“Nunca vou esquecer”: conheça Cristina Gutiérrez, pilota que fez história no Dakar
Um Dakar histórico. Pela primeira vez desde Jutta Kleinschmidt em 2001, uma mulher conquistou o título no Dakar: conheça Cristina Gutiérrez Herrero, campeã na classe dos protótipos T3
O Dakar de 2024 foi histórico. E não só isso: muito importante. A pilota Cristina Gutiérrez Herrero, junto com seu navegador, Pablo Moreno, é campeã entre os protótipos T3. Mitchell Guthrie foi quem chegou ao último dia de competição com vantagem, mas teve problemas técnicos duas vezes e perdeu minutos cruciais de prova. Mesmo terminando a especial em terceiro, a espanhola alcançou o topo da classificação geral. É a segunda mulher na história a conquistar o título desde Jutta Kleinschmidt em 2001, que foi campeã entre os carros.
“Foi um momento inacreditável. Quando terminei, pensei que tínhamos terminado em segundo lugar, o que também é uma boa posição. Aí vi um amigo nosso da Espanha na chegada, e ele estava fazendo alguma coisa com a mão: ‘Vai, vai, vai, você pode vencer’. Não entendi. Fiquei surpresa ao ver todo mundo gritando e gritando que talvez pudesse vencer. Senti um pouco de dor por Mitch [Guthrie], mas também felicidade porque, para mim, é um sonho que se tornou realidade. Foi um momento incrível que nunca esquecerei na minha vida”, disse ela.
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“Não sei se sou mais forte – a única coisa que sei é que sou a pessoa que luta até o fim. No mundo do automobilismo, comecei muito pequena, tentei de tudo para chegar ao Dakar. Eu estava lutando por apoio e tive de lutar por patrocinadores. Na minha primeira corrida do Dakar, o único objetivo era terminar. Passei muito tempo no carro, sempre lutei até o fim. Neste Dakar fiz o mesmo: fui em frente, todos os dias, independentemente do que estivesse acontecendo atrás de mim – ou à minha frente. Apenas me concentrei na minha corrida”, seguiu.
Gutiérrez, que começou a competir em categorias de rali com 18 anos, também é dentista. No automobilismo, foi vice-campeã no Campeonato Espanhol de Rali Off-Road, em 2015. Mais tarde, em 2017, sua primeira corrida no Dakar foi de destaque: terminou em 44º lugar geral e 6º na classe T1.S, numa prova em que 27% dos participantes não conseguiram completar o percurso. Foi a primeira pilota na história a finalizá-la.
O segundo passo no Dakar veio em 2021, quando venceu pela primeira vez uma etapa — também a segunda mulher desde Kleinschmidt. Repetiu o feito em 2023, ao vencer o prólogo e a última etapa do rali.
Cristina também é membro do time de Lewis Hamilton na Extreme E, a X44. Em parceria com Sébastien Loeb, após a dupla conquistar o vice em 2021, foi campeã em 2022 na última corrida da temporada. Em 2023, o time finalizou em quarto lugar, com 109 pontos.
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