Ducati pinta MotoGP de vermelho no dia 1 na Itália. Rivais têm lampejos de competitividade

A Ducati colocou seis das nove motos que têm na pista neste fim de semana no top-10 da MotoGP nesta sexta-feira (9). Álex Rins, Brad Binder e Aleix Espargaró surgiram mostrando um fiozinho de força de Honda, KTM e Aprilia, respectivamente

A Ducati pintou a MotoGP de vermelho nesta sexta-feira (9) de treinos para o GP da Itália. A casa de Borgo Panigale puxou uma dobradinha com Francesco Bagnaia e Marco Bezzecchi no combinado dos treinos, colocou seis das nove Desmosedici que estão no grid de Mugello no top-10 e ainda liderou o ranking de velocidades com a marca de 360 km/h registrada por Jorge Martín.

Bagnaia ainda desfila pelo paddock de muletas por conta de uma fratura no tornozelo sofrida em Le Mans, mas se pôs forte o bastante para anotar 1min45s436 na tarde da Toscana e ficar no topo da tabela por uma margem de só 0s063 em relação a Marco Bezzecchi.

Francesco Bagnaia foi o mais rápido do fim de semana (Foto: Ducati)

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Historicamente, Honda e Yamaha contam com um recorde mais favorável em Mugello, com 16 triunfos da marca da asa dourada e 13 do time de Iwata. A Ducati venceu por lá cinco vezes, inclusive no ano passado, com o próprio Bagnaia. Os outros triunfos foram registrados em 2019 com Danilo Petrucci, 2018 com Jorge Lorenzo, 2017 com Andrea Dovizioso e 2009 com Casey Stoner.

Ver a Ducati forte, porém, surpreende pouco, já que esta é a tônica dos últimos anos na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. Assim, roteiro normal para esta sexta-feira.

“Estou contente com a minha estratégia”, contou Pecco. “Eu estava bastante preocupado com a possível chuva desta tarde, pois trabalhamos para a corrida na parte da manhã e [a situação] era crítica, porque, se chovesse, estaríamos fora [do Q2]. Sabemos que amanhã será mais fácil. De qualquer forma, a estratégia foi boa e trabalhamos bem, também de tarde com condições bastante difíceis por causa das temperaturas. Estou contente com os pneus, com o trabalho e com o tempo de ataque”, apontou.

Pecco acredita que, mesmo com chuva, pode ter uma boa performance no fim de semana.

“Parece que pode chover amanhã de tarde. Neste caso, todos sabemos que o nível de aderência da pista não é muito alto”, comentou. “Na última vez que eu rodei na água, caí, mas era competitivo. Então confio que meu ‘feeling’ será bom. Para a corrida de domingo, que pode ser no seco, me sinto bem”, declarou.

“Não estou preocupado com o desempenho da Ducati, mas por ter acumulado zeros nesta temporada. Será importante estar tranquilo e, se tiver dificuldades, não exagerar”, avaliou.

Ainda, como já tinha feito na quinta-feira, Francesco garantiu que não está sendo afetado pela fratura no tornozelo.

“Como disse ontem, meu tornozelo não está afetando meu estilo de pilotagem. Evidentemente, não estou na minha posição ideal, estou um pouco limitado por isso, mas não em níveis de desempenho”, sustentou.

Vice-líder do Mundial, com um só ponto de atraso para Bagnaia, Bezzecchi foi só um pelinho mais lento, mostrando potencial para disputar mais essa vitória, a terceira da temporada.

Marco Bezzecchi ficou com o segundo tempo (Foto: VR46)

“Estou feliz com as sensações de hoje: nós conseguimos ser rápido de imediato, também considerando que a sexta-feira é crucial para a performance no GP”, disse Bagnaia. “Estou satisfeito com a volta rápida, caro, mas também com o ritmo. Nas últimas corridas, nunca fui perfeito no tempo de ataque, mas hoje foi muito melhor e eu fiz um bom uso do pneu macio”, seguiu.

“É só sexta-feira, mas foi um ótimo início”, avaliou. “O circuito é uma loucura. Para um italiano, correr aqui é uma loucura. Amanhã vamos tomar a decisão final sofre o pneu da corrida, mas o dianteiro duro não é ruim. Talvez se ajuste melhor ao meu estilo de pilotagem. Dei um grande passo na curva 3, mas tenho de trabalhar na 1 e na 4 para ser realmente competitivo”, assumiu.

Em uma resposta à Honda, que optou por não deixá-lo provar o chassi Kalex, Álex Rins liderou o esforço da marca nesta sexta-feira. O espanhol foi apenas 0s081 mais lento que Bagnaia e ficou com o terceiro posto.

“Foi uma volta incrível, que não consegui fazer nem com a Suzuki”, disse Rins. “No início do segundo treino, saí com pneus macios, mas não me senti muito bem. Tive problemas, principalmente na freada”, indicou.

“Fizemos uma mudança no acerto e isso me ajudou a fazer melhor as curvas. Por isso, consegui fazer bons tempos mesmo com pneus usados”, falou. “Cometi alguns erros na minha melhor volta. Por isso, estou confiante de que posso melhorar meu tempo outra vez no sábado”, acrescentou.

A KTM, que tem sido protagonista em 2023, inclusive com vitória na corrida sprint, apareceu na quarta colocação, com Brad Binder, que ficou a 0s118 de Pecco.

Brad Binder foi a melhor KTM do dia (Foto: KTM)

“Cometi alguns erros com o primeiro pneu, por isso o tempo de volta não foi o ideal”, disse Binder. “Na segunda tentativa, escapei na curva 1 na primeira volta. A seguinte foi cancelada por causa de uma bandeira amarela. Tive a sorte de conseguir dar mais uma volta antes de que o tempo acabasse”, assumiu.

Agora, Brad acredita que precisa melhorar alguns aspectos na RC16 para poder brigar pela vitória na sprint e no GP tradicional.

“Sei que ainda precisamos melhorar no sábado. A moto é um pouco instável e a roda dianteira frequentemente trava nos pontos de frenagem”, contou. “Se conseguirmos controlar essas duas áreas, estamos muito preparados para sábado”, atestou.

O dia, porém, teve parte dos holofotes focados em Aleix Espargaró. O catalão voltou chorando aos boxes da Aprilia no primeiro pit-stop do treino um, resultado de um acidente de bicicleta que o deixou com dores. Ainda assim, o pai dos gêmeos Max e Mia fez 1min45s784 e ficou com a nona colocação, 0s348 atrás do ponteiro.

Aleix Espargaró voltou aos boxes chorando (Vídeo: Reprodução/MotoGP)

“Antes de mais nada, eu gostaria de me desculpar com a equipe. Sei como essa corrida é importante para eles e a minha queda de bicicleta ontem, por causa de uma distração, certamente no foi o melhor início do fim de semana”, reconheceu Aleix. “Fiz e vou continuar fazendo todo o possível para alcançar o máximo, cerrando os dentes e suportando a dor no calcanhar, que, lamentavelmente, é bem significativa”, pontuou.

“Hoje de manhã, não fiz muitas voltas. Aí fiz um tratamento no pé e, de tarde, ainda que limitado, pude trabalhar”, celebrou. “Acho que a nossa volta rápida poderia ter sido melhor. Cometi um erro na minha primeira tentativa. Na segunda, veio a bandeira amarela. Na terceira, fiz meu melhor tempo. Agora, estou contando com algum descanso para deixar o inchaço diminuir e aparecer amanhã nas melhores condições possíveis”, adicionou.

O dia, contudo, não foi nada bom para a Yamaha. Fabio Quartararo ficou apenas em 15º, com Franco Morbidelli em 16º. Os dois ficaram separados por só 0s030 e a menos de 1s do ponteiro.

Quartararo não conseguiu melhorar o tempo na parte da tarde, quando também foi atrapalhado por uma bandeira amarela na última tentativa.

“De manhã nós fizemos um bom tempo e uma bela sessão”, destacou Fabio. “Mas, depois, falhei no ataque à tabela e não fizemos tempo. Temos de entender o que aconteceu, porque a moto é a mesma”, indicou.

“É estranho, os outros deram um passo, enquanto nós não conseguimos. Estou encarando isso de um lado pessoal”, apontou. “Também cometi um erro e teve uma bandeira amarela: eu teria feito 1min45s9. Não acho que teria sido suficiente para o top-10”, assumiu.

Fabio Quartararo busca motivo para não ter melhorado (Foto: Yamaha)

Morbidelli, por sua vez, melhorou 0s162 entre uma sessão e outra, um pequeno avanço que não o permitiu ficar entre os melhores.

“Estamos mais atrás do que gostaríamos estar”, admitiu Morbidelli. “Sinceramente, hoje nós esperávamos ir direto ao Q2. Uma volta em 1min45s8 era uma meta alcançável. Mas não fomos para a pista no momento certo e, por isso, perdemos décimos ao longo do caminho que são cruciais nesse pelotão”, justificou.

“Nosso ritmo de corrida é sempre decente e interessante, mas é difícil quando começamos atrás no grid”, encerrou.

O terceiro treino da MotoGP para o GP da Itália acontece às 5h10 (de Brasília) de sábadoGRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.

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