Biaggi se diz envergonhado por ato de mecânicos em Aragão: “Impossível defender”

Dono da MAX, o ex-piloto prometeu uma punição mais severa do que foi aplicada pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) aos mecânicos que atrapalharam a saída de Adrián Fernández dos boxes durante a classificação da Moto3. Dirigente garantiu que foi uma iniciativa “pessoal e premeditada”

Adrián Fernández foi atrapalhado no final do treino por mecânicos da equipe de Max Biaggi (Vídeo: Tech3)

Max Biaggi prometeu ser mais severo do que o Painel de Comissários da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) ao punir os mecânicos que atrapalharam a saída de Adrián Fernández dos boxes de Aragão durante a classificação da Moto3 no último sábado (17). O dono da MAX se disse envergonhado e considerou que é impossível defender o ato dos dois funcionários.

No fim da sessão, a Tech3 usou as redes sociais para divulgar um vídeo em que era possível ver dois integrantes da equipe de Biaggi atrapalhando a saída de Fernández. Ao jornalista Simon Patterson, do site britânico The Race, Hervé Poncharal, chefe da equipe francesa, confirmou que os dados da moto de Adrián indicam pressão nos freios da KTM.

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Max Biaggi destacou que os pilotos podem se proteger sozinhos na pista (Foto: MAX)

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Antes, David Gomez, que trabalha com a comunicação dos irmãos Adrián e Raúl Fernández, já tinha postado fotos nas redes sociais apontando a interferência dos mecânicos, que impediram o espanhol de usar o vácuo de Ayumu Sasaki no treino que definiu o grid de largada.

A entidade máxima, então, optou por aplicar uma multa de € 2 mil (cerca de R$ 10,5 mil) e suspendeu os mecânicos por dois GPs. A suspensão, contudo, não é imediata, já que as corridas seguintes, de Japão e Tailândia, acontecem em sequência, e não há tempo hábil para que a MAX substitua-os. Assim, eles não poderão estar presentes nas etapas de Austrália e Malásia.

Ao site italiano britânico The Race, Biaggi contou que estava perto de onde a ação aconteceu, dando uma entrevista à emissora Sky Italia, mas só soube do ocorrido ao receber o tweet da Tech3 com o vídeo do momento.

“Eu estava falando com o [Antonio] Boselli, da Sky. Não percebi, pois foi muito rápido. Percebi quando me mandaram o tweet”, contou Max. “Fui até a Tech3 e perguntei o que tinha acontecido. Eles me explicaram. Pedi desculpas, disse que era inaceitável e que faria algo”, relatou.

Falando ao site italiano GPOne, Biaggi frisou que os mecânicos agiram sozinhos e contou como eles reagiram ao serem confrontados.

“Foi algo que não deveria ter acontecido e algo muito distante da ética deste esporte e desta equipe”, disse Biaggi. “Eu imediatamente me desculpei com Fernández. Logo depois, fui até os dois mecânicos. Um deles tentou se justificar, dizendo que se aproximou para ver a moto. O outro, por outro lado, se desculpou. ‘Fizemos uma coisa estúpida’, admitiu. Pode não ter sido perigoso, mas é desumanamente feio. Estou envergonhado. É a minha equipe”, seguiu.

Biaggi considerou válidas as penas impostas pela FIM, mas assegurou que ele será ainda mais severo, já que os dois agiram de forma premeditada para impedir que Ayumu Sasaki fosse seguido por Fernández.

“A sanção foi válida, assim como a multa. Eu serei ainda mais severo. Haverá uma medida mais direcionada. Pensei que já tivesse visto de tudo, e não desejo a ninguém ter de lidar com algo assim. Os dois mecânicos não estavam lá por acaso. Eles estavam lá para isso. Foi uma iniciativa pessoal e premeditada”, disparou. “Eles não queriam que Sasaki fosse seguido, mas os pilotos na pista podem se virar sozinhos”, defendeu.

“Quando você tem uma equipe, é como uma família. Gostaria de poder defendê-los, mas isso é impossível. É preciso dizer as coisas. Não gostaria de estar aqui para explicar”, encerrou.

Na manhã desta segunda-feira (19), a Tech3 voltou ao Twitter e lembrou que as duas equipes fazem parte de uma mesma família — o grupo Pierer Mobility —, já que o time francês usa motos KTM e a equipe de Biaggi é cliente Husqvarna. Sendo assim, a escuderia de Hervé Poncharal deu o caso por encerrado.

“Depois do incidente que ocorreu no sábado, no Q2 da Moto3, com Sterilgarda Husqvarna MAX Racing, uma equipe do grupo Pierer Mobility AG, nós apreciamos fortemente os pedidos de desculpas que recebemos de Max Biaggi e Peter Öettl [chefe da MAX] pelo comportamento dos membros do staff deles”, escreveu a equipe. “De forma nenhuma, os pilotos Ayumu Sasaki e John McPhee foram responsáveis e são dois homens pelos quais a Tech3 KTM Factory Racing/Red Bull KTM Tech3 tem muito respeito”, seguiu.

“Uma sanção foi dada às pessoas envolvidas, e nós gostaríamos de encerrar esse desagradável capítulo e voltar ao que mais amamos: correr”, completou.

A MotoGP volta na próxima semana, com o GP do Japão, em Motegi. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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