Retrospectiva 2021: KTM ameniza crise com duas vitórias, mas faz ano opaco na MotoGP

Depois de ser um dos destaques da MotoGP no ano passado, a casa de Mattighofen penou para se entender com os pneus e não passou de duas vitórias no ano. Temporada da Tech3 foi ainda pior

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Opaco é o adjetivo que sintetiza a performance da KTM na temporada 2021 da MotoGP. Mesmo com duas vitórias, a casa de Mattighofen decepcionou e não esteve nem perto do crescimento esperado depois da performance do ano passado, especialmente do domínio de Miguel Oliveira no GP de Portugal de 2020.

Caçula entre as equipes da classe rainha do Mundial de Motovelocidade, a KTM deu um enorme salto em 2020: foram três vitórias, três poles e outros cinco pódios, o que rendeu a quarta colocação no Mundial de Construtores, só quatro pontos atrás da vice-campeã, a Yamaha.

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Brad Binder venceu na Áustria usando pneus slicks na pista molhada (Foto: KTM)

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Em 2021, porém, e apesar de ser ter sido uma temporada mais ‘normal’, com 18 etapas, os austríacos somaram só 205 pontos, caindo para a quinta colocação, com 152 a menos do que a campeã Ducati. Foram duas vitórias ― uma com Miguel Oliveira e uma com Brad Binder ― e outros dois pódios.

Em média, foram 14,28 pontos conquistados por corrida no ano passado, contra 11,88 de 2021. Se a média de pontuação tivesse sido a mesma de 2020 nesta temporada, a KTM chegaria a 257,4 pontos, o que a colocaria na terceira colocação do campeonato, atrás apenas de Ducati e Yamaha.

Neste ano, os austríacos deram uma pequena repaginada nos quadros da fábrica. Oliveira mudou da Tech3 para a equipe oficial, ocupando o lugar de Pol Espargaró ao lado de Binder, já que o espanhol partiu para a Honda. Danilo Petrucci, então, foi o escalado para o lugar do português.

Se na KTM as coisas não foram especialmente ruins, o mesmo não se pode dizer da Tech3. Petrucci, depois de anos com a Ducati, teve muitas dificuldades de adaptação com a RC16 e não conseguiu resultados expressivos. Iker Lecuona até teve brilharecos aqui e ali, mas nada que fosse lá muito impactante.

Mas o que prejudicou mesmo a temporada foi a falta de entrosamento entre os pneus 2021 e o novo chassi austríaco. A moto, em si, não conseguiu o mesmo desempenho de antes. Foi só a partir de Mugello, quando a KTM introduziu um novo quadro, que a performance começou a melhorar. Oliveira foi segundo na Itália e venceu na Catalunha, enquanto Binder triunfou de maneira espetacular na Áustria, permanecendo com pneus slicks em uma pista molhada. Depois, no entanto, os bons ventos pararam de soprar mais uma vez.

No balanço geral, foi um ano negativo, abaixo daquilo que a KTM mostrou em 2020. E justamente em um campeonato em que as mudanças entre as motos não podiam ser assim expressivas, já que o Mundial optou por limitar o desenvolvimento como medida de conter os custos por conta da pandemia de Covid-19.

Para 2020, as coisas mudam um pouco por lá. Na equipe júnior, a Tech3, Petrucci e Lecuona dão lugar a Remy Gardner e Raúl Fernández, campeão e vice da Moto2 em 2021. Além disso, Francesco Guidotti troca a Pramac pelo comando da KTM, assumindo o lugar que era de Mike Leitner, que passa a atuar como consultor.

Se acertar nos rumos da evolução da RC16, talento é o que não vai faltar para assegurar um bom 2022 para a KTM.

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