Pole é fake, mas ritmo é real: Quartararo vai em vantagem para GP de Portugal

Nem o francês de Nice ficou satisfeito em herdar a pole de Francesco Bagnaia, mas sabe que tem ritmo o suficiente para brigar pela vitória

Jorge Martín caiu no fim do terceiro treino livre para o GP de Portugal (Vídeo: MotoGP)

Fabio Quartararo pode até não ter conquistado a melhor pole da carreira, mas isso não diminui a força do francês para o GP de Portugal. Vindo de vitória no GP de Doha, segunda etapa da temporada 2021, o piloto da Yamaha foi o que mais se destacou em termos de corrida nos treinos em Portimão.

A conquista da posição de honra no grid, porém, teve um Q duvidoso, já que é fruto do cancelamento da volta de Francesco Bagnaia. O titular da Ducati fez um giro em 1min38s494 no fim da fase final da classificação, mas teve o tempo cancelado por ignorar a bandeira amarela exibida por causa de uma queda de Miguel Oliveira.

O italiano de Torino de 24 anos vai largar só em 11º, mesmo que discorde da punição que recebeu da direção de prova.

Fabio Quartararo herdou a pole para o GP de Portugal (Foto: Yamaha)

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“A regra existe, tem de ser respeitada, mas as bandeiras precisam estar visíveis e não dava para vê-las naquele ponto. Painéis? Sim, mas nos locais certos. Eu preciso levantar a moto, então é difícil”, disse Pecco. “As regras existem e precisam ser cumpridas, ainda que neste caso eu não concorde. Sou um piloto correto, que desiste imediatamente de acelerar quando vê uma situação de perigo, mas eu não vi, nem a bandeira, nem o piloto no chão, ou eu teria abrandado. O bom é que eu me diverti muito e me sinto bem com o ritmo”, ponderou.

Apesar do atraso na posição de largada, Bagnaia ainda não entregou os pontos em Portugal, mesmo que reconheça que terá uma missão dura pela frente.

“A corrida não está totalmente comprometida, mas nesta MotoGP, se não largar nas duas primeiras filas, é preciso lutar muito. Eu estou mirando pelo menos o top-5, terei de recuperar de quatro a cinco posições já na primeira volta, mas não mudarei a estratégia de pneus, ainda que tenha de forçar 100% e não poderei economizá-los. Espero que, no final, o consumo seja bom”, torceu.

Diretamente beneficiado pela polêmica em Portugal, Quartararo não ficou satisfeito com o prêmio, mas ressaltou a alegria com o bom ritmo que demonstrou. No total, Fabio fez 32 voltas em ritmo de corrida.

“Eu preferia fazer a pole de verdade. O mais importante era estar na primeira fila. Mas são coisas que acontecem, cancelam uma volta. Cancelaram uma minha no TL2”, disse. “Sobretudo, estou contente com o ritmo. No TL3, as condições eram um pouquinho melhores, foi muito bom. Tinha mais de meio segundo de diferença. Estou super bem com o pneu usado, mas acho que importante desta manhã é que saímos com um pneu de ontem, com 15 voltas. Estou com um pouco mais [de ritmo] com o médio do que com o duro”, indicou.

Quartararo, porém, considera que não tem ritmo para escapar do pelotão no GP de Portugal e coloca Johann Zarco, Álex Rins e Joan Mir como principais adversários. O piloto também mantém um olho em Franco Morbidelli e Maverick Viñales.

Francesco Bagnaia esteve com a poles nas mãos (Foto: Ducati)

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“Vou tentar, mas vai depender da situação. As Suzuki e Johann estão muito fortes também. Vamos ser se Franco e Maverick. Não tenho ritmo suficiente para escapar”, assegurou.

A polêmica das voltas cancelas, porém, não atingiu apenas Bagnaia. Ainda que por razões diferentes. Maverick Viñales também teve o melhor registro anulado, mas por ter saído milimetricamente da pista. A partir deste ano, a MotoGP usa sensores de pressão para detectar essas infrações.

Por causa disso, Maverick, que venceu a primeira corrida do ano, vai sair apenas em 12º.

“É difícil aceitar que a minha última volta na classificação foi cancelada, pois não acho que estivesse na parte verde. Não está claro se eu estava ou não, mas é assim que é, não podemos fazer nada a respeito. Não quero passar muito tempo falando sobre isso”, comentou. “Prefiro focar na boa sensação que tive dentro e fora da pista. Meu últimos dois tempos de volta teriam me colocado na primeira fila. Nós melhoramos muito em comparação com ontem. Me sinto forte em termos de ritmo, especialmente com pneus usados. A freada também parece muito melhor. Agora também estou forte nisso, o que é um bom sinal, pois amanhã precisamos lutar desde a 12ª colocação”, continuou.

“Honestamente, me sinto muito bem com a moto e isso é o mais importante. Mas precisamos seguir pensando em uma maneira de melhorar amanhã, pois precisamos entregar algo especial”, completou.

Vencedor do GP de Portugal do ano passado, Miguel Oliveira não teve a chance de repetir a performance 2020, já que sofreu uma queda na classificação e ficou apenas com o décimo posto no grid.

“Foi uma classificação curta. Caí na segunda saída depois de perder a frente quando estava melhorando os dois setores, então poderia ter chegado mais à frente, mas, de qualquer forma, está feito. Vamos começar na quarta fila e temos de aceitar isso”, declarou o titular da KTM. “O ritmo de corrida não é tão ruim, fizemos um bom TL4 e tivemos um bom ritmo nesta manhã. Vamos descobrir amanhã o que podemos alcançar. Esperamos fazer uma corrida suave e avançar desde a largada, ganhar o máximo de posições que puder e fazer o meu melhor”, finalizou.

Marc Márquez prevê uma corrida de sofrimento em Portimão (Foto: Repsol)

Principal destaque do fim de semana, Marc Márquez precisou passar pelo Q1 para chegar à fase final da classificação, mas assegurou o sexto posto no grid. Ainda assim, o piloto da Honda, que vai correr pela primeira vez em nove meses, não desponta como favorito, uma vez que ainda não está 100% fisicamente depois de três cirurgias para reparar um braço quebrado.

“Hoje nos esforçamos bastante. O meu plano para o TL3 era tentar chegar ao Q2, era a meta de hoje, mas não foi possível. Não imaginava chegar ao Q2 passando pelo Q1, mas algumas mudanças para ajustar ao meu estilo de pilotagem realmente ajudou”, relatou. “A posição em que estamos não é real, é uma coisa incrível, mas somos realistas e sabemos que a corrida será longa. Os médicos me disseram que terei menos e menos força no braço a cada dia, mas faremos o que pudermos”, avisou.

“A meta é terminar a corrida e ver o que é possível. Toda a dor que sinto no meu braço é muscular, então é positivo”, completou.

Fornecedora única dos pneus da MotoGP, a Michelin destacou que foi a primeira vez no fim de semana que os pilotos conseguiram rodar em um ritmo melhor do que do ano passado ― Quartararo bateu o recorde da pista de Portugal ―, mas apesar de os competidores novamente terem avaliado os calçados macios e duros, o médio traseiro aparece mesmo com a melhor opção para a corrida, já que tem boa aderência e consistência. No caso dos dianteiros, o macio não é forte o bastante para resistir ao GP, o médio oferece boa aderência, mais estabilidade, é bom para as curvas e tem consistência, ao passo que o duro tem ainda mais suporte.

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