Retrospectiva 2021: Acosta supera obstáculos e faz por merecer título da Moto3

Competitiva e imprevisível como costuma ser, a Moto3 foi palco para o estreante Pedro Acosta brilhar. É verdade que o piloto espanhol enfrentou diversos obstáculos e um crescente Dennis Foggia na briga pelo título, mas nada o impediu de levantar a taça após a vitória em Portimão

A festa do título de Pedro Acosta no circuito de Portimão (Vídeo: MotoGP)

Numa categoria em que o mais previsível é a imprevisibilidade das motos, Pedro Acosta fez mágica para garantir o título da Moto3 em 2021: usou ao máximo seu talento para ser campeão. É verdade que, como em toda a história de superação, o espanhol teve um grande rival, Dennis Foggia, que foi crescendo na reta final do campeonato, mas ele conseguiu superar os muitos percalços da temporada e sagrar-se campeão com 17 anos.

A história de paixão de Acosta com as motos começou cedo, aos cinco anos. Fã dos grandes Casey Stoner e Kevin Schwantz, a trajetória até chegar à Moto3 foi significativa: venceu em Minibikes, MiniGP, MaxxiGP e PreMoto3. Além de partir para o campeonato de juniores da Moto3, em 2019, também competiu na Red Bull Rookies Cup, em que terminou em segundo em sua primeira tentativa e, no ano seguinte, foi campeão.

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Portanto, sua história na Moto3 começou efetivamente nessa temporada. E que começo, diga-se. Logo na estreia, alcançou um pódio logo, ao ficar em segundo lugar. Só que mais tarde, em Doha, o espanhol teria uma das melhores atuações da categoria: largou dos boxes e foi ultrapassando um a um até cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. A primeira das muitas vitórias que estariam por vir.

Pedro Acosta terminou a temporada com seis vitórias, uma pole e oito pódios (Foto: Ajo)

“Não estabeleci metas para a temporada. Antes da corrida, tivemos três dias de testes no Catar, o que me ajudou a conhecer a pista. O meu objetivo este ano é simplesmente me divertir e conhecer as pistas. Quero me concentrar em melhorar as coisas e corrigir erros para o próximo ano”, disse Acosta, em entrevista ao portal Motorsport.com.

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Em Portimão e Jeréz, Acosta também triunfou e fez brilhar os olhos da Ajo com o desempenho. Mas, assim como todo jovem em fase de adaptação, ele oscilou, é verdade. Um grave acidente assustou a todos na Holanda, mas depois conquistou a Estíria. No fim do ano, o ritmo diminuiu, mas só teve um abandono na temporada toda.

O calcanhar de Aquiles para o piloto espanhol seria o italiano da Veloce, Dennis Foggia. Como um foguete, o piloto italiano, que compete na categoria desde 2018, foi grande impasse para o título do piloto espanhol. Isso porque Foggia, na reta final do campeonato, teve desempenho incrível. O #7 quase igualou o número de vitórias de Acosta: enquanto o espanhol fechou o ano com seis triunfos, Foggia chegou a cinco. E, por isso, as chances de título eram reais para Dennis no GP do Algarve, que merecia um ‘grand finale’ adiantado. E o teve.

Foggia foi grande rival de Acosta em 2021 (Foto: Veloce)

Foi Acosta quem largou da 14ª posição, fez excelente corrida de recuperação, brigou com Foggia, que ameaçava e oferecia disputa dura, mas abandonou por um toque de Darryn Binder. Acosta, porntanto, aproveitou para conquistar a vitória — a primeira e principal condição para se tornar campeão mundial em seu primeiro ano na categoria de motovelocidade.

Acosta completou a marca de oito pódios e uma pole-position ao longo de 17 corridas no ano, terminando entre o top-10 em 15 oportunidades. Além disso, tornou-se o primeiro piloto desde Loris Capirossi, no ano de 1990, a conquistar tal feito em seu ano de estreia, com 17 anos.

Assim, o jovem de Mazarrón passou de promessa em 2021. Virou realidade. Respeitando a linha de desenvolvimento, ele vai competir pela Moto2 em 2022. E com todo o talento e sabedoria, mostrou que é capaz de passar por obstáculos para, quem sabe um dia, também não possa ter um espacinho entre os grandes nomes do universo da motovelocidade.

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