FIA desclassifica Eryk e Michal Goczal do Rali Dakar 2024 por infração técnica

Reviravolta entre os protótipos leves no Rali Dakar 2024. O líder da classe T3, Eryk Goczal, e seu tio, Michal Goczal, ambos integrantes da equipe EnergyLandia, foram desclassificados após terem os veículos reprovados pela inspeção técnica realizada pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A decisão foi comunicada por meio de nota no sábado (13).

De acordo com o documento emitido pela entidade, Eryk utilizou uma embreagem em seu Taurus T3 Max que não havia sido autorizada pelos comissários. O mesmo aconteceu com o seu tio, Michal, e como a decisão é irrevogável, a dupla foi excluída da competição.

Em texto, a federação informou que “os comissários esportivos, após receberem um relatório do delegado técnico da FIA (doc. 6.5) sobre inspeção da caixa de marchas e sistema de embreagem depois de terem sido seladas em 11/01/2024, antes do início da sexta especial (após reabastecimento/área de serviço), convocarem o competidor, ouvirem os representantes do competidor (Patrick Gerrittsen e Cyrille Constensou) e o delegado técnico da FIA (Christophe Vely), e ainda o coordenador técnico da ASO (Thierry Viardot), após examinarem os vários elementos apresentados e considerando a seguinte questão, determinam o seguinte: que a embreagem do carro #302 não cumpriu o art. 286-2.3 do apêndice J do Código Esportivo Internacional de 2024 da FIA”.

O mesmo motivo tirou Michal, que vinha na quinta colocação geral entre os protótipos leves, do Dakar 2024.

A decisão revoltou a família Goczal e também a equipe EnergyLandia. Eryk usou as redes sociais para se defender, postando uma captura de tela do regulamento do Dakar e destacando o trecho que diz “mecanismo de embreagem e disco(s), livre”. Na legenda, apenas um desabafo: “Não sei o que dizer mais.”

A EnergyLandia, por sua vez, assegura que recebeu sinal verde dos comissários ao consultar o que poderia ser usado nos carros e prometeu recorrer da decisão, por mais que o julgamento para daqui a 30 dias signifique o fim da participação dos Goczal no Dakar 2024. E o time ainda acusou outro adversário de ter incitado a inspeção.

“Queremos enfatizar que discordamos totalmente da decisão e acreditamos que é ela está errada”, declarou a equipe em nota. “De acordo com informações que temos, embora não possamos confirmar, outra equipe solicitou à comissão que verificasse se estávamos cumprindo as regras. O objetivo deles era nos eliminar da prova. Deve-se enfatizar que Eryk venceu com mais de uma hora de vantagem a sexta etapa.”

O time de Goczal seguiu dizendo que o problema envolveu o uso de peças de carbono, porém afirmou que foi permitido por não influenciar no desempenho do veículo. “Pela avaliação da organização, parece que se trata do uso de peças de carbono na embreagem. Em primeiro lugar, contrariando os rumores, estudamos extensivamente as regras e, da nossa parte, nada estava errado tecnicamente.”

“Em segundo lugar, recebemos a confirmação da direção técnica da prova de que o uso de embreagem de carbono é permitido. Na verdade, isso não tem impacto no desempenho do veículo.O caso será julgado em 30 dias, o que significa que Eryk e Michal não poderão mais obter um bom resultado. Mesmo que sejamos absolvidos, não resultará em nada”, finalizou.

Com Eryk e Michal Goczal fora, Mitch Guthrie assumiu a liderança da classe T3, com Cristina Gutiérrez em segundo. Na classificação geral dos carros, Guerlain Chicherit, da Overdrive Toyota, sobe para décimo, posto anteriormente ocupado por Eryk.

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