Full Time vê Piquet como aposta após “adaptação dura”, mas considera saída da FE como “excelente oportunidade”

Nelsinho Piquet foi demitido da Jaguar na Fórmula E às vésperas da abertura da Stock Car em 2019. Se pessoalmente não foi a melhor notícia, para sua equipe no Brasil, a Full Time, tal situação se tornou uma oportunidade de crescimento para o piloto. É o que diz o chefe Maurício Ferreira, que busca evoluir Piquet neste ano

Quando Nelsinho Piquet foi anunciado pela Full Time como piloto para a temporada 2018 da Stock Car, a mera presença do nome ajudou cometaristas e fãs a considerarem o grid do ano passado o mais forte da história da categoria.

Só que se os outros grandes nomes lutaram pelo título, ou andaram no top-10 com frequência, Piquet sofreu: nas 11 primeiras corridas (contando rodadas duplas), seu melhor resultado foi um 15°. Nas 10 finais, ele ainda conseguiu um pódio, em Goiânia, e herdou outro, em Campo Grande, após diversas desclassificações. Mas, ao final, ficou apenas em 15° na classificação. Pouco, inegavelmente.

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E isso é reconhecido por usa equipe. Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, Maurício Ferreira, o chefe da Full Time, não escondeu que os resultados de 2018 foram decepcionantes. Mas que, para 2019, até mesmo a demissão de Piquet da Jaguar na Fórmula E, às vésperas do começo de temporada da Stock Car, pode ajudar.

Nelsinho Piquet (Foto: Duda Bairros/Stock Car)

"Nelsinho é uma aposta", disse Ferreira. Para ele, o plano é copiar o que foi feito com Rubens Barrichello, companheiro de Piquet atualmente, quando chegou na Stock Car, há sete anos: "Ele fez três provas como convidado em 2012, onde foi muito bem, mas nós não sabíamos como ia ser a adaptação dele com o campeonato. Quando ele faz o primeiro campeonato, em 2013, terminou em oitavo. Nelsinho terminou em 15º a primeira temporada, com dois pódios. Se não estiver enganado, Rubens em 2013 pegou um pódio só, no máximo dois. Cada vez mais, fica mais competitiva a Stock Car, porque nós não tivemos grandes mudanças de lá para cá."

Ferreira reforça um ponto: o de que os chassis da categoria seguem os mesmos desde 2009, fazendo com que o nível de competitividade seja ainda mais apertado – o que dificulta a chegada de um novato: "O que quero dizer é que o campeonato do Nelsinho nós sabíamos sim que seria mais difícil, mas a aposta nossa foi a mesma, na mesma direção. Ninguém que chega na categoria máxima mundial (Fórmula 1), chega sem valor."

Para o chefe, 2019 tem potencial para ser o ano em que Piquet entenda completamente a Stock Car e passe a obter resultados melhores frequentemente – a abertura no Velopark, inclusive, indica este caminho, já que o ex-F1 e FE foi ao Q3 na classificação, largou em quarto e, na corrida, chegou em sétimo.

"Então a gente aposta sim, 2018 foi um primeiro ano de adaptação como era previsto, talvez uma adaptação mais dura do que nós imaginávamos, com menos performance do que imaginávamos, mas indo de encontro com o que você acabou de dizer."

Nelsinho Piquet (Foto: Duda Bairros/Stock Car)

E o que o repórter havia acabado de dizer? A questão foi a saída da Jaguar na FE, e se isso influenciaria de alguma forma a participação na Stock Car: "Na renovação de 2019 nós sabíamos que existia o contrato de FE que era comitente, mas agora abriu uma porta ainda melhor para nós, pois, na verdade, o foco dele está mais aqui."

"Ele não está mais participando da FE, o que é uma pena por ele, mas que para a equipe é mais positivo ainda, e ele sabe que é uma excelente oportunidade de ele se dedicar mais."

Nelsinho Piquet (Foto: Duda Bairros/Stock Car)

Segundo Ferreira, a melhor maneira de Piquet responder a quem critica sua saída da FE é "dar resultado": "Qualquer resposta que ele pode dar é com resultado, estamos alinhados com ele totalmente nesse quesito, nosso foco é resultado. Então estamos superalinhados, é uma aposta, eu acredito nele, sabemos do potencial dele."

Por fim, Ferreira comparou novamente Piquet e Barrichello, que foi campeão com a Full Time um ano depois de sua chegada: "Alguns fatores nos levaram a apostar nele da mesma forma que o Rubens. São situações diferentes de maturidade, de vida, como eu disse também, experiência você não compra, adquire."

"Um chegou com 32 anos, o outro chegou com 40 anos, são fases da vida diferentes, a gente respeita tudo isso, entendo perfeitamente que isso é um diferencial também. E a gente tenta aplicar isso com ele. Hoje, para nós, questão de tempo os resultados do Nelsinho. Já é assim, a gente sabe do potencial dele", concluiu.

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