Ex-chefe da RNF critica sócios e comenta punição na MotoGP: “Temos um problema”
Razlan Razali, um dos fundadores e ex-chefe da RNF, comentou a decisão da MotoGP de barrar a equipe do grid para a temporada 2024 e ainda fez duras críticas aos parceiros da CryptoDATA
Durante o fim de semana do GP da Comunidade Valenciana, os boatos sobre a situação da RNF começaram a pintar no paddock do Circuito Ricardo Tormo e não eram nada animadores, especialmente envolvendo a parte financeira e uma possível saída do fundador Razlan Razali. A bomba, porém, caiu nesta segunda-feira (27), com a decisão da Dorna — organizadora do campeonato — barrar a presença da equipe na temporada 2024.
De acordo com o comunicado, o Comitê de Seleção barrou a RNF por causa de “repetidas infrações e violações do Acordo de Participação”. O próximo passo é buscar um candidato para assumir a posição da equipe já no próximo ano.
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“O Comitê de Seleção da MotoGP, composto por membros da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), da IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) e da Dorna Sports, decidiram não selecionar a equipe RNF para a temporada 2024 da MotoGP”, anunciou. “Repetidas infrações e violações do Acordo de Participação, afetando a imagem publica da MotoGP, obrigaram essa decisão”, justificou.
“O Comitê de Seleção vai revisar inscrições de novas equipes independentes, usando equipamento Aprilia, para se juntar ao grid em 2024”, indicou. “Mais informações sobre esse assunto serão divulgadas em momento oportuno”, encerrou.
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Razali, porém, reuniu jornalistas presentes em Valência para os testes de pós-temporada e comentou sobre a polêmica e o futuro nebuloso da RNF na categoria.
“Acho que a avaliação geral do que vou dizer é de que uma equipe estar onde chegou hoje, e para a Dorna dizer essas coisas, é porque definitivamente tem um problema. E só a Dorna pode fazer isso que está fazendo para garantir a credibilidade do esporte, para não ser corrompido de maneira alguma. Logo, há um problema. Dito isso, realmente tenho um problema com a CryptoDATA [patrocinadora e acionista do time], acho que ao longo dos anos nossa visão se distanciou”, disse Razali.
“Como alguém apaixonado por esse esporte, eu acredito na esportividade primeiro e somos um time. Viajamos por todo o mundo, fazemos o melhor para nossos pilotos serem competitivos e tentarem vencer. Sim, os negócios fazem parte disso, contas precisam ser pagas, precisamos de parceiros e patrocínios. Mas isso é secundário para nós, enquanto o pessoal da CryptoDATA é só focado nos negócios, aí é que o alinhamento se perdeu e chegamos nessa situação”, seguiu.
“Ontem, eu deixei o comando da equipe, não vou entrar em detalhes do que aconteceu, mas este é o mundo em que vivemos e queremos fazer o certo. Sim, eles estão aqui para mudar as coisas, respeito isso e estou aberto, mas existem certos pontos cruciais que precisam aderir para negociar”, finalizou o ex-dirigente.
Razali integrou a SRT, equipe originária da RNF, por cerca de dez anos, inicialmente se dividindo entre o comando da estrutura e o posto de diretor-executivo do circuito de Sepang, na Malásia. Foi sob o comando dele que, como satélite da Yamaha, que a equipe viveu o melhor momento, com atuações de destaque de Fabio Quartararo e, depois, o vice-campeonato de Franco Morbidelli.
Em 2022, com a saída repentina do financiamento da Petronas, Razali assumiu sozinho o comando da equipe, rebatizada de RNF. No ano passado, a CryptoData comprou 60% da equipe, que se aliou à Aprilia.
Mesmo contando com Miguel Oliveira e Raúl Fernández, contratados diretamente pela casa de Noale, a RNF teve uma temporada bastante ruim e encerrou 2023 na oitava colocação o Mundial de Equipes, com 134 pontos, 519 a menos que a campeã Pramac. Ambos têm contratos direto com a Aprilia, assinados inclusive para 2024, mas agora dependem dessa busca da Dorna por um substituto para terem onde correr no próximo ano.
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