Ducati domina por mérito. Mas tem de dormir de olho aberto na MotoGP

Protagonista absoluta da MotoGP nos últimos anos, a Ducati tem domínio absolutamente respaldado em impressionante capacidade técnica. Mas a marca comandada por Gigi Dall’Igna precisa se manter vigilante, pois tem um gigante alvo nas costas

A Ducati soube reescrever com brilhantismo a própria história na MotoGP. Durante muitos anos, a marca de Bolonha foi aquela que tinha um passado até que glorioso — respaldado pelo título conquistado por Casey Stoner em 2007 —, mas vivia um longo período de seca e puro sofrimento. Mas os italianos souberam se reinventar como poucos.

O ponto de virada veio com Valentino Rossi. Dono de sete títulos mundiais, o italiano foi contratado pelo time de Borgo Panigale para provar que a moto era boa. Mas provou justamente o contrário. Naquele momento da história, a Desmosedici era um protótipo sem grandes qualidades e que não funcionava para qualquer um. Quando falhou com o #46, ficou evidente que era necessário fazer mudanças.

E a chegada da Audi — que comprou a marca em 2012 — promoveu as alterações necessárias. Filippo Preziosi deixou o comando da Ducati Corse e, depois de uma rápida passagem de Bernard Gobmeier, Gigi Dall’Igna tomou o comando da divisão de corridas.

Nas mãos do ex-Aprilia, a Ducati começou a se reerguer pouco a pouco. Foram longos anos de evolução, mas hoje a Desmosedici é praticamente imbatível. Na gestão Dall’Igna, a casa de Bolonha se destacou pela capacidade de inovação e promoveu mudanças que foram depois copiadas pela concorrência, dando uma nova cara — e um novo status — para a própria classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

A assinatura de Gigi Dall’Igna acompanha o domínio da Ducati (Foto: Ducati)

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Ano passado, a Ducati faturou o título do Mundial de Construtores com 327 pontos de vantagem para a KTM, a segunda colocada. Uma medida clara do domínio da marca.

Mas essa autoridade já começa a preocupar. Atenta às dificuldades de Honda e Yamaha, a Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, conseguiu convencer às fábricas a aceitarem uma mudança na regra de concessões. Assim, as japonesas serão as mais beneficiadas, enquanto KTM e Aprilia terão alguns poucos agrados. A Ducati, por sua vez, perde privilégios, como, por exemplo, o direito de fazer wild-cards. Assim, Michele Pirro fica condenado a fazer apenas testes — salvo, claro, um inesperado (e improvável) revés que torne a marca um fiasco nos primeiros seis meses de 2024, quando a pontuação que divide os construtores em grupo será revista.

A esquadra vermelha tem plena capacidade de se manter entre as ponteiras, mas sabe que tem uma concorrência forte e que está atenta a cada passo, buscando inspiração no protótipo dominante. KTM e Aprilia estão menos distantes, enquanto Honda e Yamaha ganharam uma chance de ouro na tentativa de recuperação.

O caminho das rivais ainda é longo, mas a Ducati não pode se dar ao luxo de descansar. É preciso dormir de olhos abertos.

MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de fevereiro de 2024, com os testes de pré-temporada na Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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