Schiff lastima fim da W Series e diz que intuito “não era separar homens e mulheres”

Naomi Schiff conversou com o GRANDE PRÊMIO em Interlagos e explicou que o principal propósito de classes como a W Series é dar espaço para o desenvolvimento de jovens pilotas

Já era uma tragédia anunciada, mas o melancólico desfecho da temporada 2022 da W Series antes das rodadas finais, nos Estados Unidos e do México, mostrou que a estrada para as mulheres ainda é árdua no automobilismo. E ninguém melhor do que quem já experimentou essa caminhada na prática para falar sobre a necessidade de um investimento sério para pavimentar o caminho para as pilotas, como é o caso de Naomi Schiff.

Hoje apresentadora do Sky Sports F1, Schiff iniciou a carreira nos monopostos em 2010 e competiu na W Series na temporada 2019. Ao GRANDE PRÊMIO, durante o fim de semana da Fórmula 1 em Interlagos, a pilota falou sobre as inúmeras tentativas que a categoria fez para se manter viva. “Foi uma pena terminar a temporada da W Series mais cedo. Tentamos muito, mas realmente não deu”, declarou Schiff.

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Powell, Visser e García foram ao pódio em Singapura na W Series (Foto: reprodução/@beitskevisser)

Em seguida, Naomi falou sobre a importância de classes como a W Series para manter o foco sobre as pilotas que já estão em competições, assim como ajudar na criação de um espaço para o desenvolvimento das mais jovens. “Tenho certeza que a intenção da W Series não foi segregar homens das mulheres, mas a porta sempre está aberta para que possam correr juntos”, acrescentou.

“Qual a solução para isso? Não tenho ideia, mas acho que patrocinadores, mídia, equipes precisam estabelecer um compromisso de desenvolvimento dessas jovens para o nosso esporte. Não sei qual nível que podem atingir, porém, precisamos pavimentar este caminho desde cedo, para que surjam oportunidades para elas, que tenham condições de crescimento. É como o desabrochar das flores, para que isso aconteça, ela precisa de água, luz e bom solo”, concluiu Schiff.

Vice-presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na América do Sul, Fabiana Ecclestone também conversou com o GP e declarou que a intenção da entidade máxima do automobilismo mundial é “criar oportunidades para as mulheres competirem junto com os homens”.

“A W Series é fantástica, mas o que precisamos é dar oportunidades para as meninas talentosas poderem competir junto com os meninos também. Dar acesso às meninas que já competem para as categorias que também já existem”, completou a dirigente brasileira.

Apesar do fim da W Series, as pilotas não estarão desamparadas em 2023: a Fórmula 1 confirmou no final de novembro o lançamento da F1 Academy, categoria inteiramente feminina que terá como objetivo ajudar no desenvolvimento de jovens pilotas para outros níveis de competição, como W Series, Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3.

A categoria terá cinco times, que já participam de F2 e F3, e cada equipe terá três carros, totalizando um grid de 15 pilotas. A primeira temporada terá sete eventos em formato de rodadas triplas, totalizando 21 corridas, além de outros 15 dias de testes oficiais. O calendário ainda será divulgado.

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