto que fez mais voltas na liderança”, falou.

O dirigente destacou que a Ducati sabia que, já nos últimos anos, tinha nas mãos uma moto rápida, mas era preciso acertar alguns detalhes para poder dar o passo final.

“Nós sabíamos que tínhamos uma moto rápida, mas precisávamos melhorar em algumas áreas. Mas a receita para uma moto perfeita não existe”, opinou. “Nós conseguimos construir uma moto que permitiu que sete pilotos conquistassem poles e pódios”, sublinhou.

Ciabatti comentou, ainda, que a Ducati passou por uma mudança importante em 2020, quando decidiu abrir mão de medalhões como Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci, e investir em jovens pilotos. E lembrou, inclusive, que os italianos foram criticados pela aposta em Bagnaia.

“Em 2020, nós decidimos fazer uma mudança, com muitos pilotos jovens. Contratamos Bagnaia e recebemos criticas por isso. Acho que o resultado deste campeonato mostra o acerto desta escolha”, defendeu.

Questionado sobre o momento em que percebeu que o sonho do título poderia se tornar realidade, Ciabatti respondeu: “Quando vencemos quatro corridas seguidas, entendemos que poderíamos conseguir e nos comprometemos ainda mais, pois estávamos convencidos de que era possível chegar à linha de chegada, Quando estávamos a 91 pontos, estávamos menos otimistas. Mas não tínhamos nada a perder, então trabalhamos corrida a corrida. Fizemos algo sensacional ao recuperar essa diferença”.

“Espero que seja o início de uma nova era. A geração dos jovens pilotos e muito rápidos. A Ducati tem a moto mais competitiva do grid e, para o próximo ano, pode ser ainda melhor. No papel, temos a equipe mais forte do próximo ano, com os dois pilotos que venceram a maioria das corridas deste ano”, encerrou.

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GRANDE PRÊMIO preparou cobertura especial da decisão da MotoGP. Confira aqui (Foto: Divulgação | Arte: Rodrigo Berton)

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