Quartararo rouba pole, mas GP da Espanha promete duelo entre Marc Márquez e Viñales

Muito embora Fabio Quartararo tenha roubado o protagonismo no treino classificatório deste sábado (18) em Jerez, Marc Márquez e Maverick Viñales mostraram um ritmo de prova superior. A Suzuki também vinha bem em Jerez de la Frontera, mas sofreu uma revés com a lesão de Álex Rins

Saudades de um treino classificatório disputado até a bandeirada, né, minha filha? Então os seus problemas acabaram, pois a MotoGP demorou, mas enfim começou a temporada 2020.

Mais de 130 dias passaram desde que as atividades da classe rainha tiveram de ser canceladas no GP do Catar por conta do veto à entrada de italianos ― ou de pessoas oriundas da Itália ― em território catari. Mas o longo jejum não foi capaz de acabar com a alta competitividade do Mundial de Motovelocidade.

Depois de um primeiro dia em que o pelotão inteiro ficou afastado por 1s3, a sessão cronometrada desta tarde de sábado (18) em Jerez de la Frontera foi decidida apenas depois da bandeirada, quando Fabio Quartararo cravou 1min36s705 e superou Maverick Viñales por 0s139.

Fabio Quartararo, Maverick Viñales e Marc Márquez formam a primeira fila em Jerez (Foto: SRT)
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Com o feito no traçado andaluz, Fabio chegou à sétima pole na categoria, o que representa um aproveitamento de 35%. Nos 67 GPs que disputou na Moto3 e Moto2, entre 2015 e 2017, o #20 conseguiu a ponta do grid apenas em 4.4% das ocasiões.

Após a classificação, Quartararo, que evitou ao longo de fim de semana falar sobre a infração que cometeu com um treino em Magny-Cours, lembrou que a punição cobrou um preço na sexta-feira, mas se mostrou satisfeito com o trabalho da SRT.

“Antes de mais nada, a manhã de sexta-feira foi muito dura. Nos primeiros 20 minutos, eu não pude pilotar, então o TL1 não foi muito fácil. Mas, no fim, nós fizemos uma grande mudança para o TL2, melhoramos bastante o ritmo”, apontou. “Além disso, não fizemos um tempo de ataque na sexta-feira, então esta manhã foi quando tentamos. Tivemos uma boa sensação. De tarde, a pista estava completamente diferente em relação à manhã, eu não esperava aquela aderência, mas tive muita confiança com a moto, um bom grip. Vamos ver como vai ser amanhã, mas eu me sinto ótimo na moto”, contou.

Questionado sobre o que precisa para lutar com Marc e Maverick, que mostraram um ritmo um pouco superior no quarto treino livre, Fabio respondeu: “A estratégia ainda não está traçada, mas acho que encontramos algo um pouco melhor no fim do TL4. Eu parei rapidamente nos boxes para fazer uma pequena mudança e amanhã de manhã, no warm-up, poderemos confirmar. Mas acho que estamos em um bom caminho. Fazia muito tempo que não pilotava a moto e eu só tinha testado a máquina de 2020 em Sepang e no Catar, então é só a nossa primeira corrida. Precisamos nos adaptar e encontrar o melhor acerto possível”.

Apesar de ter sido derrotado pelo futuro parceiro de Yamaha, Viñales se mostrou confiante, mas sabe que não pode dar brechas para a concorrência, especialmente nas primeiras 25 voltas.

“Vai ser uma corrida muito dura, do que jeito que eu gosto. Depois de tanto tempo parado, é fantástico estar preparado para correr neste domingo”, comemorou Maverick. “É importante chegar em primeiro ou segundo na curva 1 e, depois, tratar de impor o ritmo. É a maneira que a nossa moto funciona. Os pneus estão trabalhando muito bem, especialmente nas últimas dez voltas”, elogiou.

Em 2019, Viñales sofreu especialmente na primeira metade da prova, quando perdeu muito tempo em relação aos rivais. Com a nova M1, todavia, o espanhol acredita que a situação pode ser diferente.

“Tudo vai depender de quem estiver na frente. Com as Honda e as Yamaha posso lidar melhor, mas com a Ducati me custa mais. Sempre é melhor poder ultrapassar na reta, mas melhoramos muito na freada. Subimos o nível em relação ao resto das fábricas em geral”, avaliou. “Para ganhar o campeonato, tenho de vencer este piloto [Marc Márquez], que é o favorito. E isso não é fácil, teremos de lutar muito a cada fim de semana, mas temos possibilidades”, reconheceu.

O companheiro de Valentino Rossi colocou como meta impedir que Marc Márquez escape no início da corrida. O #93 vai fechar a primeira fila do grid de Jerez.

“Para nós, as primeiras voltas serão cruciais. Temos que procurar o ritmo em três ou quatro voltas e cuidar para que o pneu dianteiro não superaqueça. Vai ser difícil evitar que Marc escape, porque ele tem um ritmo muito bom, mas vamos tentar”, completou.

Marc, por sua vez, não se mostrou incomodado com a derrota. “Eles foram os mais rápidos na pré-temporada, então o objetivo era a primeira fila. As duas Yamaha também têm um bom ritmo”, reconheceu.

Marc Márquez conta com uma evolução da moto do ano passado (Foto: Repsol)

Marc tem nas mãos uma moto diferente da que usou na pré-temporada. Como a MotoGP barrou a evolução para conter os custos, a Honda optou por seguir com o que conhecia ao invés de fazer mudanças e acabar presa por duas temporadas com uma moto que não funciona.

“Usei uma moto diferente em toda a pré-temporada, com um conjunto aerodinâmico diferente. Com as novas regras, entendemos que não era o momento de provar coisas novas. Voltamos e tínhamos uma evolução da moto de 2019. Na quarta-feira e ontem, a velocidade estava lá, mas ‘feeling’ talvez não estivesse. E foi o que eu encontrei hoje”, contou o piloto de Cervera. “Já no terceiro treino livre, mas especialmente no quarto, comecei a encontrar isso com as mudanças que fizemos, que me permitem entender melhor o que a moto pede para poder ser rápido. As Yamaha podem ser rápidas em qualquer lugar, mas eu me sinto bem depois de 25 voltas, porque é uma moto que conheço bem do ano passado”, indicou.

Marc explicou que a estratégia vai depender da posição nas primeiras voltas.“Sei que as Yamaha vão tentar forçar desde o início, mas posso ser paciente, pois, normalmente, quando sigo alguém, como se viu no ano passado, é até mais fácil e me sinto mais rápido”, apontou. “Se ver que eles têm bom ritmo, posso segui-los e jogar nossas cartas no final. Mas se me sentir forte, posso forçar desde o início”, anunciou.

O desempenho dos pneus, porém, será chave em Jerez não só pelo forte calor ― a previsão é de máxima de 35°C ―, mas também porque as condições da pista são sempre diferentes quando a MotoGP corre depois da Moto2, que usa pneus Dunlop. O ritmo tem um papel importante, claro, mas a corrida em Jerez vai exigir atenção com os pneus.

Álex Rins se machucou logo na primeira corrida do ano (Foto: Suzuki)

Ao longo dos treinos, a Suzuki também tinha mostrado bom desempenho, mas a fábrica de Hamamatsu sofreu um revés considerável neste sábado. Álex Rins caiu e acabou com o ombro lesionado. O #42 foi levado a um hospital local para passar por exames, mas os médicos já o consideraram inapto para o GP da Espanha. Joan Mir, por outro lado, tinha ido bem nos treinos, mas, com 1min37s784, vai largar só em 12º.

O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Espanha, segunda etapa do Mundial de Motovelocidade 2020.

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