Bartolini reconhece dificuldade, mas vê potencial na Yamaha: “Temos pontos fortes”

Depois de 20 anos na Ducati, Max Bartolini quer crescer com a marca japonesa nos próximos anos, mas de olho no novo regulamento da MotoGP, em 2027

Max Bartolini ainda busca se adaptar ao jeito Yamaha de trabalhar na MotoGP. O engenheiro, que era responsável pela performance das motos da Ducati na categoria, se transferiu para a marca japonesa para atuar como diretor-técnico no início do ano, depois de ficar 20 anos em Borgo Panigale.

“Estou muito feliz por ter vindo para a Yamaha. É claro que, depois de 20 anos na Ducati, você precisa de um pouco de tempo para se acostumar, mas todos me receberam muito bem. Digamos que é um ambiente diferente. Obviamente, é uma cultura diferente, porque eu sempre trabalhei em empresas italianas e esta é a primeira vez que trabalho em uma empresa japonesa”, disse, em entrevista à Sky Sport italiana. “Até agora, estou me dando muito bem [com todos], embora três meses seja muito pouco tempo. Estamos todos muito conscientes de que ainda temos muitas coisas para fazer, mas o lado positivo é que temos em nossas cabeças o que precisa ser feito”, completou o diretor.

Atualmente, a Yamaha tem uma das piores motos do grid da MotoGP. A queda da equipe japonesa nos últimos anos foi rápida e acentuada. Mesmo assim, Bartolini aceitou o desafio de fazer o time evoluir e conseguiu convencer Fabio Quartararo, campeão mundial com a equipe em 2021, a renovar seu contrato até 2027.

“Estou tentando entender como a Yamaha funciona e explorar seus pontos fortes. Porque, pelos tempos de pista, não parece, mas temos alguns pontos fortes. É claro que, com uma arquitetura de motor diferente [a Ducati é V4 e a Yamaha tem um motor de quatro cilindros em linha], a moto sempre será diferente. Muitos conceitos que foram usados na Ducati, especialmente relacionados ao chassi, são difíceis de aplicar aqui. Mas muitos outros são comuns, como o equilíbrio aerodinâmico e a forma como a eletrônica funciona. Essas são experiências que podemos tentar transferir”, explicou.

Hoje, a Yamaha é uma das piores motos do grid da MotoGP (Foto: AFP)

“É claro que há uma diferença entre ter isso em mente e fazer, mas, de modo geral, identificamos as áreas em que podemos melhorar. No entanto, como você pode imaginar, leva tempo para recuperar uma diferença de 7 a 8 décimos. Estamos trabalhando nisso, produzindo material e tentando reunir as duas experiências: a minha, que é puramente europeia, e a maneira japonesa de trabalhar da Yamaha. O objetivo é combinar as coisas boas das duas culturas para tentar diminuir a diferença em um tempo razoável”, acrescentou o dirigente.

A ideia de Bartolini é progredir, mas pensando em manter as atualizações na Yamaha a partir de 2027, quando a categoria rainha terá um novo regulamento.

“Temos de levar em conta o regulamento de 2027, que, de qualquer forma, estarão bastante alinhados com os atuais, embora com algumas diferenças. Precisamos investir apenas o suficiente naqueles aspectos que desaparecerão. Por outro lado, é preciso entender os conceitos aerodinâmicos e tentar otimizá-los, assim como o motor e o chassi. Todas essas coisas podem ser levadas adiante até 2027, portanto, a maior parte do investimento em tecnologias continuarão sendo usadas”, concluiu.

Max Bartolini foi ‘roubado’ da Ducati para ser diretor-técnico da Yamaha (Foto: Yamaha)

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